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SSD Xraydisk 240 GB – Análise, testes e resultados

Nesse review irei analisar um SSD XrayDisk, que se trata de um modelo usando ‘interface’ SATA e form-factor de 2,5”, oferecendo capacidades que vão desde os 60 GB até os 512 GB, onde a unidade analisada é a de 240 GB.

Em relação à caixa, ela é toda preta e traz o slogan “Nothing can stop better”, o que se não fosse o “Solid State Drive” escrito logo acima, poderia até pensar que iria encontrar pastilhas de freio na embalagem. Na parte traseira, existem informações a respeito da garantia, que é de três anos, e uma etiqueta que consta informações sobre o modelo, como a sua capacidade.

Sobre o SSD, a carcaça é de metal, azulada, com uma etiqueta identificando o fabricante, modelo e capacidade. Sobre a fixação das partes do “chassis”, elas são apenas encaixadas nas laterais e o PCB é parafusado no metal.

O PCB do SSD é compacto, onde o fabricante optou por utilizar a controladora Phison S11 e quatro chips de memória NAND SpecTek cujo código é PF603-37AR-2044. Dada a ausência de um chip de memória DDR3/LPDDR3, é possível concluir que essa é uma unidade “DRAM-Less”.

Sobre a Phison S11, que se trata de uma controladora de entrada, fabricada em 40 nm, usando uma CPU single core e oferecendo apenas dois canais, ou seja, a controladora se comunica com no máximo dois chips NAND simultaneamente, onde modelos mais sofisticados possuem 8 ou até mesmo 10 canais, algo que pode fazer uma diferença bastante razoável no desempenho.

Por ser tratar de um SSDs “DRAM-Less”, é necessária a implementação de alguma solução para compensar a falta da DRAM, afinal de contas, ela é usada para armazenar uma espécie de “mapa dos endereços de memória” para o SO saber onde as informações estão gravadas no SSD e quando ela não é presente, normalmente é usada a própria NAND para isso.

O grande problema dessa “solução” é que a memória NAND é mais lenta que a RAM e a sua “vida útil” , também chamada ‘Endurance’, é algo em função do número de escritas realizadas, o que significa que simplesmente utilizar a NAND para isso vai acabar comprometendo o SSD em duas frentes: desempenho e durabilidade.

Para mitigar esse “efeito” indesejado, os fabricantes das controladoras adotam diferentes estratégias, onde a mais usual é o chamado “SLC Cache”, que consiste separar um pedaço da NAND que será usado como um cache de escrita, onde ele irá trabalhar como se fosse “SLC”, ou seja, gravando em apenas 1 bit da célula, o que efetivamente dá um “boost” no desempenho do SSD com um compromisso muito menor na durabilidade. É evidente que essa abordagem apresenta limitações, por exemplo, se você estiver lidando com arquivos muito grandes ou se a unidade estiver cheia, então o desempenho tende a despencar.

Em relação às memórias NAND usadas, são fornecidas pela SpecTek (Micron) e ao decodificar com código do chip, foi possível chegar no número FBNB27A512G9KTBAFJ4-37AR, que são chips 3D TLC baseados em tecnologia da Micron com 96-Layers 3D e 512Gbit cada.

Vamos aos testes então! Foi utilizada a seguinte configuração:

  • Configuração utilizada:

CPU: AMD Ryzen 5 3600 (Obrigado AMD!)

MOBO: ASUS TUF X570-PLUS/BR (UEFI 3405 – Obrigado Terabyteshop!)

RAM: 2x8GB Crucial Ballistix Sport LT 3200CL16 (Obrigado Terabyteshop!)

GPU: GIGABYTE RX 5500 XT 8 GB (Obrigado Terabyteshop!)

PSU: Seasonic M12II Bronze 750W

COOLER: XPG Levante 240 (Obrigado XPG!)

SSD: SSD XrayDisk 240 GB

Software: Windows 10 x64 2004, Anvil Storage Utilities V110, Crystalmark 7.0.0 x64, DiskBench, FFXIV Shadowbringers Benchmark, HD Tune Pro 5.75 e PCMark10.

Objetivo dos testes: Aferir o desempenho do SSD em diversos benchmarks que simulam diferentes condições de uso. Para obtenção desses números, o SO está instalado em outra unidade enquanto no SSD de teste foram instalados apenas o PCMark10, o FFXVI Benchmark e a cópia da pasta do GTA V.

Maiores explicações acerca dos testes conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Resultados:

Para melhor organização dos resultados, os benchmarks foram separados em “Testes do mundo real” e “Benchmarks sintéticos”, onde os primeiros tendem a simular o uso normal do PC, ou seja, tempos de carregamento de aplicações, jogos e cópia de arquivos, enquanto o segundo grupo, que é o dos “Benchmarks sintéticos”, mostram números de desempenho em leitura/escrita/IOPS em algumas situações usando tipos de dados pré-definidos.

  • Testes do “mundo real”:

Foram feitos os seguintes testes:

  1. PCMark10: Uma “run” customizada apenas com o subteste “App Start-Up Score”, que basicamente mede o tempo de carregamento de uma série de aplicações de produtividade como OpenOffice, GIMP, Chromium e Firefox tanto para partida “fria”, que é a primeira vez que o aplicativo é aberto e uma segunda partida “quente”, que é após a “fria” e normalmente é mais rápida por conta do sistema já ter armazenado muita coisa em cache. Ao fim, ele retorna uma pontuação que pode ser usada para comparar diferentes SSDs.
  2. FINAL FANTASY XIV: Shadowbringers Benchmark: Esse teste inclui além dos resultados gráficos, os tempos de loading de cada cena, o que é interessante, pois essa ferramenta dispensa o uso de um cronômetro externo, que seria uma fonte de “imprecisão” nos resultados.
  3. DiskBench: Essa ferramenta permite mover um arquivo ou pasta de um lugar para o outro e registrar o tempo que levou para isso, assim como a taxa de transferência média, no caso, visando simular uma situação de uso real fazendo backup da pasta de instalação de um jogo, foi escolhido a do GTA V da EPIC Store que possui “apenas” 89 GB e foi copiada dentro da mesma unidade, em outras palavras, foi feito uma cópia do ‘G:\GTAV’ para o ‘G:\Diskbench’.

O XrayDisk acabou ficando na lanterna tanto no Diskbench quanto no FFXIV, apresentando desempenho um pouco melhor no PCMark10, onde ele acabou na frente das outras unidades SATA que foram testadas com essa mesma metodologia. Apesar disso, as diferenças nos números foram pequenas, o que já era esperado dado a semelhança nas especificações desses modelos, onde em que pese eles usarem controladoras diferentes, todos eles são unidades SATA, “DRAM Less” e usam apenas dois canais.

  • Benchmarks sintéticos:

Antes de apresentar os resultados nos benchmarks sintéticos, é necessário esclarecer que os fabricantes de SSD de forma geral costumam rotular as especificações de seus SSDs usando escrita/leitura sequencial como parâmetro, entretanto, mesmo que se trabalhe com arquivos grandes, toda vez que você abre uma aplicação, o SO também acessa diversas DLLs que são necessárias para o funcionamento desse programa, sendo que essas costumam ser pequenas em tamanho e correspondem a leituras/escritas aleatórias em arquivos de até 16 KB.

Em outras palavras, se o seu uso para o PC for algo como navegar na internet, ouvir música ou mesmo jogar, deve-se prestar muita atenção nos resultados de leituras/escritas aleatórias até 16 KB, pois essa é a operação que você mais utiliza, portanto, com maior impacto no “uso real”.

Caso alguém tenha interesse em verificar em tempo real essas operações, sugiro utilizar o software DiskMon, que é uma ferramenta gratuita disponibilizada pela Microsoft que monitora essas operações e permite a gravação de log para posterior análise dos dados. Também recomendo a leitura desse excelente artigo do pessoal do thessdreview, que aborda justamente essa questão.

A respeito dos benchmarks sintéticos, foram utilizados os seguintes softwares:

  1. Crystalmark 7.0.0 x64: Esse benchmark usa dados aleatórios, faz testes de leitura/escrita sequenciais e em blocos de até 4KB. Também é importante frisar que os resultados aqui apresentados não são de todo comparáveis com as versões anteriores do Crystalmark, o que exige cautela na hora de se fazer comparações.
  2. Anvil Storage Utilities: Esse software faz uma série de testes de leitura/escrita e retorna os resultados em termos do IOPS (operações de entrada/saída por segundo), tempo de resposta, MB lidos/escritos, MB/s e uma pontuação geral que pode para ser comparado com outros SSDs. Ele também permite ajustar o tipo de dado a ser utilizado, sendo que os resultados aqui utilizados se referem a configuração padrão do software (dados 100% incompressíveis e arquivo de testes de 1 GB).
  3. HDTune 7.25 Pro: Para tentar identificar a proporção do disco alocado para “SLC Cache”, foi utilizado o benchmark de escrita do HD Tune Pro no teste completo, com blocos de 1 MB e precisão máxima, conforme a captura de tela nas galerias a seguir.

Nos benchmarks sintéticos, a situação foi novamente muito semelhante àquela encontrada nos “testes do mundo real”, onde o XrayDisk apresentou desempenho muito semelhante as outras unidades SATA “DRAM Less” já analisadas, porém, algo curioso ocorreu no HD Tune Pro:

O XrayDisk apresentou admirável consistência no teste de escrita, o que se repetiu em todas às vezes em que esse teste foi executado, o que é curioso e infelizmente não permitiu ter uma ideia da dimensão do SLC Cache dessa unidade, contudo, esse resultado não se sustentou na prática, o que pode ser confirmado pelo resultado no Diskbench, onde ele terminou junto do SSD da Netac.

  • Conclusão:

Diantes dos testes e resultados apresentados, foi possível chegar nos seguintes pontos:

O XrayDisk 240 GB apresentou números de desempenho modestos, andando mais ou menos junto dos demais “SSDs” SATA “DRAM Less” que foram testados aqui no site com a mesma metodologia adotada nesse artigo. Essa unidade ainda é aceitável para instalação do SO e para uso leve, dando um gás na usabilidade do sistema em relação a um HD mecânico lento, porém, se o seu uso envolver muitas operações de cópia ou escrita de arquivos razoavelmente grandes, ai se torna preferível investir em uma unidade SATA com “RAM Cache” ou mesmo NVMe, caso possível.

Em relação ao preço, nesse momento (13/5/2021) o XrayDisk 240 GB pode ser adquirido por US$28,28 (cerca de R$160, com frete grátis) na loja oficial do fabricante no Aliexpress, o que é um valor bastante baixo especialmente se comparado aos preços praticados no mercado nacional para SSDs de especificações semelhantes, entretanto, essa unidade tem desempenho um tanto quanto modesto, portanto, ela se torna uma opção razoável apenas se o propósito for usa-lo para instalação do sistema operacional em substituição de um HD mecânico convencional e uso leve, sendo que para outros casos, pode ser mais interessante pegar um modelo que disponha de “DRAM Cache”, que é algo que realmente faz a diferença no desempenho das unidades SATA ou até mesmo partir para o M.2 NVMe. Por fim, outro ponto que é importante se atentar são os possíveis problemas que podem ocorrer na compra de produtos importados como esse: possibilidade de a mercadoria ser taxada, demora na entrega e apesar do fabricante oferecer garantia de 3 anos, sabe-se lá como é esse procedimento com os possíveis custos com frete internacional.

E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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3 Responses

  1. Incrível a análise, fiquei apenas decepcionado com o SSD por usar esse Phison S11 problemático

  2. Bruno Weber disse:

    Opa. To com um XrayDisk NVME Pro de 512gb que congela em alguns momentos principalmente jogando, existe alguma forma de contornar isso? O PC simplesmente trava e reinicia.

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