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[Review] SSD SATA Weijinto 256 GB

Fala galera, tudo tranquilo?

Nesse review irei analisar um SSD da Weijinto, que se trata de mais uma marca que vende seus produtos no AliExpress. O modelo em questão utiliza a ‘interface’ SATA e form-factor de 2,5”, oferecendo capacidades que vão desde os 120 GB até 1 TB, onde a unidade analisada é a de 256 GB.

Em relação à embalagem, o SSD veio dentro de uma embalagem anti-estática lacrada, protegido por plástico bolha dentro de uma caixa de papelão genérica, portanto, a ausência de uma embalagem diferenciada destacando o produto e a marca certamente é um dos aspectos a contribuir com o seu preço atrativo, de todo modo, a mercadoria chegou intacta no destino, então, é possível dizer que ela cumpre o seu papel principal, que é a de proteger o seu conteúdo.

Sobre o SSD, a carcaça é de plástico onde em um dos lados temos uma etiqueta com o nome da marca escrito “WEJINTO” e do outro, informações como número de série, capacidade, modelo, um QR Code e o nome da marca escrito “WEIJINTO”, a qual é a grafia usada no anúncio. Da fixação das partes do “chassis”, ele é apenas encaixado nas laterais, portanto, não usa parafusos para fixação.

Dos componentes utilizados, a Weijinto optou pela controladora da Yeestor, que se trata de uma empresa de origem chinesa que fabrica componentes para SSDs, memórias para uso embarcado e pendrives, onde a YS9082HC foi a controladora e das suas características, ela é SATA “DRAM Less” de quatro canais com suporte a NANDs 3D MLC/TLC e QLC.

Por ser tratar de um SSDs “DRAM-Less”, é necessária a implementação de alguma solução para compensar a falta da DRAM, afinal de contas, ela é usada para armazenar uma espécie de “mapa dos endereços de memória” para o SO saber onde as informações estão gravadas no SSD e quando ela não é presente, é normalmente usada a própria NAND para isso.

O grande problema dessa “solução” é que a memória NAND é mais lenta que a RAM e a sua “vida útil” , também chamada ‘Endurance’, é algo em função do número de escritas realizadas, o que significa que simplesmente utilizar a NAND para isso vai acabar comprometendo o SSD em duas frentes: desempenho e durabilidade.

Para mitigar esse “efeito” indesejado, os fabricantes das controladoras adotam diferentes estratégias, onde a mais usual é o chamado “SLC Cache”, que consiste separar um pedaço da NAND que será usado como um cache de escrita, onde ele irá trabalhar como se fosse “SLC”, ou seja, gravando em apenas 1 bit da célula, o que efetivamente dá um “boost” no desempenho do SSD com um compromisso muito menor na durabilidade. É evidente que essa abordagem apresenta limitações, por exemplo, se você estiver lidando com arquivos muito grandes ou se a unidade estiver cheia, então o desempenho tende a despencar.

Em relação às memórias NAND adotadas, são dois chips sem marcação, porém, ao utilizar a ferramenta de flash-id para essa controladora, as NAND foram identificadas como Micron/Intel N38A, que se tratam de memórias QLC com 128 layers e no caso, apenas um die por chip.

Por fim, caso alguém venha a se interessar, nesse link pode ser encontrada a página do produto. Também cabe ressaltar que os componentes utilizados podem variar entre as amostras, de forma que os resultados a serem apresentados se referem as unidades com a mesma configuração da amostra que tenho em mãos.

  • Configuração utilizada:

CPU: AMD Ryzen 5 3600 (Obrigado AMD!)

MOBO: ASUS TUF X570-PLUS/BR (Obrigado Terabyteshop!)

RAM: 2x8GB Crucial Ballistix Sport LT 3200CL16 (Obrigado Terabyteshop!)

GPU: GIGABYTE RX 5500 XT 8 GB (Obrigado Terabyteshop!)

PSU: Seasonic M12II Bronze 750W

COOLER: XPG Levante 240 (Obrigado XPG!)

SSD: Weijinto SATA 256 GB

Software: Windows 10 x64 21H1, Anvil Storage Utilities V110, Crystalmark 7.0.0 x64, DiskBench, FFXIV Shadowbringers Benchmark, HD Tune Pro 5.75 e PCMark10.

Objetivo dos testes: Aferir o desempenho do SSD em diversos benchmarks que simulam diferentes condições de uso. Para obtenção desses números, o SO está instalado em outra unidade enquanto no SSD de teste foram instalados apenas o PCMark10, o FFXVI Benchmark e a cópia da pasta do GTA V.

Maiores detalhes acerca dos testes estão contidos nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Resultados:

Para melhor organização dos resultados, os benchmarks foram separados em “Testes do mundo real” e “Benchmarks sintéticos”, onde os primeiros tendem a simular o uso normal do PC, ou seja, tempos de carregamento de aplicações, jogos e cópia de arquivos, enquanto o segundo grupo, o dos “Benchmarks sintéticos”, mostram números de desempenho em leitura/escrita/IOPS em algumas situações usando tipos de dados pré-definidos.

  • Testes do “mundo real”:

Foram feitos os seguintes testes:

  1. DiskBench: Essa ferramenta permite mover um arquivo ou pasta de um lugar para o outro e salvar o tempo que levou para isso assim como a taxa de transferência média, no caso, visando simular uma situação de uso real fazendo backup da pasta de instalação de um jogo, foi escolhido a do SOTTR da Steam que possui “apenas” 34 GB e foi copiada dentro da mesma unidade, em outras palavras, foi feito uma cópia do ‘G:\SOTTR’ para o ‘G:\Diskbench’.
  2. FINAL FANTASY XIV: Shadowbringers Benchmark: Esse teste inclui além dos resultados gráficos, os tempos de loading de cada cena, o que é interessante, pois essa ferramenta dispensa o uso de um cronômetro externo, que seria uma fonte de “imprecisão” nos resultados.
  3. PCMark10: Uma “run” customizada apenas com o subteste “App Start-Up Score”, que basicamente mede o tempo de carregamento de uma série de aplicações de produtividade como OpenOffice, GIMP, Chromium e Firefox tanto para partida “fria”, que é a primeira vez que o aplicativo é aberto e uma segunda partida “quente”, que é após a “fria” e normalmente é mais rápida por conta do sistema já ter armazenado muita coisa em cache. Ao fim, ele retorna uma pontuação que pode ser usada para comparar diferentes SSDs.

Definitivamente essa unidade da Weijinto deixou muito a desejar no que diz respeito ao desempenho, ficando em último lugar no FFXIV e no PCMark10 e penultimo no Diskbench, o que não é exatamente uma vitória, afinal, a taxa de transferência ainda ficou aquém dos 20 MB/s, o que é muito baixo, porém, esperado para um SSD SATA “DRAM Less” usando memórias QLC.

  • Benchmarks sintéticos:

Antes de apresentar os resultados nos benchmarks sintéticos, é necessário esclarecer que os fabricantes de SSD de forma geral costumam rotular as especificações de seus SSDs usando escrita/leitura sequencial como parâmetro, entretanto, mesmo que se trabalhe com arquivos grandes, toda vez que você abre uma aplicação, o SO também acessa diversas DLLs necessárias para o funcionamento desse programa, sendo que essas costumam ser pequenas em tamanho e correspondem a leituras/escritas aleatórias em arquivos de até 16 KB.

Em outras palavras, se o seu uso para o PC for algo como navegar na internet, ouvir música ou mesmo jogar, deve-se prestar muita atenção nos resultados de leituras/escritas aleatórias até 16 KB, pois essa é a operação que você mais utiliza, portanto, com maior impacto no “uso real”.

Caso alguém tenha interesse em verificar em tempo real essas operações, sugiro utilizar o software DiskMon, que é uma ferramenta gratuita disponibilizada pela Microsoft que monitora essas operações e permite a gravação de log para posterior análise dos dados. Também recomendo a leitura desse excelente artigo do pessoal do thessdreview, que aborda justamente essa questão.

A respeito dos benchmarks sintéticos, foram utilizados os seguintes softwares:

  1. Anvil Storage Utilities: Esse software faz uma série de testes de leitura/escrita e retorna os resultados em termos do IOPS (operações de entrada/saída por segundo), tempo de resposta, MB lidos/escritos, MB/s e uma pontuação geral que pode para ser comparado com outros SSDs. Ele também permite ajustar o tipo de dado a ser utilizado, sendo que os resultados aqui utilizados se referem a configuração padrão do software (dados 100% incompressíveis e arquivo de testes de 1 GB).
  2. Crystalmark 7.0.0 x64: Esse benchmark usa dados aleatórios, faz testes de leitura/escrita sequenciais e em blocos de até 4 KB. Também é importante frisar que os resultados aqui apresentados não são de todo comparáveis com as versões anteriores do Crystalmark, o que exige cautela na hora de se fazer comparações.
  3. Iometer 1.1.0: Para tentar identificar a proporção do disco alocado para “SLC Cache”, foi utilizado o Iometer configurado para fazer 100% de escritas sequenciais, o que na maior parte dos casos deve ser suficiente para descobrir como o fabricante configurou o “SLC Cache” da unidade e caso não seja, o software oferece flexibilidade nos ajustes para se tentar outras configurações.

Novamente, nos benchmarks sintéticos, a situação foi novamente muito semelhante àquela encontrada em parte dos “testes do mundo real”, com a unidade da Weijinto apresentando desempenho pobre.

Já no Iometer, é possível ver que o “SLC Cache” cobriu cerca de 65 GB, apresentando desempenho máximo nessa situação, com uma taxa de transferência de cerca de 366 MB/s, enquanto ao esgotar o SLC Cache, a média caiu para de aproximadamente 19 MB/s, o que era de se esperar para as NAND’s QLC e condizente com o número apresentado no Diskbench.

Nos gráficos abaixo, é possível ver como se comportou o SLC Cache dessa unidade, onde a segunda imagem mostra um “zoom” que permite ver o que se passa com todos aqueles picos que aparecem no gráfico total.

  • Conclusão:

Diantes dos testes e resultados apresentados, foi possível chegar nos seguintes pontos:

O Weijinto SATA 256 GB em boa parte dos benchmarks acabou ficando na lanterna do comparativo de desempenho, escapando apenas no Diskbench, onde ele ficou em penúltimo, apresentando taxa de transferência abaixo dos 20 MB/s, o que é “mérito” das NAND QLC em um SSD SATA “DRAM Less” como esse. É importante ressaltar que um SSD não se torna um mau produto com desempenho pífio apenas por usar NANDs QLC, vide o Intel 660P que foi recentemente testado aqui no site e se mostrou decente, porém, em uma implementação de baixo-custo como essa, isso acaba sendo um grande problema, de maneira que diante dos resultados apresentados, fica difícil recomendar essa unidade até mesmo para instalação do SO.

Em relação ao preço, nesse momento (17/12/2021) o Weijinto SATA 256 GB pode ser adquirido na loja oficial do fabricante no Aliexpress por pouco mais de 22 dólares, cerca de 137 reais, o que infelizmente se trata de um claro exemplo daquele velho ditado: “O barato sai caro”, de maneira que é possível encontrar outros SSDs SATA “DRAM Less” usando 3D TLC por preço similar, então, a sugestão é correr desse modelo da Weijinto, a não ser que tenha a certeza que virá um exemplar 3D TLC, o qual tende a apresentar desempenho no mínimo um pouco melhor.

Por fim, por se tratar de um produto importado é importante se atentar são os possíveis problemas que podem ocorrer na compra, como: possibilidade de a mercadoria ser taxada, demora na entrega e execução da garantia, afinal, sabe-se lá como é esse procedimento com os possíveis custos com frete internacional.

E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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3 Responses

  1. Oles aka disse:

    Hi! Giancarlo!
    Respect for your reviews. It would be interesting to see more details about the hardware components of the subjects in your reviews. For example, there is a wonderful toolkit in the public domain that helps to clarify points on the onboard nand-flash, the true firmware and controller hiddens by some ssd-vendors
    more device support tools, including for Yeestor (SiliconGo) utility http://vlo.name:3000/ssdtool/ and notification http://vlo.name:3000/ssdtool/history.html
    more details https://www.reddit.com/r/NewMaxx/wiki/software#wiki_utilities

  2. jorge carlos da silva disse:

    Hi where can i find drive/firmware for ssd weijinto ?

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