plataforma 1 4
Share

Athlon 200GE – Overclock extremo e resultados

Fala pessoal, tudo jóia?

Há exatos dois meses, publiquei um post de primeiras impressões sobre o Athlon 200GE, que se trata do primeiro representante da nova linha de CPUs da baixo custo da AMD. Essa linha de CPUs até o momento são baseadas no mesmo die usado nas APUs R5 2400G/R3 2200G só que com várias partes desabilitadas e oficialmente são travadas para overclock, entretanto, com o ultimo AGESA 1.0.0.6 a opção de alterar o multiplicador do CPU foi liberada, ainda que todo o resto (RAM, IGP…) continue travado.

Nesse post de primeiras impressões, rodei alguns benchmarks com overclock utilizando um air cooler baratinho (Coolermaster Blizzard T2) usando duas placas-mãe, a Crosshair VII Hero e a MSI B350I PRO AC, sendo essa ultima a placa que usei para os benchmarks devido ao fato da Crosshair não estar com o ajuste de multiplicador do CPU funcionando com o Athlon naquela oportunidade enquanto que na MSI, a bios com a versão “adequada” do AGESA já tinha sido liberada. A maior vantagem da Crosshair nesse caso é o fato dela ter um gerador de clock externo e com isso permitir alterar o bclk muito além dos 100MHz originais, algo especialmente útil em um CPU cuja frequência máxima da memória é limitada artificialmente em 2666MHz como é o caso do Athlon 200GE.

Enfim, algum tempo se passou e a ASUS soltou a bios 1201, que liberou o ajuste do multiplicador do Athlon e com isso, melhorou muito o prognóstico para o overclock desse CPU usando essa placa! Para os corajosos que por alguma razão tiverem uma placa dessas em mãos e um Athlon 200GE e forem brincar de overclock, existe um bug irritante no ajuste do vcore quando usando esse CPU em especifico sendo que o mesmo faz com que a placa entre em loop no post caso você aplique uma tensão maior que 1.5V no modo “fixed”. O “workaround” para resolver essa limitação consiste simplesmente em usar o TurboV Core e subir o vcore além disso via software.

Na galeria abaixo trago os resultados atualizados do Athlon 200GE com refrigeração a água e usando essa ultima bios da C7H e em relação aos resultados obtidos no artigo anterior usando a placa da MSI, é notável a grande diferença que a combinação dos clocks mais altos na memória + Performance Bias fazem nos resultados!

Mas como tenho certeza que você não veio até esse post para ver resultados usando refrigeração ambiente, então vamos ao que interessa! O primeiro passo na preparação da plataforma para overclock extremo é o isolamento dos componentes, no caso, da placa-mãe. Um dos métodos que costumava usar muito e inclusive fiz um vídeo tutorial a respeito, é o uso de borracha limpa tipo para fazer o isolamento do hardware, entretanto, para a Crosshair acabei utilizando Plastidip, literalmente envelopando a placa-mãe, deixando a mesma com o aspecto da fotos abaixo.

A grande vantagem que vejo nesse método é que essa camada envelopada não prejudica em nada o funcionamento da placa, podendo manter ela sempre isolada mesmo quando estiver usando ela para testes em temperatura ambiente e caso um dia precise remover isso dai, se corretamente aplicado, essa “coisa” sai como se fosse um adesivo, portanto, apenas coloquei papel toalha por cima, montei o Inflection Point e parti pro gelo. 🙂

Também gostaria de destacar as excelentes Patriot Viper Extreme que usei aqui e que em breve devo trazer o review das mesmas, mas apenas adiantando, esse kit usa chips Samsung B-Die “dos bravos” e o mesmo tem se mostrado bastante competente nos testes que fiz até o momento!

Então vamos aos resultados!

Configuração utilizada:

CPU: AMD Athlon 200GE (obrigado AMD)

MOBO: ASUS ROG Crosshair VII Hero – Bios 1201

RAM:  2x8GB Patriot Viper Steel 4400 CL19 (obrigado Patriot)

STORAGE: SSD Sandisk Plus 120GB

COOLER: SF3D Inflection Point

SO: Windows 7 x64 SP1

Objetivo dos testes:

Descobrir o limite do Athlon 200GE usando refrigeração extrema (gelo seco) visando extrair performance máxima nos benchmarks. Os detalhes de como foram conduzidos os testes e metodologia estão descritos no texto que acompanham os resultados. 😉

Resultados:

Em relação ao CPU, aparentemente dei muita sorte com minha amostra do Athlon 200GE, que apesar de ter sido cedida pela AMD, trata-se de uma unidade “box” idêntica a qualquer outra que você pode adquirir nas lojas e que também veio lacrada, portanto, pura sorte! 😀
Como já expliquei em outros artigos aqui na página, o que determina a tensão máxima que é possível aplicar em um CPU a principio são suas características de projeto e processo de fabricação, por isso que você não pode tomar como base o recomendado para um CPU Intel e usar para um AMD (e vice-versa) apenas “porque os dois são 14nm”, mas indo ainda além, temperatura e corrente também são fatores determinantes aqui, exemplificando, a corrente exigida por um octa-core em load (um Ryzen 7) é muito maior do que a de um dual-core (o Athlon), o que significa que é necessário ter uma margem térmica maior no octa-core para que seja possível usar esse ajuste de tensão/frequência mais agressivo em todos os cores sem que o silício sofra degradação. Basicamente esse é uma das ideias por trás do “Precision Boost” e por isso que não tem problema o CPU jogar tensões acima dos 1.5V no CPU para atingir frequência máxima (XFR) quando usando apenas uma thread.

Enfim, usando gelo seco consegui atingir 4.7GHz com cerca de 1.725V aplicados no CPU, o que é uma marca muito boa pela refrigeração utilizada e especialmente se considerarmos que esse CPU ainda é fabricado no processo de 14nm e que o mesmo não sofreu delid, lembrando que as APUs 2400G/2200G e Athlon não possuem IHS soldado ao DIE. Entrando um pouco no campo da suposição, se esse chip escalar no LN2 de forma similar ao que ocorre nos Summit/Pinnacle e o “workaround” do LN2 Mode funcionar bem para os Raven no sentido de que esse funcione bem @-196ºC, acredito que temos aqui material bom o suficiente para atingir uns 5.3~5.4GHz nesses benchmarks e nessas condições, o que me parece muito bom! 😀

No que diz respeito a memória, foi possível ir um pouco além dos 3400MHz com CL12, o que é bom se considerarmos a supracitada limitação do clock máximo da RAM no Athlon em apenas 2666MHz. A dificuldade em ir além se deve ao fato do CPU entrar em “OC Mode” apenas se você aplicar um multiplicador além do stock (32.5x por exemplo), o que combinado com o bug do ajuste de vcore, acaba complicando tudo para ir além dos 125MHz de bclk via BIOS pois a frequência do CPU acaba ficando alta demais e causando problemas, especialmente na água. Como estava com apenas um 1kg de gelo seco e eventualmente a placa-mãe buga no post, acabei me contentando com esses 3333~3400MHz.

Em relação aos resultados em si, o 200GE fez o esperado para um representante da arquitetura Zen, ou seja, foi muito bem no Cinebench/Geekbench e ficou para trás no GPUPI devido a ultima atualização da runtime da Intel para o OpenCL que aparentemente usa AVX, o que é um ponto fraco dos Ryzen atuais. De todo modo, nada mal para um CPU de menos de R$250, não é mesmo?

Por fim, gostaria de concluir que o Athlon 200GE é uma boa fonte de diversão para overclockers de baixo custo, ainda que a Crosshair VII Hero que usei aqui passe muito longe disso, é possível  também utilizar placas baratinhas para fazer overclock no mesmo, bastando que as mesmas tenham bios usando o AGESA 1.0.0.6. Mais uma vez agradeço a AMD pelo suporte e pelo CPU!

Dúvidas, comentários, criticas e sugestões são bem-vindos!

Até a próxima!

Você também pode gostar...

4 Responses

  1. Andre Luis disse:

    Quais placa mae A320 fazem overclock nesse Athlon?

    • Olá Andre,

      Oficialmente nenhuma A320 permite overclock, porém, algumas placas vem com as opções na UEFI mesmo que sem funcionalidade e parece que nessas placas, o overclock no 200GE (e apenas nele) usando a bios com AGESA 1.0.0.6 está funcionando.

      De todo modo, eu nunca testei uma A320 e muito menos coloco minha mão no fogo afirmando que é possível fazer isso… O ideal seria procurar alguém que tenha um combo desses para fazer o teste e confirmar.

  2. Iago Villa Real disse:

    Bom dia GIANCARLO, tudo bem!!!
    Você poderia me tirar uma dúvida?

    A temperatura do CPU impacta na temperatura do VRM? Se um processador está frio, botar um R5 2600 a 3,9Ghz em stress a uns 40ºC, o VRM estaria menos estressador e mais frio que se o CPU estivesse a 70ºC? ou não tem nada a ver, O VRM não dependente da temp do CPU?

    Muito obrigado e parabéns pelo site!!!

    • Olá Iago,
      A temperatura do CPU tem alguma influencia na temperatura do VRM (e vice-versa) devido ao fato de ambos estarem próximos um do outro e principalmente por conta do pcb da placa-mãe ter cobre e o mesmo ser também utilizado como “dissipador” por componentes soldados nela, como os mosfets do VRM por exemplo.

      Então sim, se você mantém a temperatura do CPU baixa, a tendência é que a temperatura do VRM esteja menor do que se a temperatura do CPU estivesse alta.

      Espero ter esclarecido, qualquer coisa só perguntar novamente! 🙂

      Giancarlo

Descubra mais sobre The Overclock Page

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading