ASUS A7N8X-X + Athlon XP: Modificações e primeiros resultados – Parte II
Fala pessoal, beleza?
Na primeira parte da série sobre overclock “retrô” usando a ASUS A7N8X-X + Athlon XP, fiz uma breve apresentação do hardware, os detalhes do processo de adaptação do EPOWER V nessa placa-mãe assim como do water block para essa plataforma e um primeiro resultado para validar o funcionamento dessa coisa. Se você ainda não leu a primeira parte, clique nesse link para conferir o que rolou ali.
Agora irei detalhar as demais modificações que fiz na A7N8X-X e também compartilhar os resultados que foram obtidos com isso em uma primeira sessão de overclock extremo usando gelo seco, então vamos lá! 🙂
O primeiro passo foi adicionar capacitores na placa, logo após o EPOWER V, pois do jeito que estava não tinha praticamente nenhum desses componentes além de alguns poucos cerâmicos entre o EPOWER V e o CPU e poderia estar perdendo uns MHz nisso. Decidi por utilizar capacitores de tântalo devido ao seu “footprint” reduzido, ter sucatas disponíveis para reaproveitar os mesmos e pelas suas características de ESR/ESL melhores do que dos capacitores sólidos, conforme pode ser visto nesse pdf da TI e nesse artigo sobre capacitores.
Determinados os capacitores, o próximo passo foi encontrar o melhor lugar para instalação dos mesmos, o que costuma ser o mais próximo possível da carga e como podemos ver na galeria abaixo, a A7N8X-X possui pontos de solda vagos para instalação de capacitores ali no socket, ou seja, mais próximo possível da carga impossível! 😀
Diferentemente dos capacitores cerâmicos, os de tântalo possuem polaridade sendo necessário se atentar a esse detalhe pois caso contrário você pode terminar com uma pequena explosão e incêndio, o que definitivamente não é nada bom, portanto, inclui nas fotos também quais pontos são GND e quais são VCC nessa placa. Nessa parte da placa utilizei tântalos de 470uF 2.5V, sendo dois no socket e dois no pcb da placa, antes do socket.



Para testar o beneficio desse mod, montei a placa e testei com o mesmo Duron do primeiro artigo, usando a mesma refrigeração e a mesma tensão de operação (cerca de 2.16V) e no caso obtive um ganho de coisa de 75MHz nesse CPU em relação ao primeiro teste, o que não é nada mal se me perguntarem! 🙂
https://hwbot.org/submission/4230000_noms_cinebench___2003_duron_1600_(applebred)_313_points/
https://hwbot.org/submission/4231462_noms_cinebench___2003_duron_1600_(applebred)_318_points/
Também adicionei mais uns capacitores desses na parte da alimentação do chipset visando quem sabe atingir frequências maiores no FSB, o que nessa plataforma é algo importante tanto do ponto de vista do desempenho quanto dos CPUs com multiplicador baixo e travado como o Sempron 2200+.


Dos voltmods “tradicionais” (FB to GND) fiz o relativo ao VDIMM e para o VDD, sendo que o primeiro, como o próprio nome já diz, é para a tensão das memórias e no caso estou usando um pente com chips Winbond BH-5 que escala com tensão acima dos 3V. Já o VDD se refere a tensão do chipset (ponte norte e sul) e é especialmente útil na hora de fazer overclock no FSB. Apenas fazendo um adendo, o nForce 2 costuma chegar no seu limite geralmente com algo entre 1.9V~2.1V, com alguns exemplares “fora da curva” escalando além disso.


Como mostrarei mais adiante, também troquei o dissipador padrão da ponte norte por algo mais robusto e adaptei um na ponte sul, afinal de contas, a dissipação de calor do chipset aumenta consideravelmente conforme se aumenta a tensão do mesmo e definitivamente não gostaria de terminar com uma placa danificada por isso ou perdendo preciosos megahertz por desleixo na refrigeração. 😉
Após todas essas modificações, foi possível chegar nos 248.9MHz de FSB com 2.1V no VDD usando um Sempron 2200+, o que foi um belo ganho em relação a placa sem modificações (229MHz máximo), porém, nada extraordinário e que ainda requer algum trabalho, seja a nível de hardware ou bios, para deslanchar.


Por fim, eis como a placa ficou no final com os novos dissipadores no chipset, aquele “ornamento” ROG no dissipador da ponte sul que está ali apenas para ficar legal na foto pois o mesmo obviamente acaba por comprometer o desempenho do dissipador restringindo o fluxo de ar entre as aletas e por fim, o GND extra que adicionei no EPOWER.


Após tudo isso, parece que a placa está no ponto para uma primeira sessão de “batismo” no OC Extremo não é mesmo? Para isso escalei meu velho pot de CPU devido ao SF3D Inflection Point ser largo demais impossibilitando de monta-lo nessa placa, algum improviso no sistema de fixação e isolamento, que como pode ser visto na foto abaixo, foi um “híbrido” do sistema do Inflection Point com o espelho traseiro de algum gabinete velho aleatório combinado a algumas meias velhas que foram reaproveitadas para isolar o pot.
Vamos as configurações utilizadas:
CPU: AMD Duron 1600MHz (DHD1600DLV1C MIXIB0347TPMW)
MOBO: ASUS A7N8X-X
VGA: XFX GeForce 6200 AGP
RAM: 256MB Corsair XMS3500 433MHz CL2 (CMX256A-3500C2 XMS3502v1.1)
REFRIGERAÇÃO: 1KG Gelo Seco
Software utilizado: Windows XP SP3, SuperPI XS 1.5, Cinebench 2003, Pifast, wPrime 1.55
Objetivo dos testes: Verificar se a A7N8X-X modificada sobrevive a essa primeira sessão de OC Extremo e quem sabe obter algum bom resultado para a equipe no HWBOT. 🙂
Com esse exemplar foi possível rodar os benchmarks com frequência entre 2860MHz e 2900MHz com 2.16V, que é o máximo possível para o EPOWER V. Considero esses resultados excelentes para um CPU aleatório retirado daquele monte cuja foto figura no primeiro artigo e talvez até fosse possível ir um pouco além caso o EPOWER V permitisse esticar mais um pouquinho a tensão.
No que diz respeito a eficiência nos resultados, essa placa não é das mais rápidas para PI 1M provavelmente por conta da falta de suporte a dual channel, bios e mesmo ajuste mais fino dos timings, entretanto, ainda foi possível pegar um primeiro lugar nesse benchmark se usando da boa e velha força bruta, o que me rendeu 28.3 pontos no HWBOT, nada mal!




Em termos de validação máxima do CPU-Z, infelizmente não foi possível chegar nos 3GHz, ficando ali nos 2937.45MHz, o que ainda é uma boa marca tendo ficado em 4º lugar no ranking do HWBOT para esse CPU.
E por fim, a galeria de fotos do hardware congelado que nunca pode faltar em um artigo sobre overclock extremo. 🙂


Conclusão:
A A7N8X-X se comportou bem ao ser submetida a esses esforços extremos, seja do ponto de vista das inúmeras modificações realizadas na placa quanto da refrigeração e apesar de suas limitações, ainda foi possível obter resultados interessantes para o ranking do HWBOT, com direito a um primeiro lugar!
É evidente que os resultados poderiam ter sido melhores com uma placa-mãe com nForce 2 400 Ultra ou se o EPOWER V não fosse limitado a 2.16V no máximo, entretanto, ainda sim considero esse experimento um sucesso no qual devo revisitar no futuro. 🙂
E por enquanto é só pessoal, comentários, dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindos! Até a próxima!
Tive essa mesma placa com um Bartom XP3200 entre 2005 e 2010. CPU era overkill pro tempo, mas eu nunca consiguia uma VGA decente pra acompanhar. kkkk
Olá Anderson,
Bons tempos! Época do Athlon XP (tive um até 2004) pra mim foi de XP2000+ e M830LU, que era a versão da PCChips da “lendária” ECS K7S5A. 🙂
Em relação a VGA decente, meio que tive o mesmo problema! A melhor AGP que cheguei a ter nessa época foi uma Radeon 9550, a plaquinha era guerreira mas muito longe de ser algo “high-end”.
Interessante! Eu tive (na verdade tenho guardado até hoje) um Athlon XP 1600+, Tbred se não me engano. A primeira mobo que usei com ele foi uma Asrock M810LMR, nessa época a Asrock ainda era uma divisão de baixo custo da Asus, o vídeo onboard dela era tão ruim que só rodava quake 3 (bem mal) e half life pra baixo, nfs underground rodava com gráficos bugados a coisa de 5fps, e um rpg 3d de revista que eu tinha rodava a coisa de 1 frame a cada 3 segundos hahaha, mas mesmo assim me divertia muito.
Eventualmente a M810 estragou e peguei outra Asrock, a K7S41GX, era outro nível, memórias ddr, slot agp. Coloquei uma maravilhosa FX5200 de 64bits, já conseguia rodar gta san andreas, cs source, max payne, nfs underground, ápice da diversão. E milagrosamente essa Asrock era boa de over, levava esse Athlon próximo dos 2GHz só brincando no FSB, as temperaturas ficavam insanas mas o ganho de desempenho era bem alto.