Review – 2x16GB Kingston FURY Renegade DDR5 8000CL38 – Hynix A-Die – Um kit de memória furioso!

Fala pessoal, tudo bom?

Nessa review iremos analisar um kit de memória DDR5 Kingston, da série FURY Renegade, que oferece modelos que vão dos 6000 aos 8000 MT/s, em módulos de 16, 24, 32 ou 48 GB, podendo ser adquiridos separadamente ou em kits de 32 GB, 48, 64 ou 96 GB. O produto dessa análise é um kit de 32 GB com dois módulos de 16 GB, 8000 MT/s, timings 38-48-48-80 e tensão de operação de 1.45V.

Os pentes de memória vem em uma caixa retangular com uma ilustração do produto, logomarca da fabricante e modelo, enquanto na parte de trás, novamente, existe enfase ao modelo e uma etiqueta constando as suas especificações, onde o código desse modelo é KF580C38RSK2-32.

Em relação ao dissipador, para essa série, a Kingston optou por um dissipador de alumínio cujas partes são unidas por dois parafusos, apresentando thermalpads tanto nos chips de memória quanto no PMIC, o que é ótimo.

O exemplar testado não possui qualquer tipo de iluminação, porém, também são oferecidos modelos com a mesma especificação na linha FURY Renegade RGB, que como o próprio nome já diz, conta com iluminação RGB.

A respeito dos chips, para essas especificações, só poderiam ser os “famosos” SK Hynix A-Die, que se tratam de um die de segunda geração da fabricante coreana, com densidade de 16 Gb.

Apesar de também ser “Hynix A-Die” isso não significa que todos os kits usando esses chips sejam iguais no que diz respeito a qualidade e capacidade de overclock, afinal, existe diferença no “bin” dos chips, de todo modo, esse é um kit 8000 CL38, o que por si só deve garantir que os chips utilizados sejam de qualidade ao menos respeitável.

Sobre o PMIC, que é o circuito integrado responsável pela alimentação do módulo de memória, foi adotado uma unidade da Richtek, a qual é compatível com o “High Voltage Mode”, o que nesse caso específico trata-se de uma obviedade, já que o VDD/VDDQ padrão dessas memórias é de 1.45V

Caso tenha interesse, os únicos jeitos de adquirir essas memórias aqui no Brasil são por meio da loja oficial da fabricante, onde consta um aviso que esse se trata de um produto importado, ou por importação independente. As lojas locais oferecem apenas as Fury Renegade com configurações de frequência e latência menos agressivas.

Configurações utilizadas:

CPU: AMD Ryzen 7 7700X (Obrigado AMD!)

MOBO: GIGABYTE B650M Aorus Elite AX (UEFI F8a)

RAM: 2x16GB Kingston FURY Renegade 8000CL38 1.45V – KF580C38RSK2-32 – (Obrigado Kingston!)

GPU: Powercolor RX 6800 XT Red Devil 16 GB

PSU: Coolermaster MWE 1250 Gold V2

COOLER: 1STPlayer TS-360

SSD: Goldenfir 256GB NVMe

Software: Windows 10 x64, TM5 0.12 1usmus, Geekbench 3.4.4, y-cruncher 1b, Cyberpuno 2077 v2.0, Shadow of the Tomb Raider, Horizon: Zero Dawn.

Objetivo e metodologia dos testes:

Descobrir qual o limite para uso diário das Kingston usando o Ryzen 7 7700X aproveitando-se do novo AGESA 1007b, que permite melhor explorar as capacidades da memória.  Para facilitar a compreensão dos resultados, eles foram separados em dois grupos:

1) XMP/EXPO: O objetivo aqui é testar se é possível operar com estabilidade usando o perfil EXPO, caso disponível, e XMP de fábrica, eliminando aquele teste de overclock que costumávamos fazer nessas condições.

Essa mudança foi necessária por conta desse “overclock fácil” não fazer mais sentido, já que a maioria das memórias com perfil EXPO disponíveis no mercado ainda são de até 6000 MT/s, o que está próximo do limite do Ryzen com UCLK 1:1 e para o XMP, caso ele seja acima dos 6400 MT/s, será necessário fazer alguns ajustes finos para se obter estabilidade, algo que pode mudar com futuras versões de AGESA.

2) 24/7 com ajuste fino: E aqui, foram feitos ajustes manuais em todos os parâmetros possíveis visando obter o melhor resultado possível com viabilidade para uso diário, indo no limite dos modos 1:1 e 1:2.

Nos casos 1 e 2, foram utilizados o TM5 0.12 1usmus para verificar estabilidade, o Geekbench 3.4.4 e y-cruncher 1b para ter uma melhor ideia do desempenho em benchmarks sintéticos, o Cyberpunk 2077 v2.0, o SOTTR e o Horizon: Zero Dawn para ter noção do desempenho em jogos. Em todos os jogos foram usadas a ferramenta de benchmark integrada em 1080p High, com RT desativado.

Para esses testes, a CPU foi travada em 5.3GHz com 1.25V e o FCLK em 2166MHz, sendo esse o máximo estável para esse exemplar. É necessário lembrar que nos Ryzen 7000 “Raphael”, não existe mais aquela observação para se manter o FCLK trabalhando na mesma proporção do clock da memória, ou seja, antes de partir para o ajuste dessas ultimas, é interessante testar o limite do FCLK, cujo limite ficará entre 2000 e 2200 MHz.

Timings – AMD

• XMP / EXPO:

Para esse modelo, a Kingston optou por não incluir um perfil EXPO e sim três XMP diferentes, no caso, 7200, 7600 e 8000 MT/s, o que foi uma decisão acertada, afinal, ao contrário do que reza a lenda, atingir os 8000 MT/s não é uma tarefa simples em nenhuma plataforma disponível atualmente, seja por variação da qualidade da controladora de memória, limitação da placa-mãe ou necessidade de ajustes mais complexos.

Dito isso, com o nosso hardware de teste, foi possível usar o perfil XMP DDR5-7600 com total facilidade, bastando ativar o perfil. É possível usar o DDR5-8000 caso o usuário recorra ao ajuste manual das impedâncias de terminação e outros parâmetros do “DDR Nitro Mode”, mas cabe lembrar que a ideia dos perfis EXPO/XMP é justamente manter as coisas simples, portanto, não faz sentido recorrer a ajustes avançados aqui.

Novamente, cabe salientar que isso é uma limitação das atuais plataformas e não da memória, cujo XMP lida apenas uma gama limitada de timings e zero ajustes de sinal e que como veremos adiante, elas são capazes de trabalhar com estabilidade a 8000 MT/s com ajustes bem mais agressivos que o padrão.

• 24/7 com ajuste fino:

Ao fazer os ajustes finos, foi possível melhorar consideravelmente todos os timings, isso ainda se mantendo dentro do limite de 1.43V para o VDD/VDDQ, ou seja, abaixo do 1.45V padrão dessas memórias!

Para obter os 6400 MT/s, não houve maiores complicações, bastando ajustar corretamente os timings para se obter estabilidade, onde o tRFC, tREFI, os timings primários e o Geardown Mode tendem a ser os mais influentes no desempenho. Aqui também é importante observar que não é todo exemplar de Ryzen 7000 que consegue operar a 6400 MT/s 1:1 com estabilidade e nesse caso, recomenda-se abaixar para 6200 MT/s mantendo os mesmos timings.

Como dito anteriormente, essas memórias foram capazes de trabalhar nos 8000 MT/s com estabilidade após fazer os ajustes nos parâmetros de sinalização especificos da plataforma AM5, mas não só isso, foi possível apertar consideravelmente todos os timings, inclusive os primários, e tudo isso com tensão de apenas 1.43V no VDD/VDDQ, o que seria menor do que o rotulado pela fabricante e um claro indicativo da qualidade dos chips utilizados, já que 8000 CL36 1.43V definitivamente não é para qualquer memória!

Benchmarks:

A seguir, temos os números de desempenho no sub teste de memória do Geekbench 3.4.4, no y-cruncher 1b, além do Cyberpunk 2077, SOTTR e do Horizon: Zero Dawn, que foram incluídos para dar uma dimensão dos ganhos na plataforma AM5 além dos benchmarks sintéticos.

É claro que esses números podem ser diferentes em outros processadores e plataformas, por exemplo, o desempenho com frequência de memória mais elevada tende a aparecer mais nos processadores Intel de 12ª/13ª/14ª geração e ainda que os ajustes mudem e também dependam de outras variáveis, ao menos em tese, esse kit deve atingir ou até mesmo exceder os 8000 MT/s nas CPUs do lado azul da força, bastando ter uma placa-mãe adequada e um exemplar de CPU premiado.

Lembrando que todos esses resultados passaram no teste de estabilidade do TM5 0.12 v3 e ao menos especificamente para essas amostras, representam algo que pode ser usado diariamente.

Benchmarks competitivos:

Além dos resultados em uso geral, também foram feitos testes em condições mais “soviéticas” voltadas a uso em overclock competitivo, onde foi possível reduzir os timings primários e melhorar os resultados no GB3 e y-cruncher 1b em relação aos obtidos com o AGESA anterior ao 1007b, que era limitado a 6400 MT/s.

Dessa maneira, foi possível completar o Geekbench 3 e o y-cruncher 1B @ 8080 MT/s 32-44-44-42-80 usando VDD de 1.7V e VDDQ em 1.55V, o que é um excelente resultado e provavelmente longe do limite da Fury Renegade, já que atualmente, é necessário usar o BCLK para exceder os 8000 MT/s na plataforma AM5, o que causa problemas adicionais de estabilidade em placas sem gerador de clock externo, como é o nosso caso.

Conclusão:

O kit Kingston FURY Renegade de 32 GB (2×16 GB) DDR5-8000, apesar de contar apenas com XMP, apresentou boa compatibilidade com a plataforma AMD, funcionando normalmente com o perfil 7600 MT/s sem intervenção do usuário. Apesar dessa frequência estar abaixo do rotulado, isso se deve ao fato da plataforma de testes precisar de ajustes especificos de sinalização para obter estabilidade com frequências maiores que essa e não um problema com as memórias em si.

Com o ajuste manual, enquanto usando o UCLK em 1:1, foi possível atingir DDR5-6400 CL30 com total estabilidade, onde esse ajuste tende a ser mais simples de se obter e talvez mais interessante para as CPUs com apenas 1 CCD. Já com UCLK em 1:2, a Kingston foi capaz chegar aos prometidos 8000 MT/s com timings bem mais agressivos e tensão menor que a rotulada, o que é excelente e mostra que a fabricante não economizou na qualidade dos chips de memória utilizados aqui.

Sobre os benchmarks competitivos, foi possível completar os benchmarks a 8080 MT/s CL32 com módicos 1.7V no VDD e 1.55V no VDDQ, o que é uma excelente marca e muito provavelmente ainda está longe do limite das memórias, que no caso dos Ryzen 7000, depende do BCLK para ir além dos 8000 MT/s, o que acaba sendo um problema nas placas-mãe sem gerador de clock externo.

Em relação à disponibilidade e preço, infelizmente a Kingston FURY Renegade DDR5-8000CL38 não pode ser encontrada localmente, onde o único jeito de adquirir esse produto é por meio de importação, seja pela loja oficial da marca, que nesse caso, vem por pouco mais de R$3200 ou de forma independente, onde ela costuma ser encontrada lá fora por valores entre 250 e 300 USD.

De todo modo, se você procura um produto topo de linha que tenha a “benção” da fabrica sobre a capacidade de atingir frequências elevadas, essa torna-se uma séria opção a se considerar, contudo, cabe lembrar que atingir DDR5-8000+ nas plataformas atuais, seja AMD ou Intel, tem seus desafios e pode não ser algo trivial como muitos fazem parecer.

E é isso! Dúvidas, perguntas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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