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FLIR One Pro LT – Apresentando a câmera térmica da página!

Fala pessoal, beleza?

O uso de imagens térmicas em testes aqui na página não é novidade, no passado, usei tal recurso nos reviews da MSI B350I PRO AC e Galax GTX1060 6GB com bons resultados, entretanto, nessa época ainda estava cursando engenharia e a câmera na qual tinha acesso pertencia a um professor que gentilmente me permitia usa-la para fazer os testes. O tempo passou, me formei e naturalmente acabei ficando sem acesso a esse recurso, porém, o que venho lhes dizer nesse post é: Teremos novamente termográfias nos reviews e em caráter permanente, pois agora a câmera é minha! 😀 😀 😀

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Termográfia mostrando a temperatura do chip de memória da Galax GTX1060 6GB

Porém antes de lhes apresentar a câmera, vamos a uma breve explicação do princípio de funcionamento dessa coisa. Basicamente, todos os corpos que estão em uma temperatura acima do zero absoluto emitem radiação de natureza eletromagnética, sendo que quanto maior a temperatura desse corpo, mais radiação ele emite, porém, nós não conseguimos ver isso devido a essa radiação ser infravermelha, ou seja, fora do espectro de frequência que o olho humano é capaz de “enxergar”, conforme ilustrado na figura abaixo.

Então, sabem aqueles óculos de visão noturna que podem ser vistos em jogos de guerra e filmes? Aquilo lá usa esse principio de funcionamento só que com sensores de uso militar, possivelmente fabricados usando materiais mais exóticos (semicondutores III-V por exemplo), em alguns casos dependendo de temperaturas em níveis de criogenia para funcionar, custo proibitivo para uso civil e isso sem contar as possíveis restrições de venda e exportação desse tipo de tecnologia. Evidentemente que as aplicações disso não se restringem apenas a esse uso, na real, isso é usado desde no diagnóstico de tumores e outras doenças, passando pela verificação de perda de energia por efeito joule em instalações elétricas, vazamentos de gás e chegando no supracitado uso militar.

A respeito da câmera que adquiri para a página, trata-se da FLIR One Pro LT que é um modelo de relativo baixo-custo que deve ser conectada a algum smartphone para o seu uso, portanto, não trata-se de um dispositivo “discreto” como a FLIR i7 que usei nos artigos que citei no primeiro paragráfo.

Da embalagem, a One Pro LT vem em uma pequena caixa com destaque ao produto e ao tipo de conecção utilizada, que no caso, são oferecidas versões Micro USB, USB-C e para iOS, no caso do meu exemplar, ele usa conexão Micro USB. Ao abrir a embalagem, existe uma elegante e robusta caixa/estojo da FLIR que abrigam todo o conteúdo do pacote.

Dos acessórios, acompanham o kit um guia de instalação rápido, uma nota de agradecimento pela compra, outro papel dizendo que esse equipamento não pode ser exportado para uso militar, um cabo USB-C, a própria câmera e por fim, um pequeno estojo para transporte.

A FLIR One Pro LT na realidade parece mais um “gadget” do que qualquer coisa, sendo bastante compacta apresentando dimensões de 68 × 34 × 14 mm. Um detalhe interessante é essa “roda” que permite ajustar o comprimento do conector da câmera com o celular, o que é especialmente útil para aqueles que usam capas protetoras no aparelho e precisam compensar a espessura extra.

Do aspecto técnico, esse dispositivo integra duas câmeras sendo uma “normal” de 1440×1080 e outra infravermelha com “incríveis” 80×60 pixels de resolução, o que parece pouco mas é de certa maneira compensada por uma tecnologia chamada “MSX”, cuja ideia é capturar as imagens de ambos os sensores simultâneamente e depois com algum trabalho de software, adiciona mais detalhes na termográfia, obtendo assim uma imagem de maior qualidade conforme é possível ver em mais detalhes nessa página. A faixa de leitura de temperatura para esse modelo vai dos -20ºC até os +120ºC.

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Entretanto, nem tudo são flores, ao menos não com o modelo Micro USB, pois por algum motivo obscuro, alguns celulares possuem essa porta posicionada de maneira “invertida” fazendo com que a FLIR One Pro LT acabe ficando virada para o mesmo lado da tela, o que dificulta e muito a operação da mesma sendo necessário ir atrás de um cabo extensor OTG para resolver o problema. Apenas para constar, o celular da foto abaixo é um ASUS Zenfone Max Pro M1.

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O primeiro passo para utilizar a Flir One Pro LT é carregar a sua bateria, que é independente do celular, demora cerca de 40 minutos para recarga e segundo o fabricante, dura cerca de 1 hora no uso. Após isso, é necessário instalar o APP, que pode ser encontrado para download gratuito na Play Store, conectar a câmera na Micro USB, pressionar o botão “Power” localizado logo abaixo da mesma e esperar o software identificar a câmera.

Em relação ao app, o mesmo possui uma versão BETA na qual é possível se optar ou não pelo uso, no caso, optei por usa-la. Sobre a interface, ela é bastante intuitiva, lembrando bastante o app padrão da câmera “normal” do celular e também possui várias opções de ajustes, por exemplo, do padrão de cores da termografia, alinhamento das imagens dos dois sensores, modo da imagem (MSX, sem MSX e apenas câmera “tradicional”), permite inclusão de até três “miras” para medição da temperatura em um determinado ponto, legenda e até mesmo, a opção de fazer filmagem. Infelizmente, ainda existem algumas limitações, por exemplo, a barrinha de “legenda” não sai nas fotos, o ajuste de emissividade não permite o uso de um valor numérico ficando restrito as opções disponíveis e o alinhamento da câmera nem sempre fica 100%.

Feitas as apresentações, vamos a um pequeno teste inaugural! Segue as configurações do hardware utilizado:

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CPU: AMD Ryzen 7 3800X (Obrigado AMD!)

MOBO: ASRock B450M Steel Legend (BIOS: 2.90 – AGESA 1004B)

VGA: ASRock Radeon 5700XT Challenger

RAM: 2x8GB Crucial Ballistix LT 3200 CL16

REFRIGERAÇÃO: Watercooler custom e IC Graphite Thermal pad

STORAGE: SSD Crucial BX300 120GB

EQUIPAMENTOS EXTRAS: Termômetro digital HDT 6002 e FLIR One Pro LT

Software utilizado: Windows 10 x64 build 1903, AIDA64 6.00.5134 Beta, TM5 0.12 v3, HWiNFO 6.12.

Objetivo dos testes: O objetivo desse artigo é verificar as diferenças nas medições de temperatura do VRM entre o “metodo tradicional”, utilizando o termopar K com thermal pad instalado atrás do PCB da placa e a termografia feita utilizando a FLIR One Pro LT.

Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Resultados:

A princípio, foi instalado o termopar com thermal pad na parte de trás da placa, logo atrás do VRM devido ao fato de ali ser um “hot spot”, igual costumo fazer nos testes de placa-mãe como o da própria ASRock B450M Steel Legend que usei como “cobaia” nesse primeiro teste. Lembrando que o delta entre a temperatura medida pelo termopar e a do mosfet costuma ficar entre os 5ºC e 10ºC.

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Para obter os resultados abaixo, utilizei o stress test do AIDA64 em suas configurações padrão durante 30 minutos com o CPU completamente em stock e memórias em configuração padrão (XMP). Como o objetivo aqui é ter uma noção das diferenças entre os dois metodos de medição, as temperaturas aqui apresentadas tratam-se dos números absolutos, portanto, sem subtrair da temperatura ambiente (delta).

Usando o termopar, a temperatura registrada foi de 73.3ºC enquanto que com a câmera focando (ou ao menos se esforçando para isso) no “hot spot” do pcb o mais próximo possível da base do dissipador, foi registrada temperatura de 75.7ºC enquanto que a temperatura do dissipador foi de 66.5ºC. A diferença para o termopar pode ser creditada ao fato de que com a câmera térmica, é possível focar em um “hot spot” melhor, em outras palavras, mais próximo dos mosfets, já em relação ao dissipador, a diferença provavelmente se deve por limitação da interface térmica utilizado no mesmo, provavelmente com esse delta diminuindo caso fosse utilizado um thermal pad com maior condutividade térmica.

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E por fim, para ilustrar ainda melhor o que foi dito, segue as termografias da placa em idle e depois em load. Para as imagens futuras, irei ajustar melhor a sobreposição de imagens pois tenham em mente que precisei fazer um tremendo contorcionismo para conseguir registrar essas imagens, afinal de contas, a extensão Micro USB ainda não chegou e a FLIR estava basicamente do mesmo lado da tela do celular, como se fosse uma “câmera de selfie” igual mostrei anteriormente, dificultando a operação e maiores ajustes.

Conclusão

A FLIR One Pro LT é uma adição interessante aos futuros testes e artigos aqui na página, oferecendo não só a opção de medir a temperatura do VRM mas também de outros componentes, permitindo trazer a vocês um conteúdo mais detalhado usando tecnologia de ponta para isso. 😉

Em relação ao produto em si, trata-se de um “gadget” bastante interessante e funcional, porém, que ainda precisa de um pouquinho mais de trabalho na parte do software sendo necessário implementar alguns recursos que ainda estão faltando. Outro ponto que o futuro comprador da FLIR One Pro LT “Micro USB” também precisa se atentar, é com a orientação da porta “Micro USB” do celular, pois pode que por alguma razão a mesma seja “invertida” em alguns aparelhos e nesse caso, existe a necessidade do uso de adaptadores ou cabo extensor para usar propriamente o produto.

E por hoje é só pessoal! Até a próxima!

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2 Responses

  1. yagozlh disse:

    Parabéns pela aquisição, realmente será bem interessante para avaliação dos próximos hardwares. Mas é carinha, em. Nem quero ver o preço das que não são baratas. Hahahaha.

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