Olá pessoal, tudo bom?
Nesse review vou analisar a MSI B350I PRO AC que trata-se da placa mãe AM4 ITX que acompanha o kit de reviewer do Raven Ridge. Essa mobo usa o chipset B350, que é classificado como “Mainstream” pela AMD e oferece vários features como suporte a USB 3.1, NVMe, SATA RAID e o mais importante aqui, permite overclock no CPU! 😀
Abaixo as fotos da diminuta caixa da placa, na parte de trás temos destaque para features como o slot PCI-E reforçado, suporte a dispositivos M.2, software para controle de RGB, uso de componentes “militares”, “DDR4 Boost” enfatizando a capacidade de overclock nas memórias e o Wi-Fi integrado da Intel.
O bundle de acessórios da B350I PRO AC é compostos dos seguintes itens:
Manual do usuário e guia de instalação.
I/O Shield
2 x Cabos SATA 6Gb/s
1 x DVD com drivers/software
Trata-se de um pacote adequado para uma placa dessa categoria, especialmente se considerarmos que boa parte dos cases ITX dão suporte a instalação de no máximo dois dispositivos 2.5”/3.5”, o que implica que os dois cabos SATA devem ser suficientes em 99% dos casos.
Apresentado caixa e bundle, chegou a hora de mostrar o hardware em si e para a B350I PRO AC, a MSI optou por um pcb marrom escuro, dissipadores pretos e sem leds/RGB decorativos, o que confere uma aparência bem sóbria e discreta a placa, algo que considero um ponto positivo em tempos cuja “lei” é colocar RGB em tudo sem muito critério. 🙂
Sobre o layout da placa, foi bem pensado e não apresenta nenhuma ressalva no que diz respeito ao posicionamento dos componentes. Devo dizer que a MSI soube aproveitar bem todo o diminuto espaço do layout ITX e adotou algumas soluções bastante inteligentes para tal, como por exemplo, a bateria localizada logo atrás do espelho traseiro da placa.
Ainda sobre o layout, não existem botões on/off e reset na placa mas em contrapartida, existe um esquema de debug led simplificado com leds que acendem conforme a placa vai passando no post e apesar dessa solução não ser tão precisa quanto os displays 7-segmentos com código, ela é prática, funciona bem e é uma mão na roda na hora de fazer overclock, especialmente nas memórias. Até hoje só havia visto esse tipo de solução nas placas da ASUS e fico feliz de ver a MSI adotando boas soluções como essa! 🙂
Dos slots de expansão temos um slot PCI-E 3.0 16X e cabe destacar que o usuário pode optar por usar a maior das VGAs e que mesmo assim não existirá problemas com obstrução de portas SATA, USB 3.0 ou mesmo a necessidade de remover a VGA para acessar outros conectores, o que é excelente!
Com relação aos SATA’s, a B350I PRO AC oferece ao todo quatro portas SATA 6Gbps com suporte a RAID0,1 e 10. Também existe suporte a SSDs M.2 e NVMe, sendo essa porta ligada ao PCI-E 3.0 4X nas CPUs/APUs Ryzen, o que implica que se você estiver usando uma APU Bristol Ridge, a banda ficará limitada a PCI-E 3.0 2X.
O codec de som utilizado é o Realtek ALC887 e ele está instalado em uma camada do pcb separada do resto da placa com o objetivo de diminuir possíveis interferências, melhorando a qualidade de áudio. Como será mostrado um pouco mais adiante, a MSI optou por manter apenas as 3 entradas/saidas de áudio no painel traseiro dessa placa-mãe, provavelmente por uma questão de espaço.
Com relação a qualidade do áudio, é OK se você não for muito exigente nesse respeito pois a diferença em relação a uma placa de som “de verdade” é considerável, especialmente no que diz respeito aos graves e como existe a limitação a um único slot PCI-E por conta do layout ITX, a opção mais sensata para fazer um upgrade no áudio é a de usar um DAC Externo. É relevante mencionar isso nesse review pelo fato de que muita gente opta por montar uma máquina compacta para servir de Media Center, o que torna relevante essa questão do áudio.
No painel traseiro, a B350I PRO AC oferece 6 USB’s sendo duas USB 3.1 Gen 2, duas USB 3.1 e duas USB 2.0, saídas de vídeo HDMI e DisplayPort, LAN Gigabit, painel de som simplificado (3 jacks), conectores para as antenas do Wi-Fi e por fim a salvadora porta PS/2 para teclado/mouse.
- 2x USB 2.0 Port
- DisplayPort
- 2z USB 3.1 Gen 2(Type A)
- LAN Port
- Antenna Connectors
- PS/2 Combo Port
- HDMI
- 2x USB 3.1 Gen 1
- HD Audio Connectors
Sobre os dissipadores utilizados, são peças de alumínio que são presas por parafusos e fazem contato com os mosfets por meio de thermal pads. Também devo destacar que a área da base dos dissipadores cobre todo o encapsulamento dos mosfets, o que é bom! 🙂
Logo adiante veremos se esses dissipadores fazem o seu trabalho de maneira competente e como eles se comportaram em diferentes condições de uso do CPU e fluxo de ar, algo que é novidade por aqui. 🙂
Com relação ao VRM da B350I PRO AC, a MSI não economizou e optou por usar excelentes componentes fornecidos pela International Rectifier (Infineon), o que foi uma grata surpresa para mim! O controlador PWM é o IR35201, que é um componente que pode ser encontrada em modelos de X370/X470 high-end e nas X399, sendo que nessa placa ele trabalha no modo 6+2 fases e nesse design em especifico não usa CIs dobradores de fase.
No estágio de alimentação, a MSI optou por usar o IR3555, que basicamente é um CI que integra mosfets low-side, high-side, driver, diodo schottky em um único encapsulamento e que é capaz de fornecer até 60A na saída. Esses CIs são normalmente encontrados em hardware high-end ou quando existe limitação espacial no pcb combinado a especificações de corrente um tanto elevados, para que tenham uma ideia, basicamente todas placas-mãe X399 disponíveis no mercado até o presente momento fazem uso desse componente no estágio de alimentação do VRM, assim como a brutal 1080Ti Lightning que testei algum tempo atrás.
Sobre os indutores utilizados, não consegui identificar o fabricante, no entanto, são de 0.21uH e muito provavelmente possuem Isat de 60A ou mais. Todos capacitores utilizados no estágio de filtragem da saída são de tântalo ou cerâmicos.
Em resumo, essa pequena placa é extremamente robusta e está no mesmo nível de placas X370 high-end, podendo ao menos no que diz respeito ao hardware, ser utilizada até mesmo no LN2 com CPUs octa-core sem medo de ser feliz. 😉
Feitas as apresentações do hardware vamos ao software que no caso da MSI, é o Command Center. Do ponto de vista da funcionalidade e no que diz respeito a overclock, ele permite alterar “on-the-fly” praticamente todas as tensões com os mesmos limites encontrados na UEFI, multiplicador do CPU, configuração dos fans e diferentemente do que ocorre nas plataformas Intel onde é necessário instalar um driver para o MEI, nos AM4 não é necessário nada disso bastando apenas instalar o software de overclock.
Sobre a UEFI, a MSI fez aqui um bom trabalho no que diz respeito a interface, layout, design e usabilidade, entregando algo fácil de usar e simples para o usuário final. Abaixo temos os screenshots das abas com ajustes de overclocking, ajustes relacionados e também compilei uma pequena tabela resumindo as possibilidades de cada ajuste permitido por essa placa.
Infelizmente a existência dessa limitação do ajuste do vCore em apenas 1.4V, podendo ir até 1.55V via Ryzen Master é bastante séria para quem pretende usar a B350I PRO AC para benchmarks e OC Extremo pois os Ryzen costumam escalar até 1.8V~1.9V no LN2.
Da minha parte tentei conseguir uma bios XOC com o fabricante, infelizmente sem sucesso pois parece que essa é uma política deles para as placas “mais simples” da gama de produtos, o que no caso desse modelo em especifico, é uma pena pois não tem nada nessa placa que desabone para esse tipo de uso. 🙁
Por fim, caso alguém tenha interesse, segue o link para as especificações da placa no site do fabricante: https://www.msi.com/Motherboard/B350I-PRO-AC/Specification
Hardware/Software utilizado e objetivo dos testes:
CPU: AMD Ryzen 5 1600X / AMD Ryzen 5 2400G
MOBO: MSI B350I PRO AC (Bios 116.PT6)
RAM: 2x8GB DDR4 G.Skill Flare X 3200 Cl14
REFRIGERAÇÃO: Wraith Stealth e Watercooler custom
STORAGE: Kingspec Q-90
Software utilizado: Windows 10 x64, HWBOT Unigine Heaven, Ryzen Master, AIDA64.
Objetivo dos testes:
O objetivo dos testes nesse artigo é verificar o quão bem a MSI B350I PRO AC se sai quando usando CPUs Ryzen sem vídeo integrado, pelo menos no que diz respeito a overclock de memória e além disso, testar a performance térmica da placa em condições de stress usando a APU, com e sem ventilação forçada no VRM.
Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.
Resultados:
No artigo do Raven Ridge fiz testes de overclock em memórias usando as APUs, com bons resultados, por exemplo, foi possível completar uma run no 3DMark Fire Strike no 2200G com a ram @ 3666 14-14-14-28 nessa placa-mãe, o que é algo muito bom se tratando de Ryzen. Além disso, também fiz ali testes mostrando a diferença de performance com diferentes clocks de memória e ajustes de subtimings e novamente, usei as APUs para isso afinal de contas, aquele artigo era delas e essa placa foi enviada pela AMD no kit de review das mesmas… Mas e como essa placa se sai usando os Ryzen sem vídeo integrado?
Bom, para isso escalei meu bom e nem tão velho Ryzen 5 1600X e fui testar até onde conseguia ir com as excelentes G.Skill Flare X usando esse CPU e o resultado pode ser visto abaixo.
Foi possível rodar o benchmark do AIDA com até 3666MHz CL14 usando os timings do screenshot da galeria acima, no entanto, com CL12 o máximo que foi possível passar no post sem relaxar muito o trfc foi 3533MHz. Tenham em mente que para carregar o SO com clock acima de 3400MHz e 12-12-12-2X usando memórias que usam chips Samsung B-Die é necessário limitar no msconfig a memória máxima em coisa de 3584MB ou menos, caso contrário, o sistema não sobe, em outras palavras, é um ajuste que só é válido para uso em benchmarks.
Ao que interessa para a maioria das pessoas, a configuração 3533 CL14 usando esses subtimings e tensão de 1.45V tem sido minha configuração de uso diário, portanto, trata-se de uma configuração estável e um ótimo resultado para essa placa-mãe! 🙂
Agora vamos aos testes de temperatura! A ideia aqui é verificar o comportamento térmico da placa em algumas situações como stock ou overclock, com ou sem fluxo de ar extra nos dissipadores e de quebra, mostrar de forma mais “científica” o quão bem esses dissipadores fazem o seu trabalho e o porque costumo recomendar o uso de um fan soprando no VRM em caso de overclock com algumas placas-mãe mais básicas.
Para realizar esses testes usei uma Câmera termográfica FLIR i7 (desde já, muito obrigado Profº Andreoli pela oportunidade de usar tal equipamento!) para obter as termografias que ilustram esse post. Por ser uma tecnologia não muito usual de se ver por essas bandas, principalmente por conta do custo do equipamento, acho que cabe uma breve explicação de como isso dai funciona. 🙂
Basicamente, todos os corpos que estão em uma temperatura acima do zero absoluto emitem radiação de natureza eletromagnética, sendo que quanto maior a temperatura desse corpo, mais radiação ele emite e obviamente que nós não podemos ver isso devido a essa radiação ser infravermelha, ou seja, acima do espectro de frequência que o olho humano é capaz de “enxergar”.

Então, sabem aqueles óculos de visão noturna que podem ser vistos em jogos de guerra e filmes? Aquilo lá usa esse principio de funcionamento só que com sensores de uso militar, possivelmente fabricados usando materiais mais exóticos (semicondutores III-V por exemplo), em alguns casos dependendo de temperaturas em níveis de criogenia para funcionar, custo proibitivo para uso civil e isso sem contar as possíveis restrições de venda e exportação desse tipo de tecnologia. Evidentemente que as aplicações disso não se restringem apenas a esse uso, na real, isso é usado desde no diagnóstico de tumores e outras doenças, passando pela verificação de perda de energia por efeito joule em instalações elétricas e chegando no supracitado uso militar.
Da FLIR i7, ela captura imagens com resolução de 140×140, o que parece muito pouco se comparado a câmeras que capturam imagens em espectro visível mas razoável para termografias, onde câmeras capazes de fazer “fotos” com resolução de 1024×768 podem ser considerados equipamentos “ultra high-end”, assim digamos. Para todos os efeitos, abaixo uma foto da tal “câmera da NASA” que foi usada nesse artigo. 🙂
Abaixo um exemplo de como são essas tais termografias e isso pode ser interpretado da seguinte forma: Basicamente temos uma escala que representa o gradiente de temperatura encontrada naquela captura sendo que quanto mais próximo do amarelo/branco é a cor, maior é a temperatura e quanto mais próximo do roxo/preto, menor ela é. Esse “alvo” no meio da imagem representa onde está o foco da câmera e a temperatura nesse ponto é aquela que está marcada no canto superior esquerdo da foto.

Na obtenção desses resultados usei o Ryzen 5 2400G, rodei o stress test do AIDA64 por 5 minutos e após esse período, uma run do HWBOT Unigine Heaven DX11 em modo janela com resolução de 1024×576 (por limitação da resolução do monitor que tinha a disposição) porém sem parar o teste do CPU, com o objetivo de simular uma situação de “worst case scenario”, excedendo o TDP da APU mesmo em stock para ver qual seria o comportamento da placa-mãe nessas condições. A temperatura do ambiente era controlada, no caso estava nos 23ºC e as imagens capturadas se referem aos dissipadores do VRM (VDDCR = alimentação dos cores, VDDSOC = alimentação do igp e ocasionalmente uma imagem da temperatura do pcb próximo ao dissipador do VDDSOC) e chipset.
Nos testes em stock foi usado o Wraith Stealth que acompanha a APU e em OC foi utilizado o meu watercooler custom por motivo do cooler original não ter margem para overclock nas condições desse teste, pois essa solução foi dimensionada para 65W e mesmo em stock, a APU já estava excedendo isso, entretanto, gostaria de salientar que mesmo observando temperaturas na casa dos 90ºC para o 2400G, em momento algum o CPU entrou em throttling ou excedeu os 100ºC do tjunction, o que significa que o cooler stock faz seu trabalho de maneira satisfatória. 🙂
Tenham em mente que dificilmente uma aplicação real estressaria a APU dessa forma e que as temperaturas na prática (leia-se, durante um gameplay) tendem a ser um tanto menores do que as registradas aqui, pelo menos se considerarmos condições semelhantes as de teste em parâmetros como temperatura ambiente, leakage do CPU e etc.
Para tentar mostrar na prática o porque costumo recomendar o uso de um fan soprando sobre o VRM em caso de overclock, conduzi os testes com fan auxiliar e sem, mantendo as demais condições idênticas. Usei um fan Coolermaster R4-SXDP-20FR-R1 posicionado em cerca de 7 cm de distância da placa-mãe, conforme a foto abaixo:
Então vamos aos resultados! Para referência, capturei imagens de como ficam as temperaturas em idle, basicamente com o sistema parado no desktop.
No primeiro teste, usei o cooler padrão, com o 2400G completamente em stock apenas com as memórias @ 3200 XMP e sem fan auxiliar no VRM e como pode ser visto nas imagens abaixo, as temperaturas estão completamente sob controle e em níveis bastante seguros.
No segundo round, a única diferença é que coloquei o fan soprando no VRM, sem alterar as condições de funcionamento da APU e o resultado pode ser observado abaixo, sendo que estranhamente o VDDCR ficou com temperatura cerca de 2ºC maior que o teste sem fan e o VDDSOC apresentou uma queda considerável na temperatura, de certo pelo fato desse dissipador ter algumas aletas na parte traseira e ter um fan soprando diretamente ali. De todo modo, se antes já estava tudo bem, agora ficou ainda melhor. 🙂
Então vamos aos testes com overclock, aqui troquei o Wraith Stealth pelo Watercooler, subi o clock do CPU para 3.75GHz 1.4V, IGP para 1600MHz 1.25V, RAM para 3333MHz XMP (subtimings AUTO) e ajustei manualmente os parâmetros de funcionamento do VRM com FSW de 600KHz, LLC 2, maiores limites para OVP/OCP e proteção contra aquecimento em AUTO (Na prática, 100ºC) conforme pode ser visto no screenshot incluso na galeria abaixo.
Nesse primeiro teste com overclock, não utilizei o fan auxiliar e como pode ser visto aqui, as coisas se tornaram bem mais quentes com o dissipador do VDDSOC atingindo 83.5ºC e o PCB naquela região batendo 96.4ºC, o que é algo perigosamente próximo do limite de temperatura setado na bios e que de acordo com o datasheet do IR35201, faz com que ele desarme essas fases sendo necessário desligar e ligar novamente a máquina para que volte ao funcionamento. Da parte do CPU, ainda existe uma margem muito confortável e isso talvez só mude quando usando CPUs octa-core com overclock forte e sem refrigeração adequada.
Algo que é relevante citar é que a temperatura do encapsulamento do mosfet é cerca de 15ºC maior do que aquela encontrada no dissipador.
Agora o teste nas mesmas condições do anterior só que usando o nosso fan auxiliar e vejam só a diferença considerável que o mesmo fez! Aqui a temperatura das fases responsáveis pela alimentação do IGP caíram de 83.5ºC no dissipador para tranquilos 46.3ºC, enquanto que no CPU cai de 58.3ºC para 45.4ºC e até mesmo a temperatura do chipset caiu mais de 20ºC!
Entendem o porque recomendo o uso de fan no VRM em alguns casos com overclock? Aqui estamos falando de uma placa-mãe que usa basicamente os melhores componentes disponíveis e proteções implementadas de maneira correta, entretanto, como ficaria isso em outras placas mais simples que usam mosfets mais baratos, sem essas proteções, com dissipadores insuficientes ou mesmo usando CPUs que demandem corrente mais elevada do VRM (um salve pros FX com OC aqui)? Nesse caso você vai se deparar com instabilidades que vão limitar a brincadeira ou mesmo pode acabar danificando as coisas. Outro ponto importante é que o VRM trabalha com maior eficiência com temperaturas menores, então vale a pena manter isso em dia. 🙂
Por fim, resolvi fazer o mesmo teste sem fan porém fazendo uso de um ajuste que chamo de irresponsável para as configurações do VRM e fiz isso pois é comum vermos as pessoas em fóruns ou grupos de hardware falando que jogou essas configurações todas em “Extreme” com frequência de chaveamento máxima sem critério algum, achando estar fazendo algo bom e na verdade estão causando problemas… É verdade que o ajuste de frequência de chaveamento (FSW) trás alguma melhora na resposta de transientes (leia-se, variações da corrente na carga por exemplo, sair do idle pra 100% ou uma aplicação que varie muito o uso do CPU, que causam um pico na tensão de saída do VRM), diminui o ripple na tensão de saída e isso pode trazer maior estabilidade, só que por outro lado, a eficiência do conversor também é menor, o que significa que quanto maior a frequência, mais calor o VRM vai dissipar!
Naquilo que diz respeito ao ajuste do Load-Line Calibration, usar os níveis máximos ou “Extreme” normalmente causam overshooting, traduzindo, quando existe uma oscilação na carga, o controlador PWM vai compensar aumentando a tensão além daquilo que foi setado, causando stress extra no CPU e VRM, além de possíveis instabilidades. Esses ajustes “extremos” devem ser utilizados apenas para overclock extremo, sendo desnecessário e exagerado usar isso com refrigeração ambiente na maioria esmagadora dos casos. Para os que tem maior interesse nisso, recomendo essa leitura do wikichip.
Então nesse teste mantive o overclock anterior, ajustei o LLC nos níveis máximos com FSW de 1MHz e não usei o fan auxiliar, afinal de contas, o pessoal que costuma fazer esse tipo de ajuste normalmente o faz por desconhecimento e por isso a preocupação com a temperatura do VRM não é das maiores. O resultado? O VRM desarmou e consegui capturar essa imagem do dissipador das fases do VDDSOC batendo 88.2ºC, saibam que na hora que desligou tudo a temperatura era ainda mais alta pois ai perdeu-se um pouco com o tempo de resposta do fotografo. 😛
Conclusão:
A MSI B350I PRO AC foi bem nos testes, se saindo muito bem no que diz respeito a overclocking de memória sendo limitada basicamente pelo controlador de memória do CPU. Infelizmente não posso recomendar essa placa para uso em overclock extremo devido a limitação do ajuste do vcore por essa ser a política do fabricante para suas placas consideradas mais simples, apesar disso, ela foi bem nos testes que fiz com as APUs no outro artigo mas claramente poderia ser ainda melhor se não houvesse essa limitação.
No que diz respeito aos resultados obtidos com as termografias, se você for usar uma APU em stock e talvez com overclock leve não existe motivo para se preocupar com a temperatura do VRM, no entanto, se for fazer overclock mais forte, é recomendável algum fluxo de ar sobre esses dissipadores em especial nas duas fases do VDDSOC caso esteja usando uma APU com overclock no IGP.
Sobre o “feature set” dela, está dentro do esperado para uma ITX e dos pontos positivos posso citar que os componentes utilizados são de extrema qualidade para uma placa dessa categoria, o pacote de software é decente e a UEFI é bastante funcional tanto em termos de opções quanto de interface. O único senão é que o som integrado poderia ser um pouco melhor já que essa placa ITX tem alguma chance de acabar virando um media center ou HTPC.
Do ponto de vista do “Custo x Beneficio”, essa placa é um pouco difícil de ser encontrada até mesmo no exterior, por exemplo, ela não está listada na Newegg! Pelo que pude pesquisar, ela costuma ser vendida por cerca de $120~$130, o que é razoável para uma placa dessa qualidade.
E é isso! Dúvidas em relação a placa-mãe, ao review, sugestões ou mesmo comentários aleatórios são bem-vindos.
Até a próxima!
Excelente review! Material bem completo. Parabéns!