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[Review] 2×8 GB Zadak Spark RGB 4133 CL19 – Samsung B-Die – Testes e resultados

Fala pessoal, tudo bom?

Nesse review irei analisar um kit de memória da Zadak, pertencente a série “Spark RGB DDR4”, a qual oferece modelos de 2666MHz até 4133MHz, em módulos de 8 ou 16 GB, que podem ser adquiridos separadamente ou em kits de 16 GB ou 32 GB. O produto dessa análise é um kit de 16 GB com dois módulos, frequência de 4133MHz, timings 19-21-21-43 e tensão de operação de 1.4V.

Os pentes de memória vem em uma caixa retangular com uma ilustração do produto, onde na parte de trás, figuram informações a respeito das memórias e etiquetas constando a capacidade e frequência. As memórias vêm protegidas por um “blister” plástico que cumpre bem o seu papel de proteger contra possíveis maus tratos no transporte.

Em relação ao dissipador, a Zadak optou por um dissipador de alumínio preto com detalhes prateados e iluminação RGB, o que resultou em um visual bastante diferenciado. No que diz respeito a sincronização dos leds RGB, existe suporte as soluções da ASUS, GIGABYTE, MSI e RAZER.

Ao remover o dissipador, o que felizmente acabou sendo uma tarefa bastante simples, uma grata surpresa, a Zadak optou por utilizar Samsung B-Die juntamente ao PCB. A2, que é aquele onde os chips ficam localizados mais próximos dos contatos, o que em termos práticos, pode se traduzir em maior frequência final, claro, isso se o “bin” dos chips permitir.

O Thaiphoon Burner apenas acabou por atestar aquilo que já foi confirmado ao remover o dissipador, sendo importante ressaltar que em alguns casos onde as memórias são equipadas com chips Samsung C-Die, o software os identifica erroneamente como Samsung B-Die, o que leva muita gente ao engano, afinal, esses CIs apresentam características bastante diferentes entre si, com as C-Die sendo bem inferiores para overclock.

Por fim, caso alguém venha a se interessar, nesse link é possível conferir a página do produto.

  • Configurações utilizadas:
zadak spark 4133 5

CPU:AMD Ryzen 3 5350G (Obrigado AMD!)

MOBO: MSI B550 Unify-X (UEFI A.43O)

RAM: 2×8GB Zadak Spark RGB DDR4 4133 CL19 (Obrigado Terabyteshop!)

GPU: GIGABYTE RX 5500 XT 8 GB (Obrigado Terabyteshop!)

PSU: Antec Quattro 1200W

COOLER: Water Cooler da bancada

SSD: Sandisk 120 GB

Software: Windows 10 2004 x64, TM5 0.12 1usmus config v3, AIDA64 6.32.5600 e Geekbench 3.4.2.

Objetivo e metodologia dos testes: Descobrir qual o limite para uso diário das Zadak Spark RGB 4133 usando o Ryzen 3 PRO 5350G, além da frequência máxima para benchmarks nessa plataforma.  Para facilitar a compreensão dos resultados, eles foram separados em dois grupos:

1) XMP: Trata-se do máximo possível de se obter apenas carregando o perfil XMP e subindo clock/tensão, parando nos 4733MHz 1:1 com FCLK @ 2366MHz que é o limite para o exemplar de Ryzen 3 PRO 5350G utilizado, claro, isso se a memória que estiver sendo testada conseguir chegar lá.

A vantagem dessa abordagem é que ela é extremamente simples e não demanda nenhum ajuste do usuário no que diz respeito aos timings, entretanto, você paga o preço da simplicidade com menor desempenho, pois os ajustes são feitos automaticamente pela placa-mãe e podem ser bastante relaxados.

2) 24/7 com ajuste fino: E aqui, foram feitos ajustes manuais em todos os timings possíveis visando obter o melhor resultado possível com viabilidade para uso diário. Por conta disso, quando possível, será testado além dos 3800MHz para explorar qual seria o limite da memória em outras CPUs ou plataformas que se beneficiem das frequências elevadas, como, por exemplo, as APUs Renoir e Cezanne e os CPUs Intel, visando “ajudar” os donos dessas plataformas, porém, no caso dos Ryzen 3000 e 5000 baseados em chiplets, o ajuste de melhor desempenho e mais simples de ser obtido geralmente é aquele usando o FCLK sincronizado com a memória, no caso, 3800MHz (RAM) e 1900MHz (FCLK). Nesse artigo consta uma explicação detalhada do porque isso ocorre, de forma que fica a recomendação da leitura para uma melhor compreensão do assunto.

Nos casos 1 e 2, foram utilizados o TM5 0.12 1usmus config v3 para verificar estabilidade, o AIDA64 para ter noção dos números de banda/latência e o Geekbench 3.4.2 para ter uma melhor ideia do desempenho. Para esses testes, a CPU foi travada em 4.4GHz com 1.3V.

  • XMP:

Com essa abordagem, foi possível obter estabilidade no TM5 com 4200 MHz usando tensão de 1.5V, o que é um resultado bom se consideramos o mínimo esforço empreendido para obtenção desse número, porém, como veremos adiante, fazendo dessa maneira, os timings acabam ficando extremamente relaxados, definitivamente não aproveitando em nada o maior trunfo dos chips Samsung B-Die, que é a capacidade de trabalhar com timings bastante apertados.

Apesar o tCL padrão ser 19, os Ryzen costumam trabalhar bem apenas usando tCL par, por isso, a placa-mãe tratou de arredondar para o próximo número par, no caso, 20. Ao tentar forçar tCL 19 manualmente, mesmo com GDM OFF, o resultado foi falha no post.

  • 24/7 com ajuste fino:
zadak spark 4133 timings

Com os ajustes finos, foi possível melhorar consideravelmente vários timings relevantes para o desempenho, trazendo ganhos notáveis em relação ao XMP. Como é possível ver na tabela acima, foi possível obter estabilidade em 3800 MHz usando tCL 14, relaxando o tRCDRD/WR, tRP para 15 e tRFC de 260, tudo isso usando VDIMM em 1.5V, o que, em geral, é considerado seguro para memórias equipadas com esses chips, inclusive com diversos outros modelos usando essa tensão como padrão.

É interessante observar que esses Samsung B-Die costumam ser bastante sensíveis em relação à temperatura, apresentando erros nos testes de estabilidade ao exceder a barreira dos 50 °C, algo que acabou não ocorrendo durante os testes a 3800 MHz, não sendo necessário o uso de uma ventoinha soprando diretamente sobre a memória, porém, cabe ressaltar que os testes são realizados em bancada e que a temperatura dentro do case tende a ser maior, portanto, é de bom-tom manter ao menos algum fluxo de ar sobre as memórias.

Além disso, também foi possível obter 4266 MHz com 16-17-17-17-42-360 mantendo os 1.5V, o que é uma excelente marca para aqueles que possuem processadores que se beneficiam dessas frequências mais elevadas, ou seja, APUs Renoir/Cezanne e Intel Comet Lake e Rocket Lake, porém, cabe observar que foi necessário subir a tensão do VDDSOC acima dos 1.3V para obter estabilidade, o que talvez não seja muito seguro para uso diário do ponto de vista da CPU.

Abaixo, os números de Leitura/Escrita/Cópia/Latência, obtidos no benchmark do AIDA64 e também no sub teste de memória do Geekbench 3.4.2, lembrando que todos esses resultados passaram no teste de estabilidade do TM5 0.12 v3 e ao menos especificamente para essas amostras, representa algo que pode ser usado diariamente. Notem a brutal diferença nos resultados entre 3800 MHz e até mesmo 4200 MHz XMP, tudo isso veio por conta do ajuste manual dos timings!

Benchmark em frequência máxima:

Visando verificar a frequência máxima para essas memórias em um benchmark competitivo, foi possível completar a maior parte dos testes rodando a 4800 MHz com timings ainda mais apertados, “módicos” 2V nas memórias, 1.45V no VDDSOC e “maxmem” limitado em 3.5 GB, algo que é necessário com as Samsung B-Die. Assim, foi possível chegar a insanos 11494 pontos no “Memory Score” do Geekbench 3, um resultado absolutamente brutal! 😀

4800 bench

Aproveitando a deixa de uma sessão de overclock extremo com o Ryzen 5 5600X, também foi possível validar 5000MHz 14-14-14-28-42-1T com “leves” 2.05V, o que infelizmente não se mostrou estável para benchmark, um pouco por conta da própria CPU, que apresentou instabilidades no controlador de memória com toda essa frequência e temperatura de -190 °C (full pot), sendo necessário mantê-la acima disso para essa validação.

zadak 5000c14

Conclusão:

As Zadak Spark RGB DDR4 4133 apresentaram boa compatibilidade com a plataforma AMD, funcionando normalmente com XMP, sendo necessário observar que por uma particularidade da plataforma, o tCL impar acaba sendo sempre “arredondado” para o próximo valor par. Ao se fazer overclock com o ajuste XMP, foi possível obter estabilidade em 4200MHz apenas aumentando a tensão das memórias para 1.5V, o que é uma boa marca, especialmente considerando o mínimo esforço empreendido para se chegar nesse resultado.

Já com o ajuste manual, foi possível obter 3800 MHz 14-15-15-15-28 com tRFC em 260 e 1.5V, o que se mostrou um bom acerto para uso diário nos Ryzen 3000 e 5000 baseados em chiplets, inclusive superando em desempenho o ajuste 4200MHz XMP. Para aqueles que possuem CPUs que se beneficiam de frequências altas nas memórias, também foi possível obter 4266 MHz com 16-17-17-17-42-360 mantendo esses mesmos 1.5V, o que é viável apenas em kits Samsung B-Die com chips de excelente qualidade.

Sobre os resultados em benchmarks, ao esticar a tensão para algo na casa dos 2V e limitar o SO aos 3,5 GB, o que é algo recorrente aos módulos equipados com Samsung B-Die nessas situações mais extremas, foi possível completar a maioria dos testes com 4800 MHz 14-13-13-13-28-220 1T, o que é excelente e talvez nem seja o limite para essas memórias, afinal, ainda foi possível validar 5000MHz com CL14 usando um Ryzen 5 5600X no LN2.

Em relação à disponibilidade e preço, nesse momento (3/10/2021), as Zadak Spark RGB DDR4 4133 se encontram por R$1769,00, o que é sem a menor dúvidas um valor elevado para um kit de memória de 16 GB (2×8 GB), porém, é necessário lembrar que os kits equipados com chips Samsung B-Die por si só já costumam ter um extra ($$$) no seu preço, junte a isso o fato de quanto maior a “qualidade”, o bin, dos chips, maior também será o seu custo, portanto, se você é um usuário menos “hardcore”, pode ser interessante buscar por outras alternativas nesse valor, incluindo kits de 32 GB, porém, se o seu negócio é fazer estrago em benchmark ou simplesmente quer memórias DDR4 de altíssimo desempenho a qualquer custo, pode confiar que esse produto vai entregar aquilo que você quer!

E é isso! Dúvidas, perguntas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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9 Responses

  1. Mauricio Ferreira Santos disse:

    Kitzinho violento de bão. Parabéns por mais um review!

  2. Rennan Loopes disse:

    Excelentes testes como sempre, ansioso pelo seus futuros testes com as novas ddr5, abs!!!

  3. Gustavo disse:

    Ótima análise Giancarlo! Tenho um kit 2x8gb XPG ADATA 4133mhz CL19 com chip Samsung B-die tbm e consigo estabilizá-lo em 3800mhz 14-14-14-34 com 1.54v usando uma B550M Silver (Biostar) e um R5 3600 a 4.625mhz 1.3v no vcore e 1.15v no vsoc. Você acha seguro usar essa voltagem nas memórias ?

  4. Luiz Felipe disse:

    Tenho uma grande dúvida! Vendo os seus reviews de vários modelos de memórias chinesas, e todas elas com bons resultados, fica a pergunta: Existe algum ponto (SALVO A GARANTIA NO BR NÉ?) que justifique comprar as memórias de marcas famosas, como corsair, Kingston HyperX, Adata XPG, Gskill, Crucial e etc? Sei lá.. qualidade do pcb, qualidade da solda, durabilidade comprovada, etc…. Eu, sinceramente, tenho um certo preconceito com essas DRAM da china… dá na mesma comprar uma markvision que daqui 2 anos já deu pau… Nos SSDS é impressionante a quantidade de reclamação e produto defeituoso… Um kingspec 120gb 2.5″ do meu cliente durou 5 dias… No mais, aguardo sua resposta e parabéns pelo conteúdo divulgado aqui! Vou tirar um fim de semana para ler todos os seus artigos!! Muita informação valiosa!

  5. Roberto Veras disse:

    Tenho esse mesmo kit aqui, mas da versão de 3600MHz, tirei o dissipador e descobri que era B-DIE, consegui estabilizar em 4000MHz 1:1 CL 15-15-15-35-90, fiz alguns ajustes nos times secundários se baseando no desse artigo, passou tranquilamente no TM5 e outros aplicativos de teste de ram que usei, achas seguro para o dia a dia usar 1.5V? Sei que samsung b-die de costume já trabalha com até 1.5V, mas fico com um pouco de receio.

    • Olá Roberto,

      Se a temperatura das memórias estiver em dia, leia-se, manter ali em no máximo uns 50 °C, tá tranquilo.
      Não que vá matar a memória acima disso, mas é que pode aparecer um erro ou outro em teste de estresse e instabilidade em uso diário nunca é algo legal. 🙂

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