img 0
Share

Review – SSD Crucial T700 1TB – Phison E26 – Gen5 – Bom desempenho mas peca na eficiência.

Hoje, testaremos um SSD NVMe da Crucial, do segmento topo de linha, modelo T700, o qual um adquiri de um amigo, o Peperaio Hardware, abraços Pepe.

Ele vem no formato M.2 com barramento de 128Gbps, ou seja, 4 linhas PCIe 5.0, protocolo NVMe 2.0 e capacidades que variam desde 1TB até 4TB. Seu preço na unidade de 1TB geralmente se encontra na faixa dos R$1.261, o que é um valor bem elevado.

Front 2

Especificações do CRUCIAL T700 1TB

A seguir, informações mais detalhadas sobre o SSD que será testado (unidade de 1TB):

SSD Crucial T700 1TB Specs

Softwares do SSD

A Crucial também oferece através de uma página de download em seu website, um programa chamado “Crucial Storage Executive”, que oferece diversas opções para gerenciamento e controle de seus produtos.

image 5

A Crucial caprichou neste software, onde existem inúmeras funcionalidades disponíveis, desde funções mais básicas como leitura do seu SMART, quanto opções mais avançadas como Atualização de firmware, fora outras muito interessante, como, por exemplo, o “Crucial Momemtum Cache” que funciona de forma similar ao “Samsung Rapid Mode”.

Unboxing

Na parte frontal de sua caixa temos uma imagem ilustrativa do SSD com seu nome T700 Pro junto de sua capacidade de 1TB. Na parte traseira, constam breves informações do produto como suas velocidade sequenciais e mais alguns detalhes.

Ao remover o SSD da caixa, ele vem em um suporte plástico acompanhado do material de tutorial de instalação e termos de garantia.

O SSD tem um design double sided, ou seja, com componentes em ambos os lados do PCB.

Na parte superior, temos este adesivo que acaba não ajudando muito na dissipação de calor e quando removemos ele, ficam evidentes o controlador, DRAM Cache e suas NANDs.

No PCB frontal encontramos seu controlador, sua DRAM Cache, suas NANDs Flash, e seu PMIC. Enquanto que na parte traseira encontramos apenas mais 2 NANDs.

Controlador

O controlador do SSD é o responsável por fazer todo o gerenciamento de dados, over provisioning e garbage collection, dentre outras funções que ocorrem em segundo plano. E, é claro, isso faz com que o SSD tenha um bom desempenho.

Crucial T700 1TB Controlador

Esse SSD usa um controlador high-end da Phison: o PS5026-E26-52, modelo ISA ARM 32-bit de “5” núcleos, mas desta vez, a Phison mudou o projeto deste controlador, ele possui 2 núcleos Cortex® R5 (Dual-core) com processo de fabricação da TSMC de 12nm trabalhando com clock de 966 MHz ~ 1 GHz em seus núcleos principais. Enquanto seus núcleos secundários agora são núcleos AndesCore 32-bit N25F de arquitetura RISC-V.

No caso do E26 são empregrados 3 núcleos desses N25F para tarefas repetitivas com intuito de diminuir consumo elétrico. Estimamos que eles devem estar operando entre 400~500MHz.

Neste caso, este controlador é comum em outros projetos de SSDs topo de linha como Adata Legend 970, Corsair MP700, Sabrent Rocket 5 e dentre outros.

Este controlador também possui suporte para até 8 canais de comunicação com barramento de até 2400 MT/s, onde cada um desses canais possui suporte até 4 comandos Chip Enable, o que possibilita este controlador se comunicar com até 32 Dies simultaneamente utilizando a técnica de Interleaving.

DRAM Cache ou H.M.B.
Todo SSD topo de linha que visa oferecer um alto desempenho consistente necessita de um buffer para poder armazenar suas tabelas de mapeamento (Flash Translation Layer ou Look-up table). Com isso, ele consegue ter desempenho aleatório melhor e ser mais responsivo.

Crucial T700 1TB DRAM CAche

Vemos também que este SSD acompanha um C.I.s como DRAM Cache da Fabricante Micron que são utilizados para armazenar as tabelas de metadados. No caso são C.I.s do tipo LPDDR4 modelos “D8CSC” ou seja MT53E512M32D1ZW-046 WT:B que trabalha com velocidades de até 4266 MT/s com latências reduzidas.

E neste projeto vemos que temos 2GB LPDDR4 para cada 1TB de armazenamento, o que foge do padrão de 1:1000. Será necessário mais tempo para entender o por que deste aumento repentino, mas é evidente que isso impacta negativamente no custo individual do SSD.

NAND Flash
Com relação a suas NANDs, o SSD de 1TB possui 4 Nand flash “NY195”. Tratam-se de Nands da fabricante norte americana Micron, que ao utilizar o decoder da própria fabricante temos as seguintes NANDs, “MT29F2T08EELCHD4-QA:C“, mais conhecida como B58R FortisFlash, sendo neste caso dies de 1Tb (128GB) contendo 232-Layers de dados e um total de 255 gates, gerando uma array efficiency de 90.9%.

Neste SSD, cada NAND Flash possui 2 dies com 1Tb de densidade, totalizando 256GB por NAND, resultando em 1TB. Elas se comunicam com o controlador com seu barramento de 2000 MT/s embora elas sejam capaz de trabalhar em 2400 MT/s.

Dos SSDs Gen5 que temos no mercado, temos 3 categorias de desempenho sequencial: Os que atingem 10GB/s, os de 12GB/s e os mais novos que ultrapassam os 14GB/s.

Isso ocorre devido, até o momento desta análise, todos modelos em produção de larga escala usarem este controlador Phison E26 junto destas NANDs B58R da Micron. No caso, estas NANDs foram desenvolvidas para conseguirem trabalhar em 2400 MT/s.

Se pegarmos os 8 canais deste controlador e multiplicarmos pelo barramento das NANDs de 2400 MT/s, chegariamos a um barramento máximo teórico de 19.200 MB/s ou 19.2GB/s, mas devido ao overhead, os SSDs ficam limitados abaixo dos 15.000 MB/s.

O que cria esta diferença dos SSDs de 10GB/s para os de 12GB/s e para os de 14GB/s é o barramento que as NANDs trabalham junto ao controlador. No caso, a primeira leva de SSDs Gen5 alcançavam apenas 10GB/s.

Isso ocorreu por decisão da Phison, ela estava configurando estas NANDs B58R à uma velocidade de 1600 MT/s, resultando em um barramento teórico máximo de 12.8GB/s. Mas novamente devido ao overhead os SSDs conseguiam, na prática, atingir apenas os 10GB/s.

No caso desses SSDs de quase 12GB/s, o mesmo ocorrem, pois a Phison configura as NANDs para trabalharem a um barramento de 2000 MT/s. Limitando os SSDs à 16 GB/s, que quando contamos com o overhead temos as velocidades no SSD desse review.

E por último temos os novos SSDs que estão vindo com essas NANDs B58R configuradas em 2400 MT/s, que agora sim, conseguem saturar a conexão e barramento PCIe 5.0 x4.

Mas por que a Phison fez isso? Não se sabe ao certo e isso nunca foi informado aos consumidores, porém, pode ser algo referente a integridade de sinal, já que trabalhar com sinais PCIe 5.0 é complicado. Para que já utilizou aqueles Riser PCIe para placa de vídeo devem saber que os adaptadores de menor qualidade podem ter problemas para operar de forma estável, sendo necessário recorrer a um downgrade da geração do conector como de PCIe Gen4 para PCIe Gen3.

Esta pode ser uma das possibilidade, pois o controlador pode ter tido problemas de instabilidades e desempenho quando operando em 2400 MT/s.

PMIC (Power Delivery)

exemplo pmic

Assim como qualquer componente eletrônico que exerce algum trabalho, SSDs também possuem um nível de consumo de energia que pode variar desde poucos miliwatts  até próximo de 10 watts, beirando o limite de alguns conectores ou slots. O circuito responsável por todo gerenciamento de energia é o PMIC, que significa “Power Management IC“, um chip responsável por prover alimentação para demais componentes. 

IMG 20240807 144249

Estes PCBs de referência da Phison com controlador Phison E26 acompanham este novo PMIC “PS6126-45” que internamente possui inúmeros LDO (lowdropout regulator) e alguns outros mosfets.

Crucial T700 1TB PMIC

Já este outro componente, é um Step-down switcher da Fabricante Monolithic Power Systems cujo modelo é o MP2145. Este C.I suporta trabalhar com até 5.5V de entrada conseguindo fornecer uma corrente máxima de até 6A contínuo, além de conseguir trabalhar em até 1.2MHz

image 7
Monolith Power Systems – MP2145 – Diagram

SSD Power States

Como sempre mencionamos em análises sobre consumo de energia, neste trecho veremos mais sobre os estados de alimentação deste SSD.

SSD Crucial T700 1TB SSD Power States

Por padrão, temos 5 power states primários, 3 ativos e 2 em Idle, o curioso é que o PS0 realmente apresenta um consumo bem elevado, sendo acima de 11W, o que para um SSD é bastante, e veremos no decorrer da análise se ele ultrapassa isso. O próprio SSD é configurado com temperaturas target de 87ºC e 89ºC para entrar em estado de thermal throttling, o que são bons valores.

CURIOSIDADES SOBRE O SSD CRUCIAL T700

Da mesma forma que circuitos integrados de memória RAM em um pente de memória sofrem variação, o mesmo ocorre com SSDs, nos quais há casos de mudanças de componentes como controlador e NAND flashs.

Até o momento desta análise, não há diferentes variações de hardware deste SSD.

BANCADA DE TESTES
– Sistema Operacional: Windows 11 Pro 64-bit (Build: 23H2)
– Processador: Intel Core i7 13700K (5.7GHz all core) (E-cores e Hyper-threading desabilitados)
– Memória RAM: 2 × 16 GB DDR4-3200MHz CL-16 Netac (c/ XMP)
– Placa-mãe: MSI Z790-P PRO WIFI D4 (Bios Ver.: 7E06v18)
– Placa de Vídeo: RTX 4070 Ti Super Colorful (Drivers: 555.xx)
– Armazenamento (OS): SSD Solidigm P44 Pro 2TB (Firmware: 001C)
– SSD testado: SSD Crucial T700 1TB (Firmware: PACR5101)
– Versão drive Chipset Intel Z790: 10.1.19376.8374.
– Windows: Indexação desabilitada para não afetar resultados dos testes.
– Windows: Atualizações do Windows updates desabilitados para não afetar resultados dos testes.
– Windows: A maioria dos aplicativos do Windows desabilitados de rodar em segundo plano.
– Teste Boot Windows: Imagem limpa com apenas drivers e todos os updates.
– Teste de pSLC Cache: O SSD é arrefecido por fans para não gerar thermal throtling, interferindo no resultado.
– Windows: Anti-Vírus desabilitado para diminuir variação de cada Rodada.
– SSDs Testados: Utilizado como disco secundário, com 0% de espaço sendo utilizado e outros testes com 50% de espaço utilizado para representar um cenário realista.
– Quarch PPM QTL1999 – Teste de consumo elétrico: realizo com 3 parâmetros, em idle aonde o disco é deixado como secundário e após um tempo em idle é realizado a gravação por 1 hora e tirado a média.

ONDE COMPRAR

Para aqueles que desejam comprar este modelo de SSDs, eis alguns links comissionados caso queiram nos ajudar.

Amazon – SSD Crucial T700 1TB Gen5

Mercado Livre – SSD Crucial T700 1TB Gen5

CRYSTALDISKMARK
Realizamos testes sintéticos sequenciais e aleatórios com as seguintes configurações:

Sequencial: 2x 1 GiB (Blocos 1 MiB) 8 Queues 1 Thread

Aleatórios: 2x 1 GiB (Blocos 4 KiB) 1 Queue 1/2/4/8/16 Threads

Nestes testes de velocidades sequenciais existe uma diferença mais significativa a favor dos SSDs Gen5. O Crucial apresenta bons resultados, embora já existam modelos Gen5 bem mais rápidos.

Suas latências também foram bem legais, principalmente em sua leitura, que por conta da alta largura de banda em QD1 faz com que sua latência também seja bem menor, já em sua escrita, ainda que tenha tido um bom resultado, ele não foi o SSD mais rápido do comparativo.

Suas velocidades aleatórias em QD4 são muito boas, embora não tenha sido um dos SSDs mais rápidos, pois o projeto do SSD não extraiu os 100% do desempenho da NAND neste quesito.

Na sua leitura em QD1, ele consegue com facilidade ultrapassar a barreira dos 100 MB/s, o que em SSDs Gen4 não é nada fácil de ser alcançada. E na sua escrita embora ele não tenha tido a maior velocidade ainda sim foi um bom resultado.

ATTO Disk Benchmark QD1 e QD4

Realizamos um teste utilizando o ATTO para observar a velocidade dos SSDs em determinados tamanhos de blocos diferentes. Neste benchmark, foi configurado da seguinte forma:

Blocos: de 512 Bytes até 8 MiB

Tamanho do arquivo: 256MB

Queue Depth: 1 e 4.

O ATTO Disk Benchmark é um software que faz um teste de velocidade sequencial com arquivos comprimidos, ou seja, para uma simulação em uma carga de transferência de dados como no Windows, geralmente vemos algo em torno dos blocos de 128KB à 1 MiB, agora em pequenos blocos na sua leitura, não tem uma vantagem em relação aos demais SSDs, isso acontece devido as NANDS com 6-planes e ter um problema maior em escrever e ler dados em sub-pages, já que suas NANDs possuem pages de 16KB. A partir disso, seu desempenho começa a fica a frente dos demais SSDs, e a partir de 32KB ele já ultrapassas todos do comparativo.

O mesmo ocorre em QD1, porém, em sua leitura há uma queda no desempenho a partir de 2MB, isso pode ser devido a algum problema de imaturidade do firmware, ou sobre super-pages que tem como foco criar páginas maiores que 16KB para melhorar o desempenho de escrita e leitura, além de aprimorar o Wear-leveling.

3DMark – Storage Benchmark

Neste benchmark, são realizados diversos testes voltados a armazenamento, incluindo testes de carregamento de games como Call of Duty Black Ops 4, Overwatch, gravação e streaming com o O.B.S. de uma gameplay à 1080p 60 FPS, instalação de alguns jogos e transferências de arquivos de pastas de games.

image163

Neste benchmark, que possui inúmeras traces realísticas tanto de trabalho como de uso cotidiano, até agora, ele foi o SSD com a maior pontuação, ultrapassando a marca de 1GB/s em sua largura de banda, tendo um excelente desempenho.

PCMARK 10 – FULL SYSTEM DRIVE BENCHMARK

Aqui foi utilizada a ferramenta Storage Test e o “Full System Drive Benchmark”, que faz testes leves e pesados no SSD.

pcmark10 fb og

Dentre estes traces podemos observar testes como:
– Boot Windows 10
– Adobe After Effects: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Illustrator: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Premiere Pro: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Lightroom: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Adobe Photoshop: Iniciar a aplicação até estar pronto para uso
– Battlefield V: Tempo de carregamento até o menu iniciar
– Call of Duty Black Ops 4: Tempo de carregamento até o menu iniciar
– Overwatch: Tempo de carregamento até o menu iniciar
– Usando Adobe After Effects
– Usando Microsoft Excel
– Usado Adobe Illustrator
– Usando Adobe InDesign
– Usando Microsoft PowerPoint
– Usando Adobe Photoshop (Uso intenso)
– Usando Adobe Photoshop (Uso mais leve)
– Copiando 4 arquivos ISOs, 20GB ao total de um disco secundário (Teste de Escrita)
– Realizando a cópia do arquivo ISO (Teste de leitura-escrita)
– Copiando o arquivo ISO para um disco secundário (Leitura)
– Copiando 339 arquivos JPEG (Fotos) para o disco sendo testado (Escrita)
– Criando cópias destes arquivos JPEG (Leitura-Escrita)
– Copiando 339 arquivos JPEG (Fotos) para outro disco (Leitura)

image194

Já neste benchmark, que também possui algumas traces realísticas mas que tem um foco maior em produtividade, observamos que ele novamente toma a liderança, ficando a frente com uma boa vantagem em comparação aos demais SSDs do comparativo.

TESTE DE PROJETO – Adobe Premiere Pro 2021
A seguir, utilizamos o Adobe Premiere para medir o tempo médio de abertura de um projeto de cerca de 16.5GB com resolução 4K, 120Mbps de bitrate, cheio de efeitos até que estivesse pronto para edição. Ressaltando apenas que o SSD testado é sempre como drive secundário sem o sistema operacional instalado, pois isso poderia afetar o resultado, gerando inconsistências.

image592

Ao utilizarmos o Premiere para carregarmos um projeto de mais de 16GB, ele teve um dos melhores tempos de carregamento, o que prova que este design de SSDs realmente é ótimo para produtividade.

TESTE DE TEMPO DE CARREGAMENTO DE GAMES E WINDOWS
Aqui temos uma comparação entre múltiplos SSDs e um HD, utilizando uma instalação limpa do Windows 10 Build 21H1 junto do benchmark do Final Fantasy XIV abrindo o modo campanha. O teste consiste no melhor resultado após três boots seguidos do sistema, considerando o tempo total até finalizar na área de trabalho com o score informado pelo aplicativo, por isso, é mais lento do que o boot até mostrar a tela da área de trabalho. 

image608

No carregamento de games, mesmo SSDs Gen5 com suporte a Direct Storage apresentam uma diferença tão pequena que chega a ser imperceptível.

image627

Neste programa, consta deste o tempo de boot até o carregamento dos últimos drivers do OS, o que neste caso, é feito uma instalação limpa com apenas drivers de sistema operacional, como de Rede, Wireless + Bluetooth, Áudio, Drivers Nvidia, PCH dentre outros, ele apresentou até agora o menor tempo de carregamento dos sistema.

TESTE DE VELOCIDADE SUSTENTADA | SLC CACHING

Boa parte de SSDs no mercado atualmente utiliza como base a tecnologia de SLC Caching, em que certo percentual de sua capacidade de armazenamento, seja ele MLC (2 bits p/ célula), TLC (3 bits p/ célula) ou QLC (4 bits p/ célula), é usado para armazenar apenas 1 bit por célula. No caso, é usada como um buffer de escrita e leitura, em que o controlador inicia a gravação e quando o Buffer se esgota ele escreve nas NAND Flash nativas (MLC / TLC / QLC).

image

SLC Cache

Através do IOmeter, podemos ter uma ideia do volume de SLC cache deste SSD, já que o fabricante muita vezes não informa este valor. Pelos testes que realizamos, foi possível constatar que ele possui um volume de pSLC Cache que aparenta ser dinâmico, imenso, de cerca de 102GB, ele conseguiu manter velocidade média de ~ 9147MB/s até o fim do buffer.

image654

Após ter gravado 102GB, ele começa a gravar em suas NANDs de forma nativa operando em modo TLC, e neste cenário ele fica trabalhando a uma média de 1839 MB/s o que é uma velocidade boa para um SSD de 1TB, embora não seja um resultado tão espetacular quanto nas unidades de 2TB ou 4TB, que provavelmente consigam ficar até mais de 2x esta velocidade. Ele permanece nessas velocidades por um bom tempo, gravando mais de 700 GB à velocidades acima de 1.8 GB/s.

image667

Logo após ele ter esgotado seu espaço devido o SLC Cache, ele já começa a entrar no processo de folding, pois ele alocou toda sua capacidade para trabalhar como pSLC. Então, agora sim, vemos o verdadeiro “calcanhar de Aquíles” desses SSDs. Sua velocidade sustentada entretanto foi meio baixa, tendo uma média de 881 MB/s o que é bem tradicional para esses SSDs de 1TB com esses dies B58R.

Em sua média geral, contando o Folding + estado nativo ele teve uma velocidade de 1566MB/s ficando acima de outros SSDs Gen4 de 1TB.

Realizamos também um teste para ver quanto tempo o SSD levaria para recuperar parte de seu Buffer e no decorrer da nossa bateria de testes, que dura de 30 segundos até 2 horas em idle, utilizando o TRIM e gargabe collection vs TRIM/GC não utilizados. Ao testarmos sem usar o TRIM/GC podemos observar que ele não conseguiu recuperar nada do seu SLC Cache, o que é um ponto negativo sim, mas não qualifica isso como um design de SLC Cache ruim, apenas que neste cenário que é irrealístico ele não consegue aproveitar este momento.

Mas ao testarmos com TRIM/GC ativados, ele já consegue recuperar seu volume completo em poucos segundos.

TESTE DE CÓPIA DE ARQUIVOS

Neste teste, foi feita a cópia dos arquivos ISOs e do CSGO de uma RAM Disk para o SSD para ver como ele se sai. Foram utilizadas a ISO do Windows 10 21H1 de 6.25GB (1 arquivo) juntos da Pasta de instalação do CSGO de 25.2GB. 

image695

Ao utilizarmos a imagem .ISO do Windows 10, embora ele deveria ser um dos SSDs mais rapidos neste cenários, ele acaba sendo um dos mais “lentos”, no caso, isso ocorre devido ser um arquivo muito pequeno e o SSD não tem tempo de alcançar suas velocidades máximas de transferência e por isso ficou nessa posição no comparativo.

image710

Agora com uma pasta de arquivos maior, ele consegue entregar um resultado agradável, ficando com um empate técnico com alguns outros SSDs Gen4.

TESTE DE TEMPERATURA

Neste trecho da análise, observaremos a temperatura do SSD durante um teste de stress, onde o SSD recebe arquivos de forma contínua, para podermos saber se houve algum thermal throtling com seus componentes internos que pudessem gerar algum gargalo ou perda de performance.

image722

Como visto acima, este SSD por padrão possui um limite de limitação térmica de 87ºC à 89?°C, que é um valor decente. Através dos sensores do SSD ele não ultrapassou 83ºC porém, na verdade, ele passou dos 87ºC, pois acabou sofrendo muito thermal throttling.

Quando ele atinge esta temperatura, suas velociades caem de 1800 MB/s em média, para aproximadamente 100 MB/s, o que é pior que um SSD SATA DRAM-Less. Isso é esperado de um SSD Gen5 com um controlador não muito eficiente como este.

Entretanto, à alguns meses estavamos tendo um problema no mercado, onde SSDs Gen5 estavam literalmente se desligando devido super aquecimento desses controladores Phison E26, como podemos ver nos testes do meu amigo W1zzard do Techpowerup.

image 9

Techpowerup – Review SSD Corsair MP700 2TB – Thermal Testing

O SSD realizava tanto leitura a gravação até sua temperatura Target ser atingida, porém, mesmo realizando o thermal throttling, o SSD ainda continuava esquentando, o que fazia ele desligar poucos segundos depois.

Felizmente as fabricantes foram rápidas para corrigir isso, solicitando a Phison uma correção, com essa unidade dos testes já vindo atualizada de fábrica, mas para aqueles que necessitem, no software da Crucial, tem um setor de atualização de firmware, portanto, recomendo que dêem uma olhada para analisar se há algum update de correção no SSD Gen5 de vocês.

CONSUMO ELÉTRICO E EFICIÊNCIA

SSDs da mesma forma que diversos outros componentes do nosso sistema tem um determinado consumo elétrico. Os mais eficientes conseguem realizar tarefas que foram requisitadas de forma rápida e com um consumo relativamente baixo, para que assim consiga transitar novamente para seus power states em idle aonde tende a ter um consumo menor.

quarch programmable power module
Agradecimento especial a Quarch Solutions por terem enviado esta unidade para testes

Neste trecho da análise utilizaremos o Quarch Programmable Power Module que a Quarch Solutions nos enviou (foto acima) para realizar estes testes e verificar o quão eficiente o SSD é. Nesta metodologia serão realizados 3 testes: O consumo máximo que o SSD possui, uma média em cenários práticos e casuais e em idle.

Este conjunto de teste, especialmente o de eficiência e em idle são importantes principalmente para usuários que pretendem utilizar drives em laptops, pois SSDs ficam a esmagadora maioria do tempo em power states de baixo consumo (Idle), portanto, isso ajuda e muito a economizar bateria.

image772

Quando testamos sua eficiência, ele realmente vai muito mal e isso ocorre pois embora sua largura de banda tenha sido muito boa, seu consumo médio no benchmark foi extremamente elevado, o que destruiu sua eficiência.

image728

Quando testamos com o IOmeter o SSD, vemos que ele teve o maior consumo que já medimos até hoje em um SSD do mercado consumidor e ainda que ele tenha ficado abaixo dos PS0 de 11.5W, isso só ocorreu por se tratar da unidade de 1TB, com as de 2TB e 4TB alcançando e até excedendo o PS0.

image746

E foi devido a este resultado em sua média que tivemos uma baixa eficiência. Observamos que ele teve um consumo maior que um SSD de 8TB, o que é extremamente alto e infelizmente comum para SSDs Gen5.

image758

Por último e mais importante, teste em Idle, sendo o cenário em que a esmagadora maioria dos SSDs se encontram no uso do dia a dia ou cotidiano, e aqui vemos também outro terrível resultado. O SSD conseguiu ter um consumo tão elevado, que um SSD Gen4 num consumo médio tem um consumo próximo ao que este Gen5 tem em IDLE sem fazer nada.

Conclusão

Será que vale a pena o investimento extra nestes tipos de SSDs?

De maneira curta e direta, não. Exceto se você realmente estiver montando algum tipo de workstation que consiga tirar proveito de SSDs como este, como vimos no caso de trabalhar com projetos de edição de vídeo, programação e outras atividades do tipo.
Tirando isso, enão recomendamos esse SSD para uso casual. Não pelo desempenho dele, pois nesse aspecto ele vai muito bem, mas pelo fato de que o custo é muito elevado para ter um desempenho marginalmente superior a um SSD Gen4 de boa qualidade que pode custar menos.

Por exemplo, o SN850X de 2TB, que é um excelente SSD, consegue ser mais barato que o T700 de 1TB. Portanto, qual o sentido de um SSD como este? É realmente dificil de justificar a compra.

VANTAGENS

  • Maiores velocidades sequenciais que testei até agora
  • Excelentes velocidades aleatória
  • Bons resultados de latência, principalmente sua leitura
  • Ótimo desempenho prático para cenários de uso profissionais principalmente
  • Não possui variantes com componentes diferentes
  • Excelente construção interna, controlador e NAND Flashs de ótima
  • Volume de pSLC Cache de bom tamanho
  • Boa velocidade de escrita sustentada pós SLC Cache
  • Durabilidade na média de SSDs Gen4 e Gen5
  • Software de gerenciamento bem Completo
  • Garantia de 5 Anos
  • Consumo elétrico em Idle razoável.

DESVANTAGENS

  • Sofre Thermal-throttling agressivo e em firmware desatualizado o SSD desliga.
  • SLC Cache demora para se recuperar (na prática nem tanto)
  • Alto consumo elétrico
  • Baixa eficiência energética devido alto consumo
  • Não tem criptografia
  • Preço terrível, totalmente fora da realidade.

Você também pode gostar...

Deixe uma resposta