Review – SSD Pichau Kepler Z1 1TB – Mais um SSD possivelmente problemático?
Hoje, testaremos um SSD NVMe da Pichau, do segmento intermediário, modelo Kepler Z1, o qual a própria Pichau nos enviou para testarmos. Obrigado 🙂 .
Ele vem no formato M.2 com barramento de 32Gbps, ou seja, 4 linhas PCIe 3.0, protocolo NVMe 1.3 e capacidades que variam desde 512GB até 1TB, o que deixa a desejar sem capacidades de 2TB. Seu preço na unidade de 1TB geralmente se encontra na faixa dos R$419. Enquanto a unidade de 512GB fica um pouco mais barata, próximo dos R$259.
Especificações do Pichau Kepler Z1 1TB
A seguir, informações mais detalhadas sobre o SSD que será testado (unidade de 1TB):
Softwares do SSD
Infelizmente, estes SSDs não possuem um software proprietário, necessitando programas de terceiros para o seu gerenciamento.
Unboxing
A embalagem do SSD é bem simples, nas cores preto e azul, com o nome do SSD e sua capacidade em sua parte frontal. Na parte de trás temos breves informações sobre o SSD como suas velocidades e outros dados como dimensões e garantia.


Ao remover o SSD da caixa, ele vem em um suporte plástico anti estático acompanhado do material de tutorial de instalação e termos de garantia.

O SSD tem um design double sided, ou seja, em ambos os lados do PCB serão encontrados componentes.
Um ponto positivo é que ele já acompanha um dissipador para auxiliar na dissipação de calor.


Ao desmontarmos o SSD, podemos ver melhor seus componentes internos. Referente a seu PCB, podemos notar que na parte frontal ele possui 4 componentes principais, seu controlador, sua DRAM Cache e 2 módulos NAND Flashs juntos dos demais C.I.s do VRM.
Já na parte traseira temos mais 2 componentes, 2 NANDs.


Controlador
O controlador do SSD é o responsável por fazer todo o gerenciamento de dados, over provisioning e garbage collection, dentre outras funções que ocorrem em segundo plano. E, é claro, isso faz com que o SSD tenha um bom desempenho.
Este SSD usa um controlador intermediário da Realtek: o RTS5762, modelo ARM 32-bit de “2” núcleos Cortex®(Dual-core). Trabalha com clock aproximado de 391 MHz em seus núcleos principais. Neste caso, este controlador é comum em outros projetos de SSDs Gen3 como Netac NV3000 RGB, Adata Falcon, Adata Swordfish.
Este controlador também possui suporte para até 8 canais de comunicação com barramento que não é divulgado, mas deve ser capaz de trabalhar com essas NANDs em velocidade máxima, onde cada um desses canais possui suporte até 4 comandos Chip Enable, o que possibilita este controlador se comunicar com até 32 Dies simultaneamente utilizando a técnica de Interleaving.
DRAM Cache ou H.M.B.
Todo SSD topo de linha que visa oferecer um alto desempenho consistente necessita de um buffer para poder armazenar suas tabelas de mapeamento (Flash Translation Layer ou Look-up table). Com isso, ele consegue ter desempenho aleatório melhor e ser mais responsivo.
Vemos também que este SSD acompanha 1 C.I.s como DRAM Cache da Fabricante Micron que são utilizados para armazenar as tabelas de metadados. No caso são C.I.s do tipo DDR3 modelos MT41K512M16HA-125:A remarcados como “D9SQT” que trabalha com velocidades de até 1600 MT/s com latências CL-11.
Outra curiosidade é que este controlador ele também é híbrido. Ele aloca 64 MB da memória RAM do computador para atuar como H.M.B., podendo atuar tanto como um cache de escrita quanto ser utilizado também para armazenamento da tabela de metadados
NAND Flash
Com relação a seus circuitos integrados de armazenamento, o SSD de 1TB possui 4 chips Nand flash “PF29F02T2AMCQK1”. Tratam-se de Nands da fabricante Americana Intel, modelos N38A sendo neste caso dies de 1Tb (128GB) QLC contendo 144-Layers de dados e um total de 161 gates, gerando uma array efficiency de 89.4%, onde das 161-Layers do SSD, 144 são alocadas para armazenamento, o que gera esta eficiência.

Neste SSD, cada NAND Flash possui 2 dies com 1Tb de densidade, totalizando 256GB por NAND, que ao todo se gera 1TB. Elas possuem um barramento de 1200 MT/s porém não sabemos ao certo se o controlador consegue trabalhar com esse barramento.
Neste caso estes dies conforme a publicação da Intel na ISSCC 2021 oferecem um desempenho de até 40 MB/s utilizando 4-planes com um design de 3 decks de 48-layers separados por D.W.L. (Dummy Word Lines). Em resumo, as DWLs são componentes essenciais nos dispositivos NAND Flash que ajudam a melhorar a integridade dos dados, a confiabilidade e o desempenho geral do dispositivo.
Isso foi um salto significativo em relação as Intel N28A QLC 1Tb, que tinham uma velocidade máxima de 31.5MB/s com barramento de 800 MT/s, mas é bom lembrar que embora cada die tenha essa velocidade de 40 MB/s, um SSD com 8 dies em teoria deveria ter velocidades de ~320 MB/s, porém, isso não ocorre devido ao overhead e com isso, a velocidade tende a ser bem menor do que a anunciada.
PMIC (Power Delivery)
Assim como qualquer componente eletrônico que exerce algum trabalho, SSDs também possuem um nível de consumo de energia que pode variar desde poucos miliwatts até próximo de 10 watts, beirando o limite de alguns conectores ou slots. O circuito responsável por todo gerenciamento de energia é o PMIC, que significa “Power Management IC“, um chip responsável por prover alimentação para demais componentes.



Vemos que este Primeiro C.I. marcado como “BYQ20W UI2246” trata-se de uma memória Flash SPI de 2Mb da fabricante BoyaMicro que em seu decodificador represente o C.I. “BY25Q20AWUIG“.
No VRM deste SSD também temos este C.I. marcado como “ZYESA” que trata-se de um Step-down-converter que tem como funcionalidade receber uma tensão de alimentação e reduzir e repassar para algum componente, como neste caso o controlador ou a NAND.
Ele é da fabricante Sylergy, modelo SY8029 que tem como características, suportar frequências de comutação de até 2MHz, embora deva trabalhar em frequências bem menores para uma maior eficiência. Além de conseguir fornecer até 2A de corrente junto de uma tensão de saída de 2.5V até 5.5V.
Outro componente também é o “rDFOA“ que também é outro Step-down regulator da Sylergy também. Com as mesmas tensões de entrada de 2.5V~5.5V, porém ele suporta até 3A e frequência de até 1MHz.
E por último, este C.I. marcado como “VEFIA” é um Buck-converter que tem um papel igual aos demais, da própria Sylergy também, modelo SY8053DBC que também trabalha com 3A, até 5.5V e 1 MHz de frequência.
SSD Power States
Como sempre mencionamos em análises sobre consumo de energia, neste trecho veremos mais sobre os estados de alimentação deste SSD.
Dos 5 power states que ele possui temos 3 ativos com latências excelentes e 2 em idle, até ai tudo bem, mas se estas latências de transição estiverem corretas, realmente pode ser um problema, pois para sairmos de idle para power states ativos os tempos são OK, mas do PS1 para o PS0 que é seu maior power states, estamos falandos de quase 0.2 segundos, isso para um controlador é um valor absurdamente alto.
Sem mencionar que sua temperatura Target está muito elevada, ficando mais de 100ºC à 110ºC. O SSD pode começar a sofre throttling antes, mas ainda sim, o target está muito elevado.
CURIOSIDADES SOBRE O SSD Pichau Kepler Z1
Da mesma forma que circuitos integrados de memória RAM em um pente de memória sofrem variação, o mesmo ocorre com SSDs, nos quais há casos de mudanças de componentes como controlador e NAND flashs.
Até o momento desta análise não foi encontrado uma nova variante deste SSD.
O POSSÍVEL PROBLEMA NO SSD
Em meados de 2021, testei o XPG Gammix S41 TUF 512GB quando eu ainda escrevia análises para o site do Adrenaline, na época, havia muita dúvida sobre ele por ter um preço agressivo e não ter nenhum conteúdo sobre disponível.
Quando havia testado o SSD, reparei um problema particular nele, logo após realizar o teste de SLC Cache, que é a primeira etapa nos testes, realizo um secure erase, deixo o SSD um tempo em Idle e sigo em frente para a bateria de teste. Através desta metodologia, o controlador tem tempo de sobra para recuperar o volume do SLC Cache.
Mas ocorreu que em hipótese alguma o SSD recuperava o SLC Cache, logo após ele terminar de usar seu Cache, o SSD ficava trabalhando sempre em suas velocidades de folding, o que era extremamente baixa, menos de 200 MB/s. Infelizmente, o mesmo ocorreu neste SSD.
Com muito sacrifício é possível fazer o cache ser recuperado, mesmo em idle e forçando o TRIM, o SLC Cache demora para se recuperar. Isso não é normal. E naquela época, isso foi reportado a XPG, e eles disponibilizaram um Firmware Update, que corrigiu este problema.
O mesmo ocorre com este SSD e por isso a pontuação dele é baixa em alguns benchmarks. Um outro fator que pode gerar isto também são seus power states, que se esssas latências estiverem corretas, seriam valores bem ruins e que podem ser prejudiciais ao desempenho do SSD.
BANCADA DE TESTES
– Sistema Operacional: Windows 11 Pro 64-bit (Build: 22H2)
– Processador: Intel Core i7 13700K (5.7GHz all core) (E-cores e Hyper-threading desabilitados)
– Memória RAM: 2 × 16 GB DDR4-3200MHz CL-16 Netac (c/ XMP)
– Placa-mãe: MSI Z790-P PRO WIFI D4 (Bios Ver.: 7E06v18)
– Placa de Vídeo: RTX 4060 Galax 1-Click OC (Drivers: 537.xx)
– Armazenamento (OS): SSD Solidigm P44 Pro 2TB (Firmware: 001C)
– SSD testado: SSD Pichau Kepler Z1 1TB (Firmware: VD411D70)
– Versão drive Chipset Intel Z790: 10.1.19376.8374.
– Windows: Indexação desabilitada para não afetar resultados dos testes.
– Windows: Atualizações do Windows updates desabilitados para não afetar resultados dos testes.
– Windows: A maioria dos aplicativos do Windows desabilitados de rodar em segundo plano.
– Teste Boot Windows: Imagem limpa com apenas drivers e todos os updates.
– Teste de pSLC Cache: O SSD é arrefecido por fans para não gerar thermal throtling, interferindo no resultado.
– Windows: Anti-Vírus desabilitado para diminuir variação de cada Rodada.
– SSDs Testados: Utilizado como disco secundário, com 0% de espaço sendo utilizado e outros testes com 50% de espaço utilizado para representar um cenário realista.
– Quarch PPM QTL1999 – Teste de consumo elétrico: realizo com 3 parâmetros, em idle aonde o disco é deixado como secundário e após um tempo em idle é realizado a gravação por 1 hora e tirado a média.
ONDE COMPRAR
Links comissionados da Pichau e Amazon a seguir:
Pichau – SSD Pichau Kepler Z1 512GB – R$259
Pichau – SSD Pichau Kepler Z1 1TB – R$419
Amazon – SSD Pichau Kepler Z1 1TB – R$588
CRYSTALDISKMARK
Realizamos testes sintéticos sequenciais e aleatórios com as seguintes configurações:
Sequencial: 2x 1 GiB (Blocos 1 MiB) 8 Queues 1 Thread
Aleatórios: 2x 1 GiB (Blocos 4 KiB) 1 Queue 1/2/4/8/16 Threads


Neste benchmark de velocidades sequenciais, na leitura ele fica um pouco atrás dos NV2, que por usar o barramento PCIe 4.0, consegue ultrapassar a barreira dos 3600 MB/s. Já na sua escrita, a disputa foi mais acirrada entre os 3 e aqui, não houve o problema mencionado, mas como veremos a diante, por este benchmark ser dividido em sessões, ele apresentará o problema.


Já nas suas latências, na leitura ele fica mais atrás mesmo por ser um SSD Gen3, que por ter uma largura de banda menor gera uma latência maior, o mesmo pode ser visto em sua escrita.


E é a partir daqui que vemos o problema, em sua leitura ele apresenta um resultado superior ao NV2, o que é interessante, mas em sua escrita, ele não ultrapassa os 200 MB/s, o que prova que ele não recuperou uma porção do SLC Cache para conseguir terminar o benchmark. Isso não ocorre na leitura, pois o SLC Cache neste SSD é implementado apenas em sua escrita, já que essas NANDs mesmo sendo QLCs, conseguem saturar o Barramento PCIe 3.0 x4.


Isso também pode ser notado em QD1, em que na leitura supera os NV2, mas em sua escrita como não recuperou o Cache, teve uma velocidade bem menor.
ATTO Disk Benchmark QD1 e QD4
Realizamos um teste utilizando o ATTO para observar a velocidade dos SSDs em determinados tamanhos de blocos diferentes. Neste benchmark, foi configurado da seguinte forma:
Blocos: de 512 Bytes até 8 MiB
Tamanho do arquivo: 256MB
Queue Depth: 1 e 4.


O ATTO Disk Benchmark é um software que faz um teste de velocidade sequencial com arquivos comprimidos, ou seja, para uma simulação em uma carga de transferência de dados como no Windows, geralmente vemos algo em torno dos blocos de 128KB à 1 MiB, agora, vemos na sua leitura um empate com ambos os SSDs NV2, mas em sua escrita vemos novamente aquele problema mencionado, aonde ele fica preso abaixo dos 200 MB/s.


Agora, em QD1, acabou ficando levemente abaixo dos NV2 na leitura, e na sua escrita, novamente, vemos o mesmo problema.
3DMark – Storage Benchmark
Neste benchmark, são realizados diversos testes voltados a armazenamento, incluindo testes de carregamento de games como Call of Duty Black Ops 4, Overwatch, gravação e streaming com o O.B.S. de uma gameplay à 1080p 60 FPS, instalação de alguns jogos e transferências de arquivos de pastas de games.


Neste benchmark sua pontuação foi relativamente baixa por conta do problema. Não fosse isso, ele deveria ter tido uma pontuação muito maior, mas como vemos em sua largura de banda, ele ficou “capado” em seus 240 MB/s.
PCMARK 10 – FULL SYSTEM DRIVE BENCHMARK
Aqui foi utilizada a ferramenta Storage Test e o “Full System Drive Benchmark”, que faz testes leves e pesados no SSD.
Dentre estes traces podemos observar testes como:
– Boot Windows 10
– Adobe After Effects: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Illustrator: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Premiere Pro: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Lightroom: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Photoshop: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Battlefield V: Tempo de carregamento até o menu iniciar
– Call of Duty Black Ops 4: Tempo de carregamento até o menu iniciar
– Overwatch: Tempo de carregamento até o menu iniciar
– Usando Adobe After Effects
– Usando Microsoft Excel
– Usado Adobe Illustrator
– Usando Adobe InDesign
– Usando Microsoft PowerPoint
– Usando Adobe Photoshop (Uso intenso)
– Usando Adobe Photoshop (Uso mais leve)
– Copiando 4 arquivos ISOs, 20GB ao total de um disco secundário (Teste de Escrita)
– Realizando a cópia do arquivo ISO (Teste de leitura-escrita)
– Copiando o arquivo ISO para um disco secundário (Leitura)
– Copiando 339 arquivos JPEG (Fotos) para o disco sendo testado (Escrita)
– Criando cópias destes arquivos JPEG (Leitura-Escrita)
– Copiando 339 arquivos JPEG (Fotos) para outro disco (Leitura)
Neste benchmark, o mesmo se repetiu e de maneira pior, pois é um teste com um foco um pouco maior na escrita do que o 3DMark.
TESTE DE PROJETO – Adobe Premiere Pro 2021
A seguir, utilizamos o Adobe Premiere para medir o tempo médio de abertura de um projeto de cerca de 16.5GB com resolução 4K, 120Mbps de bitrate, cheio de efeitos até que estivesse pronto para edição. Ressaltando apenas que o SSD testado é sempre como drive secundário sem o sistema operacional instalado, pois isso poderia afetar o resultado, gerando inconsistências.
Aqui não houve um impacto, pois o Premiere utiliza apenas a leitura aleatória para realizar o carregamento do projeto, que foi relativamente semelhante aos demais NV2.
TESTE DE TEMPO DE CARREGAMENTO DE GAMES E WINDOWS
Aqui temos uma comparação entre múltiplos SSDs e um HD, utilizando uma instalação limpa do Windows 10 Build 21H1 junto do benchmark do Final Fantasy XIV abrindo o modo campanha. O teste consiste no melhor resultado após três boots seguidos do sistema, considerando o tempo total até finalizar na área de trabalho com o score informado pelo aplicativo, por isso, é mais lento do que o boot até mostrar a tela da área de trabalho.
No carregamento dos jogos, ele teve um tempo “OK” e não foi impactado por este problema.
Neste programa, consta deste o tempo de boot até o carregamento dos últimos drivers do OS, o que neste caso, é feito uma instalação limpa com apenas drivers de sistema operacional, como de Rede, Wireless + Bluetooth, Áudio, Drivers Nvidia, PCH dentre outros, observamos que ele teve um tempo levemente melhor que os NV2, e que não sofreu com este problema.
TESTE DE VELOCIDADE SUSTENTADA | SLC CACHING
Boa parte de SSDs no mercado atualmente utiliza como base a tecnologia de SLC Caching, em que certo percentual de sua capacidade de armazenamento, seja ele MLC (2 bits p/ célula), TLC (3 bits p/ célula) ou QLC (4 bits p/ célula), é usado para armazenar apenas 1 bit por célula. No caso, é usada como um buffer de escrita e leitura, em que o controlador inicia a gravação e quando o Buffer se esgota ele escreve nas NAND Flash nativas (MLC / TLC / QLC).
Através do IOmeter, podemos ter uma ideia do volume de SLC cache deste SSD, já que o fabricante muita vezes não informa este valor. Pelos testes que realizamos, foi possível constatar que ele possui um volume de pSLC Cache que aparenta ser dinâmico e imenso, de cerca de 263GB, com isso, ele conseguiu manter velocidade média de ~ 1920MB/s até o fim do buffer.
Após ter gravado 263GB, ele já começa a entrar no processo de folding, afinal, ele alocou toda sua capacidade para trabalhar como pSLC, então agora vemos o verdadeiro “calcanhar de Aquíles” de SSDs QLCs. Sua velocidade sustentada foi meio baixa, tendo uma média de 150 MB/s o que é bem tradicional QLC.


Realizamos também um teste para ver quanto tempo o SSD levaria para recuperar parte de seu Buffer e no decorrer da nossa bateria de testes, que dura de 30 segundos até 2 horas em idle, utilizando o TRIM e gargabe collection vs TRIM/GC não utilizados. Ao testarmos sem o TRIM/GC, podemos observar que ele não conseguiu recuperar nada do seu SLC Cache, o que é um ponto negativo, mas não qualifica isso como um design de SLC Cache ruim, apenas que neste cenário é irrealístico e ele não consegue aproveitar este momento.


Ao testarmos com TRIM/GC ativados, foi aqui que apareceu o problema, pois ele demora demais para recuperar seu SLC Cache e ele sofreu para conseguir recuperar 5GB à 10GB, levando mais de 1 hora em idle.
TESTE DE CÓPIA DE ARQUIVOS
Neste teste, foi feita a cópia dos arquivos ISOs e do CSGO de uma RAM Disk para o SSD para ver como ele se sai. Foram utilizadas a ISO do Windows 10 21H1 de 6.25GB (1 arquivo) juntos da Pasta de instalação do CSGO de 25.2GB.
Ao utilizarmos a imagem .ISO do Windows 10, ele teve um resultado OK, ficando na frente dos NV2, o que foi interessante e por ser uma imagem pequena, ele conseguiu realizar o benchmark no pequeno espaço de SLC Cache que o controlador conseguiu recuperar.
Por sorte, com um tempo a mais, foi possível o Cache se recuperar e conseguir carregar o projeto em um tempo menor do que os NV2, mas isso não acontece em arquivos maiores.
TESTE DE TEMPERATURA
Neste trecho da análise, observaremos a temperatura do SSD durante um teste de stress, onde o SSD recebe arquivos de forma contínua, para podermos saber se houve algum thermal throtling com seus componentes internos que pudessem gerar algum gargalo ou perda de performance.
Felizmente, o SSD não sofre thermal throttling, o que pode ser justificado pelas baixas velocidades de 200 MB/s.
Dito isso, este dissipador que ele acompanha realmente trás diversos benefícios, pois sem ele, o SSD com certeza teria tido thermal throtting em estados mais severos.
CONSUMO ELÉTRICO E EFICIÊNCIA
SSDs da mesma forma que diversos outros componentes do nosso sistema tem um determinado consumo elétrico. Os mais eficientes conseguem realizar tarefas que foram requisitadas de forma rápida e com um consumo relativamente baixo, para que assim consiga transitar novamente para seus power states em idle aonde tende a ter um consumo menor.
Neste trecho da análise utilizaremos o Quarch Programmable Power Module que a Quarch Solutions nos enviou (foto acima) para realizar estes testes e verificar o quão eficiente o SSD é. Nesta metodologia serão realizados 3 testes: O consumo máximo que o SSD possui, uma média em cenários práticos e casuais e em idle.
Este conjunto de teste, especialmente o de eficiência e em idle são importantes principalmente para usuários que pretendem utilizar drives em laptops, pois SSDs ficam a esmagadora maioria do tempo em power states de baixo consumo (Idle), portanto, isso ajuda e muito a economizar bateria.
Até o presente momento, este foi o SSD com a pior eficiência energética, mas vale lembrar que isso ocorreu pois neste teste de mais de 200GB, que ele passou gravando a velocidades muito baixas devido ao problema mencionado, caso ele não tivesse sofrido com aquilo e tivesse tido uma velocidade na faixa dos 1.9GB/s, que é a velocidade na região do SLC Cache, ele poderia ter tido uma eficiência muito mais alta, na casa dos 630 MBps/W.
Para um SSD Gen3, seu consumo foi um pouco elevado, mas é impressionante vermos o quão eficiênte os outros SSD Gen4 se tornaram em comparação à estes SSDs Gen3.
Durante o benchmark ele apresentou este consumo médio de 3W, o que foi idêntico ao Kootion X16 Plus que testamos a um tempo atrás. Não foi um consumo super elevado, mas foi considerável para um SSD Gen3.
Por último e mais importante, teste em Idle, sendo o cenário em que a esmagadora maioria dos SSDs se encontram no uso do dia a dia ou cotidiano, ele teve um consumo levemente elevado, ficando acima de 1W.
Conclusão
Vale a pena pegar este SSD? Honestamente, não!
Embora ele até tenha um preço agressivo, existem SSDs de desempenho superior gastando bem pouco a mais, além do fato de que ao menos a unidade de testes tem o “problema” relatado, o que não podemos afirmar que é um algo crônico, afinal, foi testada apenas esta unidade, contudo, no exemplo do SSD da XPG Gammix S41 TUF, era algo recorrente em diversas unidade com esse controlador Realtek RTS5762, que ao atualizar o Firmware, o problema era sanado.
Como vemos neste exemplo de um tópico criado no fórum do Clube do Hardware, além de inúmeros outros em fóruns como do Adrenaline e até no Reclame Aqui, contendo reclamações semelhantes.
Por este motivo, recomendamos evitar esse modelo.
VANTAGENS
- Velocidades sequenciais de leitura decentes para um SSD Gen3
- Bom desempenho aleatório em sua leitura.
- Latências razoáveis para um SSD Gen3
- Desempenho semelhante aos NV2, que são bons custo benefícios
- Não possui variantes com componentes diferentes
- Construção interna razoável, gostaria de ver NANDs TLCs em SSDs como este.
- Não sofre thermal throttling
- Volume de pSLC Cache imenso
- Durabilidade na média de outros SSDs QLC
DESVANTAGENS
- Velocidade de escrita sequencial só se comporta bem em cargas curtas quando o SLC Cache acaba
- Velocidade eleatória de escrita baixa devido problema do SLC Cache.
- Não possui versões maiores que 1TB
- Alto consumo elétrico em Idle
- Baixa eficiência energética devido a baixa velocidade
- Velocidade de escrita sustentada baixa
- SLC Cache demora para se recuperar
- Não acompanha software de gerenciamento
- Não tem criptografia
- Garantia de apenas 1 Ano






























