super sugo sg13 chamada 1280p 0
Share

Modificando um Silverstone Sugo SG13 – Montando um PC Compacto SFF com Ryzen 9 7900!

Nesse artigo, irei modificar um gabinete Silverstone Sugo SG13, com o objetivo de deixa-lo mais adequado ao hardware moderno com maior dissipação de calor e também testar como isso vai se sair na prática.

O Sugo SG13 já é bem familiar aqui no site, fazendo sua primeira aparição em uma máquina de livestream para o canal, sendo posteriormente promovido a máquina de uso diário. Para quem não o conhece, trata-se de um gabinete compacto (SFF) em formato de cubo, o qual oferece suporte a placas-mãe ITX, placas de vídeo com até 270mm de comprimento e por incrível que pareça, fontes ATX e SFX, tudo isso em um volume de apenas 11.5L.

silverstone sg13 final 1

Em sua primeira iteração, ele estava equipado com um Water Cooler AIO de 120mm, que alguns meses depois deu lugar a um loop customizado. Em relação a esse último artigo, a mudança foi no hardware: Saiu B350 + R9 3900XT + 1650 Super e entrou X570 + R5 5600X + RX 6600M, de todo o resto, permaneceu o gabinete inalterado com o WC Custom.

Apesar do WC Custom, existe uma óbvia limitação na circulação de ar desse gabinete, afinal, ele só tem uma entrada/saída de ar própria para instalação de ventoinha, fora que a fonte é posicionada logo acima da placa-mãe, o que compromete o fluxo de ar no VRM. O resultado é ar quente preso dentro do gabinete e temperaturas altas tanto na CPU quanto no VRM, tornando-o um pouco inadequado para hardware um pouco mais sofisticado (e quente).

Como o propósito aqui é simplesmente montar hardware ainda mais poderoso nesse Sugo SG13, então será necessário apelar para modificações no gabinete, caso contrário, problemas com temperatura e desempenho serão uma constante nessa máquina.

Antes de partir pra ação, é necessário chegar em um plano sobre o que fazer e pesquisando internet a fora, encontrei esse casemod que parece resolver o maior problema do fluxo de ar deficiente, inclusive com o autor do mod oferecendo evidencias de sucesso das modificações.

A ideia aqui é modificar a tampa do gabinete para instalação de novas ventoinhas e criar um ´´ambiente´´ com pressão positiva, ou seja, com mais ar entrando do que saindo, algo não muito dificil de se conseguir em um case de apenas 11.5L, já que duas ventoinhas de 120mm na lateral devem dar conta do recado com folga, usando a do radiador como ´´exaustor´´ na parte de dentro.

Mas antes de partir para a maldade foi necessário revisar algumas coisas, como a tubulação do watercooler, já que a orientação da fan mudou e da forma que estava antes não seria possível re-utilizar pela diferença de comprimento das mangueiras. Para isso, foram utilizados várias conexões de 90° e a mesma mangueira EK ZMT, a qual é excelente por conta da resistência e durabilidade.

Próximo passo foi checar se tudo cabia ali dentro já que é notório pelas fotos que o espaço é bastante limitado, por isso a importancia de testar se a fan ia conseguir girar sem ser obstruida por cabos, ou mesmo se seria possível passa-los pelo pequeno vão entre a tubulação e a fan. Felizmente, tudo deu certo, mas foi por bem pouco!

Com tudo no lugar, chegou a hora de instalar definitivamente o bloco e aqui, a interface térmica escolhida foi a famosa Honeywell PTM-7950, que trata-se de um thermal pad de mudança de fase, com 0.2mm de espessura e condutividade térmica de 8,5 W/m-K.

A PTM-7950 é bastante conhecida entre o pessoal que faz manutenção em notebook e em GPUs, já que ela possui algumas caracteristicas interessantes como a durablidade, não perdendo desempenho com muitos ciclos térmicos e é especialmente boa em chips com die exposto, cobrindo todas imperfeições da superfície e com isso, extraindo excelente desempenho térmico.

Já que não existe a pretensão de mexer nessa máquina tão cedo e existia curiosidade em saber como seria o rendimento da PTM-7950 em uma CPU sem die exposto, então, ela foi a escolhida para a CPU. O processo de instalação é simples, mas requer cuidado, já que o thermal pad é bem frágil.

O próximo passo foi colocar a GPU, fonte, ligar os cabos e checar o funcionamento da máquina, o que felizmente foi um sucesso! Dito isso, na galeria abaixo é possível ver o resultado final da montagem do hardware no Sugo SG-13, tudo realmente muito apertado!

Com a montagem concluida, chegou a hora de resolver o problema da ventilação, onde a ideia era instalar duas fans de 120mm na tampa lateral, o problema é que isso seria impossível de ser feito diretamente na tampa, já que as fans seriam grandes demais e acabariam encontrando obstruções com a estrutura do gabinete na hora de parafusa-las.

Após queimar alguns neurônios, a solução foi projetar uma espécie de adaptador para tornar isso realidade, o qual foi usado o excelente SketchUp para fazer o desenho e posterior fabricação com impressão 3D. Com isso, o suporte seria parafusado a tampa de forma a evitar a estrutura do gabinete e as ventoinhas seriam acopladas ao adaptador.

3d prototipo r3

O protótipo foi impresso em ABS por conta de suas caracteristicas de deformação e resistência a temperaturas mais elevadas, mas infelizmente, a parte de cima acabou ficando muito frágil e por isso acabou sendo descartada, por sorte, as ventoinhas ficaram bem fixadas mesmo tendo sido apenas encaixadas no frame, garantindo que esse primeiro protótipo pudesse ao menos ser usado.

Foram utilizadas duas ventoinhas Scythe Kaze Flex Slim (KF1215FD18-P) de 120mm x 120mm x 17mm, onde o critério de escolha para os modelos slim foi puramente estético, já que das especificações, elas podem ser consideradas boas o suficiente para esse trabalho.

Agora chegou a hora mais delicada desse projeto, que foi abrir o rasgo na tampa do gabinete. Caso alguém ainda não tenha se situado, essas fans ficarão instaladas na parte externa do Sugo SG13, pensem em um scoop de capô de carro de corrida, é mais ou menos essa a ideia!

O corte de 200mm x 90mm foi feito usando a Dremel 3000, o acessório Dremel 225 e um disco de corte apropriado, o qual foi bastante tranquilo de se executar e levou cerca de 1 hora para ficar pronto. O acabamento foi dado com a própria lixa que acaompanha a Dremel, onde abaixo, é possível ver como ficou a tampa finalizada.

E eis a máquina já montada com todas as modificações planejadas no Sugo SG13… Mas valeu a pena? Merece ser chamado de Super Sugo? É o que veremos agora com os testes!

Hardware utilizado:

CPU: AMD Ryzen 9 7900 (Obrigado AMD!)

MOBO: GIGABYTE B650I Aorus Ultra

RAM: 2x16GB Kingbank Sharp Blade 6800CL34

GPU: Powercolor RX 6700 XT Fighter

PSU: Corsair SF450 Platinum

COOLER: Barrow LTPRP-04 + Barrow Dabel-60A 120 + EK-Tube ZMT + fan AVC 120mm

SSD: Kingston KC3000 2 TB (Obrigado Kingston!) + Netcore 2 TB (Obrigado Netcore!) + Hikvision E3000R 1 TB

Objetivo dos testes:

Verificar se o Silverstone Sugo SG13 modificado vai dar conta de uma configuração poderosa com hardware moderno, testando como ficaram as temperaturas e nível de ruído após as modificações. Mais detalhes sobre os testes constam nos textos a seguir.

Resultados:

Ajustes:

A primeira coisa feita após a montagem e instalação do sistema, foi o ajuste da curva de rotação das fans, já que o ruído com elas trabalhando a rotação plena é muito elevado, em especial da poderosa unidade da AVC utilizada no radiador. Abaixo é possível ver como ficou o ajuste, lembrando que essa placa-mãe toma como base a leitura do Tctl para o ´´funcionamento´´ da curva.

Além disso, foram feitas diversas otimizações no PBO, que está com os mesmos valores usados nas CPUs de 105W, por enquanto sem Curve Optimizer ou Clock Overrider, FCLK em 2166 MHz, RAM @ 6200 MT/s CL30 com UCLK 1:1 e ajustes finos em algumas tensões, por exemplo, o VDDSOC, que ficou estável com apenas 1.2V.

Nível de ruído:

Para realizar a medição de ruído, o UNI-T UT353 foi posicionado a cerca de 100 cm da bancada com as demais fans, excetuando-se os do cooler testado e da fonte, desligados, afinal de contas, a ideia aqui é tentar “capturar” o ruído apenas do ‘item’ que está sendo testado, pois, o restante da configuração do leitor pode ser totalmente diferente do utilizado aqui, por exemplo, com ventoinhas diferentes.

A unidade utilizada é o decibel, que usa escala logarítmica, em termos práticos, isso significa que o volume dobra de intensidade a cada 3dB, portanto, o dobro de 50dB não é 100 dB e sim 53 dB, entretanto, o ouvido humano apresenta a sensação de volume dobrado com um intervalo maior, entre 8 dBA e 10 dBA. De todo modo, apenas como referência, um ambiente silencioso como uma biblioteca apresenta nível de ruído na casa dos 30 dBA.

sugo sg13 mod ruido

Em relação ao nível de ruído, essas primeiras curvas de rotação das fans já se sairam muito bem com a máquina em idle, atingindo 37.5 dBA, algo completamente aceitável em um cenário em que o ambiente está em 36 dBA, podendo ser considerado silencioso.

Já em load, a fan da AVC, que como dito anteriormente é bem poderosa, podendo atingir 3000 rpm, mais de 83 CFM e 5.12 mmH2O mostrou a que veio, atingindo 47 dBA e superando até mesmo o Wraith Prism na posição ´´L´´, o que não é exatamente bom, já que o barulho é bem perceptível. A questão é: Isso é realmente necessário?

Temperatura:

Para registrar a temperatura da CPU, foi utilizado o Blender renderizando a demonstração “Classroom” por meia hora usando o HWiNFO para monitorar / gravar o log dos “sinais vitais” do sistema durante o teste, além de usar o ElmorLabs KTH-USB para registrar a temperatura ambiente, que no dia desse teste foi de 27.7oC.

sugo sg13 mod temperatura cpu 1

Após meia hora de Blender com o TDP do R9 7900 configurado para 105W, a temperatura média da CPU estabilizou na casa dos 80oC, o que é totalmente aceitável para esse teste pesado, onde a frequência dos núcleos oscilou entre 4850 e 4950 MHz, ou seja, existe margem para reduzir um pouco a rotação das fans em full load, diminuindo o ruído.

Além disso, não foi observado aquecimento no gabinete, o que era um problema sério nesse Sugo SG13 por conta da sua circulação de ar deficiente, algo definitivamente resolvido pelo mod!

Fora isso, a temperatura das memórias, VRM e SSDs permaneceram excelentes, já que as duas ventoinhas estão na ´´cara do gol´´ jogando ar frio nesses componentes.

Conclusão:

Apesar de mais nichado do que nos anos 2000, a prática do casemod continua viva, forte e com mais opções do que nunca, afinal, o acesso a impressão 3D em peças plásticas permitem que as pessoas sejam bem mais criativas nas modificações, facilitando e muito a fabricação de peças que em outros tempos, seriam bem mais complexas de se elaborar.

No caso do Silverstone Sugo SG13, a modificação na tampa lateral para instalação de dois fans de 120mm para fazer o ´´intake´´ de ar foi um tremendo sucesso, resolvendo de maneira definitiva o problema desse gabinete ´´empoçar´´ ar quente no seu interior, com a ideia de orientar as fans com pressão positiva tendo sido extremamente feliz.

Os resultados falam por si só, com o R9 7900 e TDP de 105W liberado, a temperatura média de meia-hora de renderização no Blender ficou nos 80oC, ou seja, existe margem para baixar um pouco a rotação máxima das fans, diminuindo o ruído da máquina em load.

Diante de tudo isso, dá para afirmar que chamar esse Silverstone Sugo SG13 de ´´Super Sugo´´ é justo e que a partir de agora, esse será o nome de ´´batismo´´ desse case, que não tem mais problema algum para lidar com uma configuração moderna e de alto desempenho.

Você também pode gostar...

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre The Overclock Page

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading