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[Review] SSD Crucial BX500 240GB

Fala galera, tudo tranquilo?

Nesse review vou analisar um SSD da linha de baixo custo da Crucial, chamada de BX500, a qual é sucessora da BX300 na qual testei uma unidade de 120GB uns tempos atrás. Para a nova linha, a Crucial oferece modelos de 120GB, 240GB, 480GB e 960GB, todos com interface SATA e form-factor de 2.5”.

A embalagem tem design simples e funcional, trazendo as informações básicas como a capacidade e interface usada de forma clara, sendo suficientemente robusta para proteger o SSD contra os possíveis maus tratos que a peça pode ser submetida até chegar no consumidor.

Do conteúdo da caixa, temos apenas o SSD e um guia de instalação.

Sobre o SSD em si, a carcaça é de plástico preto e trás um “BX” em relevo com um adesivo “Crucial by Micron”. No BX500, a Crucial optou por não usar parafusos para fixação do “chassis” sendo as partes apenas encaixadas nas laterais.

O PCB do BX500 é bastante compacto e podemos ver ali a controladora SM2258XT, os quatro chips de memória NAND Micron com código NW912 e a ausência de um chip de memória DDR3/LPDDR3, o que denota que estamos diante de uma unidade “DRAM-Less”.

Sobre a SM2258XT, essa controladora é fabricada pela Silicon Motion e trata-se de uma versão simplificada da SM2258 voltada a SSDs “DRAM-Less” sendo que a mesma oferece suporte a diversos tipos de NAND como as TLC planares, 3D TLC e 3D MLC. Como ocorre nos SSDs “DRAM-Less”, é necessária a implementação de alguma solução para compensar a falta da memória DRAM, afinal de contas, a mesma é usada para armazenar uma espécie de “mapa dos endereços de memória” para o SO saber onde as informações estão gravadas ali no SSD e quando essa não é presente, normalmente é usada a própria NAND para isso, sendo que o grande problema dessa “solução” é que a memória NAND é mais lenta que a RAM e ainda por cima, temos que a sua “vida útil” (também chamada Endurance) é algo em função do número de escritas realizadas, o que significa que simplesmente utilizar a NAND para isso vai acabar comprometendo o SSD em duas frentes: Desempenho e durabilidade.

Para mitigar esse “efeito” indesejado, os fabricantes das controladoras adotam diferentes estratégias e que no caso da SM2258XT usada aqui, é separado um pedaço da NAND que será usado como um cache de escrita sendo que o mesmo vai funcionar como “SLC”, ou seja, gravando em apenas 1 bit da célula, algo que efetivamente da um “boost” no desempenho do SSD com um compromisso muito menor na durabilidade. É evidente que essa abordagem apresenta limitações, por exemplo, se você estiver lidando com arquivos muito grandes ou se o drive estiver cheio, o desempenho tende a despencar, entretanto, como esses SSDs “DRAM-Less” geralmente são anunciados como opções de baixo custo e voltados a quem pretende substituir o velho HD mecânico para instalação do SO, isso não chega ser um problema tão grande pois o uso feito por esse tipo de usuário geralmente é considerado leve e o mesmo dificilmente vai “estourar” o SLC cache. 😉

Em relação as memórias NAND adotadas, a Crucial optou por usar quatro memórias 3D TLC de 256Gb (32GB por CI) com 64 layers nesse SSD, perfazendo um total de 256GB, sendo que desse total, 16GB são utilizados pela controladora para o “overprovisioning”, “garbage collection” entre outros mecanismos que visam aumentar a vida útil do SSD diminuindo o número de leituras/escritas nas memórias NAND.

Sobre o endurance, que é dado pelo “total de dados gravados” ou TBW e trata-se da quantidade de dados gravados na unidade até que a mesma apresente problemas é de 80 TBW, o que apesar de não ser grande coisa, está no mesmo nível do seu antecessor e de outros SSDs de baixo custo concorrentes. A garantia oferecida pela Crucial para esse modelo é de 3 anos.

Por fim, a página com as especificações do produto pode ser vista nesse link.

Vamos aos testes então! Para isso usei a seguinte configuração:

CPU: AMD Ryzen 7 2700X (obrigado AMD!)

MOBO: ASUS ROG Crosshair VII Hero

RAM: 2x8GB Patriot Viper Steel 4400 CL19 (obrigado Patriot!)

PSU: Antec Quattro 1200W

COOLER: WC Custom

SSD: Crucial BX500 240GB (Obrigado Terabyte!)

Software: Windows 10 x64, ATTO Disk Benchmark 4.00.0f2,  Anvil Storage Utilities, Crystalmark 6.0.2 x64.

Objetivo dos testes: Aferir o desempenho do SSD em diversos benchmarks que simulam diferentes condições de uso. Nesses testes, o SO está instalado no SSD, o que significa que os os resultados poderiam ser um pouco melhores caso tivesse instalado o SO em outro disco e passado o benchmark no SSD “zerado”, entretanto, a ideia aqui é apresentar resultados que sejam compatíveis com uma situação de uso real.

Antes de irmos aos resultados, cabe uma pequena explanação sobre a sua interpretação e o seu impacto no uso do sistema. 🙂

Os fabricantes de SSD de forma geral costumam rotular as especificações de seus SSDs usando escrita/leitura sequencial como parâmetro, entretanto, mesmo que você trabalhe com arquivos grandes, toda vez que você abre uma aplicação, o SO também acessa diversas DLLs que são necessárias para o funcionamento desse programa, sendo que essas DLLs costumam ser pequenas em tamanho e correspondem a leituras/escritas aleatórias em arquivos de até 16KB. Em outras palavras, se o seu uso para o PC for algo como navegar na internet, ouvir música ou mesmo jogar, deve-se prestar muita atenção nos resultados de leituras/escritas aleatórias até 16KB pois essa é a operação que você mais utiliza e portanto, com maior impacto no “uso real”.

Caso alguém tenha interesse em verificar em tempo real essas operações, sugiro utilizar o software DiskMon, que é uma ferramenta gratuita disponibilizada pela Microsoft que monitora essas operações e permite a gravação de log para posterior análise dos dados. Também recomendo a leitura desse excelente artigo do pessoal do thessdreview, que aborda justamente essa questão.

Mais explicações acerca dos testes conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Resultados:

Primeiramente o ATTO Disk Benchmark que é o software que diversos fabricantes adotam como referência para rotular as taxas de leitura/escrita de seus SSDs pois o mesmo usa apenas dados compressíveis nos testes, o que explica as diferenças que costumam aparecer nos resultados em relação a outros benchmarks que usam dados aleatórios (compressíveis + incompressíveis) nas medições, sendo essa ultima uma situação mais próxima do uso real. As especificações dizem que esse modelo faz até 540MB/s de leitura e até 500MB/s de escrita, vejamos então:

Na prática o BX500 atingiu pico de 537MB/s de leitura e 490MB/s de escrita sequenciais, o que significa que ele atinge as especificações nesse sentido, ainda que com uma pequena margem de erro.

O próximo benchmark é o Crystalmark e rodei o mesmo usando a sua configuração padrão com arquivo de testes de 1GB. Diferentemente do ATTO, esse benchmark usa dados aleatórios, o que explica a diferença nos resultados entre as duas ferramentas. Também é importante frisar que os resultados aqui apresentados não são de todo comparáveis com as versões anteriores do Crystalmark, o que exige cautela na hora de se fazer comparações.

Crystalmark 1GB

E mais uma vez, o BX500 atingiu as especificações nos testes de leitura/escrita sequenciais e aqui também podemos ver os resultados para leitura/escrita blocos de até 4KB, onde ele obteve números bastante razoáveis para um SSD “DRAM-Less” usando memórias 3D TLC.

Agora no Anvil Storage Utilities, que é um benchmark que faz uma serie de testes de leitura/escrita e da os resultados em termos do IOPS (operações de entrada/saída por segundo), tempo de resposta, MB lidos/escritos, MB/s e uma pontuação geral que pode para ser comparado com outros SSDs. Ele também permite ajustar o tipo de dado a ser utilizado, sendo que o resultado abaixo se refere a configuração padrão do software (dados 100% incompressíveis e arquivo de testes de 1GB).

Nessas condições, o Crucial BX500 fez 4128.62 pts no total, o que novamente é um bom resultado para um SSD de baixo custo como esse.

Conclusão:

O Crucial BX500 correspondeu as expectativas no que diz respeito ao desempenho e entregou números condizentes com as suas especificações, ou seja, bastante razoáveis se considerarmos que esse SSD utiliza uma controladora DRAM-Less, entretanto, os números ficaram aquém daqueles apresentados pelo Crucial BX300, ainda que a unidade testada do BX300 seja de 120GB, algo que já era esperado ao colocar o papel com as especificações de ambos lado a lado.

No tocante ao preço, ele pode ser encontrado na Terabyteshop por cerca de R$216, o que aparentemente está na média do preço dos SSDs de 240GB com especificações semelhantes aqui no Brasil, portanto, se o mesmo não é o “rei do custo beneficio” também não faz feio nesse quesito.

E é isso! Dúvidas, perguntas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima.

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1 Response

  1. Paxe Baxe disse:

    Legal o review, gosto do seu trabalho e da destrinchada miticulosa das análises. Tenho esse SSD e é muito melhor que os kingston e Sandisk da vida que ja usei ..

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