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Overclock extremo na GALAX RTX3090 com LN2 – Experiência e resultados!

Fala pessoal, tudo certo?

Aqueles que já estão familiarizados com o conteúdo aqui da página certamente já estão bem acostumados com o cheiro de componente eletrônico queimado e com os riscos de queimaduras ocasionadas pelo frio extremo vigentes nesse recinto, no caso, o nascimento desse site se deu como uma forma de deixar documentado o processo de “frankensteinização” da Powerboard de R$15, onde esse foi um projeto de grande aprendizado para mim e que acabou até superando as expectativas, pois a ideia era usa-la apenas em placas de vídeo antigas cujo consumo é bastante baixo, como, por exemplo, GT710, HD6450, 8400GS, etc. No final das contas ela acabou sendo útil para empurrar até mesmo uma GTX650, um grande sucesso para algo tão improvisado e com custo tão baixo! 🙂

Com o crescimento do site, novos parceiros/amigos que muito ajudaram e ainda contribuem bastante para trazer novos conteúdos surgiram e com isso também foram aparecendo VGAs melhores para aqui sofrerem no overclock extremo, as quais posso citar a GTX970, RTX2080, RX5500 XT, RX5700 XT, HD6870, RX Vega 64 e RX590, onde em muitas das vezes foi necessário a recorrer a gambiarras como usar o pot de CPU com a placa de vídeo na horizontal e liga-la a placa-mãe usando um riser PCI-E, tudo isso por conta do velho TEK-9 FAT não ter brackets compatíveis para instalação em várias placas modernas, contudo, isso nem sempre se mostrou a melhor das ideias, afinal de contas, o riser costumava apresentar problemas com a temperatura baixa e umidade, causando instabilidades e perda de desempenho. De todo modo, fica clara a limitação da infraestrutura e recursos, afinal de contas, overclock extremo infelizmente não é uma brincadeira simples e nem tampouco barata, esse último agravado pelos problemas do nosso país, o que até então sempre me impediu de congelar a GPU “topo de linha” de sua geração, mas vejam bem, até então… 😉

Nesse artigo irei lhes mostrar como se deu as primeiras sessões de overclock extremo usando uma Galax RTX3090 EX Gamer White, algo que só foi possível tirar do papel com o suporte (e paciência) da GALAX, que enviou a placa juntamente a um pot adequado além de ter oferecido orientação acerca de vários detalhes extremamente importantes na hora de congelar uma placa desse calibre e além deles, é importante lembrar também o apoio da Terabyteshop, sempre dando uma força com peças para trazer conteúdo aqui no site e com o nitrogênio liquido!

Para o isolamento dessa placa foi utilizado uma espécie de graxa de silicone, no qual já veio previamente aplicada na placa, e uma toalha azul de limpeza, que é um excelente material no que diz respeito a absorção de água, na parte de trás, o dissipador de uma parte do VRM foi preso com uma presilha ‘hellerman’, as famosas “enforca-gato” e por fim, a pasta térmica utilizada foi a Kingpin KPx.

Apesar desse procedimento descrito parecer trivial e muito semelhante as demais placas que já testei aqui na página, existem uma série de cuidados adicionais que são necessários para se obter bons resultados no overclock extremo usando dessas placas “high-end” cuja dissipação de calor é bastante alta, por exemplo, se a pressão de montagem do pot sobre a GPU não for uniforme, muito provavelmente a sessão irá terminar prematuramente com a pasta térmica trincando ou com resultados muito aquém do limite do hardware e apesar disso parecer trivial, definitivamente pode ser algo bem complicado de se acertar de cara.

Para tentar obter resultados um pouco mais satisfatórios nesse quesito, foi “fabricado” um backplate para o pot, que originalmente foi retirado de uma sucata de Radeon HD6970, cortado e furado na medida correta, onde o resultado desse “recurso técnico avançado orientado a condições financeiras precárias” pode ser visto nas fotos abaixo!

Porém, é necessário destacar que existem outras possíveis dificuldades, por exemplo, o die desses GPUs podem vir com irregularidades na superfície, o que pode ocasionar em trincas na pasta térmica e no caso, a solução para esse problema envolve a lapidação do die, sim, lixar a superfície da GPU de uma placa cujo MSRP é de US$1500! Evidentemente, não irei abordar ou fazer algo desse tipo aqui, afinal de contas, antes de tudo é necessário acertar a mão na montagem do pot, o que por si só já não uma tarefa das mais fáceis, porém, caso alguém se interesse por ver como é feito esse procedimento, segue o vídeo do JayzTwoCents onde ele aborda o processo e no caso, nem precisa dizer que se trata de algo arriscado e que anula a garantia com o fabricante, certo? 😉

Vamos então às configurações utilizadas e os primeiros resultados!

  • Configuração utilizada:

CPU: AMD Ryzen 9 5950X (Obrigado Terabyteshop!)

MOBO: ASUS TUF X570-Plus/BR

RAM: 2×16 GB G.Skill Trident Z NEO 3600CL16

GPU: GALAX RTX3090 EX Gamer White (Obrigado GALAX!)

REFRIGERAÇÃO: Water Cooler da bancada e Galax OC Lab Edition GPU Pot (Obrigado GALAX!)

STORAGE: SSD Crucial BX300 120 GB

FONTE: Antec Quattro 1200W

Objetivo dos testes: Tentar extrair o máximo desempenho da GALAX RTX3090 EX Gamer White visando obter resultados competitivos no ranking do HWBOT enquanto usando refrigeração extrema (LN2) em uma primeira tentativa de se congelar propriamente uma GPU de alto nível como essa. Explicações acerca de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

  • Resultados:

Para esse primeiro momento, a CPU (5950X) foi mantida rodando com refrigeração a água, afinal de contas, apesar de ter sido bem instruído pelo pessoal da GALAX a respeito do comportamento dessa placa trabalhando no nitrogênio, é necessária cautela para trabalhar com uma placa como essa, afinal de contas, um erro fatal significa um prejuízo “sinistro”, ter apenas 20L de LN2 disponíveis também é um fator limitante além de alguma incerteza acerca da montagem do pot, então, o foco foi no Unigine Superposition, que passou a valer pontos globais no HWBOT para temporada de 2021 e é um benchmark completamente GPU Bound, ou seja, sem maiores problemas manter o 5950X rodando na faixa dos 4.7GHz.

Do comportamento da placa, foram realizadas três sessões diferentes, onde na primeira houve problemas no isolamento da placa-mãe e a pasta térmica da GPU acabou trincando, na segunda, após ter reforçado os pontos fracos da primeira, foi possível obter os resultados abaixo, com a RTX3090 rodando a 2400MHz 1088mV e as memórias a 1360MHz (multiplicar por 8x para o efetivo da GDDR6X) com temperatura na casa dos -140 °C,  o que pode ser considerado uma boa marca, afinal de contas, na data de realização desses testes esse resultado estava em 5.º lugar no ranking mundial, porém, certamente está bem aquém do limite desse exemplar. Apenas destacando, essa placa não se trata das novas HOF e sim de uma EX Gamer White, portanto, uma RTX3090 “comum”, se é que é possível se referir dessa forma a um item como esse! 🙂

Apesar de ter reforçado o isolamento, ainda os problemas de instabilidade da plataforma não foram completamente sanados, muito provavelmente tendo sido causados por condensação dentro do slot PCI-E, algo que deve ser sanado para uma futura tentativa, no caso, a terceira sessão não obteve resultados justamente por essa razão.

Por fim, segue a tradicional galeria de fotos do hardware congelado, algo que não poderia faltar em um artigo como esse!

  • Conclusão:

Apesar de todas os desafios inerentes a congelar um GPU high-end que dissipa uma quantidade considerável de calor, nessa primeira tentativa ainda foi possível atingir os 2400MHz na GPU usando uma tensão de apenas 1088mV, o que foi o suficiente, no dia dos testes, para se obter um quinto lugar no ranking do Unigine Superposition 8K no HWBOT, o que sem dúvidas alguma é uma grande marca, porém, certamente bem aquém daquilo que esse exemplar pode fazer.

Certamente irei revisitar essa placa em um futuro relativamente próximo, colocando em prática as lições dessa primeira tentativa para tentar a partir dai chegar no limite desse exemplar. Novamente, ficam os agradecimentos a GALAX por todo o suporte, que foi imprescindível para que esse artigo se tornasse realidade e a Terabyteshop por todo apoio, incluindo o nitrogênio!

E é isso! Dúvidas, perguntas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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4 Responses

  1. Roberto Veras disse:

    Parabéns pela parceria com a galax e ótimo teste

  2. anderson disse:

    Excelente revisão! Tem como verificar se é vantajoso, em condições normais, trocar a pasta térmica por outras, inclusive metal líquido? E ajustes com melhor rendimento de clock vrs consumo estáveis (poderia deixar os parâmetros usados para consulta)? E se o pessoal permitir, testar na mineração.

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