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Review – 32GB (2x16GB) Corsair Vengeance RGB DDR5 6400CL36 – Um kit com chips Micron, mas será que isso é uma boa?

Nessa review iremos analisar um kit de memória DDR5 Corsair da série Vengeance RGB, que oferece modelos que vão dos 5200 aos 8200 MT/s, em módulos de 8, 16, 24, 32 ou 48 GB, podendo ser adquiridos individualmente ou em kits de 16, 32 GB, 48, 64 ou 96 GB. O produto dessa análise é um kit com dois módulos de 16 GB, 32GB ao todo, 6400 MT/s, timings 36-48-48-104 e tensão de operação de 1.35V.

Os pentes de memória vem em uma caixa retangular com uma ilustração do produto, logomarca da fabricante e modelo, enquanto na parte de trás, novamente, existe descrições em vários idiomas e janelas onde é possível ver os módulos. O código dessa memória é CMH32GX5M2B6400C36.

Em relação ao dissipador, a Corsair optou por uma peça simples de alumínio que faz contato com os chips e PMIC. Ela não possui aletas, portanto, serve mais como um ‘buffer’ do que como dissipador, mas ao menos a chapa cobre toda área dos chips e do PMIC.

O exemplar testado possui iluminação RGB e é compatível com o software iCue da Corsair, que permite sincronia e controle com outros dispositivos RGB da fabricante.

Ao remover o dissipador, fomos surpreendidos por chips fornecidos pela Spectek, que é uma divisão da Micron que fornece chips de memória e NANDs a um custo mais camarada e infelizmente, não foi possível identificar exatamente qual chip é esse, contudo, a maior suspeita é que eles sejam os Micron D-Die. É bom lembrar que esse é um die 16 Gbit e certamente mais novo que os Micron A-Die do lançamento, que não são capazes de operar nas especificações padrão desses módulos.

Sobre o PMIC, que é o circuito integrado responsável pela alimentação do módulo de memória, foi adotado uma unidade da Richtek.

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Aqui é possível ver as informações gravadas no SPD dessas memórias, incluindo os perfis XMP e as demais especificações.

Segue o link para a página do produto no site do fabricante: https://www.corsair.com/br/pt/p/memory/cmh32gx5m2b6400c36/vengeance-rgb-32gb-2x16gb-ddr5-dram-6400mt-s-c36-memory-kit-black-cmh32gx5m2b6400c36#tab-downloads

Configurações utilizadas:

CPU: AMD Ryzen 7 8700G e Ryzen 7 9700X (Obrigado AMD!)

MOBO: ROG Crosshair X670E Gene (BIOS: 2505)

RAM: 2×16 GB Corsair Vengeance RGB DDR5-6400CL36 1.35V – CMH32GX5M2B6400C36 – (Obrigado Alexandre Pimenta!)

GPU: Powercolor RX 6700 XT Fighter 12 GB

PSU: Coolermaster MWE 1250 Gold V2 (Obrigado Cooler Master)

COOLER: Watercooler Custom

SSD: Crucial BX300 120 GB + Teamgroup T-Force Vulcan Z 1TB

Software: Windows 10 22H2 x64, TM5 0.13.1 1usmus, Geekbench 3.4.4, y-cruncher 0.85, Counter Strike 2, Shadow of the Tomb Raider e 3dmark11.

Objetivo e metodologia dos testes:

Descobrir qual o limite para uso diário das Corsair usando o Ryzen 7 8700G e o 9700X, visando explorar os ajustes ótimos para cada uma dessas CPUs:

1) XMP/EXPO: O objetivo aqui é testar se é possível operar com estabilidade usando o perfil EXPO, caso disponível, e XMP de fábrica, eliminando aquele teste de overclock que costumavamos fazer nessas condições.

Essa mudança foi necessária por conta desse “overclock fácil” não fazer mais sentido, pois nas DDR5, os ganhos de se fazer isso beiram o inexistente, já que as placas-mãe costumam relaxar muito os subtimings, anulando os ganhos com o overclock.

2) 24/7 com ajuste fino: E aqui, foram feitos ajustes manuais em todos os parâmetros possíveis visando obter o melhor resultado possível com viabilidade para uso diário, indo ao limite dos modos 1:1 e 1:2 com o 9700X.

Nos casos 1 e 2, foram utilizados o TM5 0.13.1 perfil 1usmus para verificar estabilidade, o Geekbench 3.4.4, y-cruncher 1b e 3dmark11 para ter uma melhor ideia do desempenho em benchmarks sintéticos e os Counter Strike 2 e Shadow of the Tomb Raider para ter noção dos ganhos em jogos.

Para esses testes, ambas as CPUs foram travadas em 5.0GHz, com FCLK em 2500MHz para o 8700G e 2200MHz para o 9700X. É necessário lembrar que para os Ryzen AM5, não existe mais aquela observação para se manter o FCLK trabalhando na mesma proporção do clock da memória, ou seja, antes de partir para o ajuste dessas ultimas, é interessante testar o limite do FCLK, que para os Ryzen 7000 ficará entre 2000 e 2200 MHz e os Ryzen 8000, 2200 e 2700 MHz.

É importante destacar que os ajustes obtidos com o Ryzen 7 9700X também podem ser usados com Ryzen 7000, já que ambas as séries compartilham o mesmo IO Die e portanto, a mesma controladora de memória.

Timings – AMD

XMP / EXPO:

Para esse modelo, a Corsair optou por incluir um perfil XMP para DDR5-6400, o qual funcionou bem no hardware de teste, com a placa-mãe aplicando automaticamente o UCLK no modo 1:2 em 6400 MT/s no 8700G.

Novamente, é bom lembrar que essa é uma limitação dessa amostra, o que também pode ocorrer com os Ryzen 7000 e 9000, onde alguns exemplares não são estáveis com UCLK trabalhando 1:1 e memória a 6400 MT/s, nesse caso, sendo mais interessante buscar o máximo mantendo a proporção 1:1.

24/7 com ajuste fino:

corsair vengeance rgb timings

Ao fazer os ajustes finos, foi possível melhorar vários timings e atingir 7600 MT/s tanto com o R7 8700G quanto com o R7 9700X, o que representa um avanço gigantesco em relação as Micron A-Die do lançamento, que com muita sorte atingiam os 5600 MT/s. É interessante observar que para chegar lá, os VDD e VDDQ foram reduzidos para 1.29V dos 1.35V padrão, pois acima disso ocorriam erros no TM5. Apesar desse comportamento parecer estranho, não é a primeira vez que vemos memórias performando melhor com tensão mais baixa, as Samsung C-Die DDR4 também podem apresentar essa caracteristica.

Sobre os timings, diferente do que ocorre nos consagrados chips Hynix, que vários parâmetros escalam com tensão adicional, não foi o caso desse Micron/Spectek, até porque, essas memórias foram melhores com undervolt, apesar disso, os timings primários terminaram mais relaxados do que costumamos ver em módulos Hynix A-Die, além do tRFC, que ficou acima dos 250ns mesmo com o 8700G.

Os principais timings a se relaxar para atingir frequências mais elevadas foram os primários, especialmente tCL e tRCD, tRC, os SCL mantendo a proporção de tWRWRSCL = 2*tRDRDSCL, tRFC e também as impedâncias de terminação.

Benchmarks

A seguir, temos os números de desempenho nos benchmarks e é bom lembrar que esses resultados podem variar para diferentes processadores e plataformas, por exemplo, o desempenho com frequência de memória mais elevada costuma ser mais perceptível nos Intel de 12ª/13ª/14ª geração, enquanto nos Ryzen 7000 e 9000, o ganho em jogos tende a ser nulo no modo 1:2, mesmo em 8000 MT/s.

Lembrando que todos esses resultados passaram no teste de estabilidade do TM5 0.13.1 e ao menos especificamente para essas amostras, representam algo que pode ser usado diariamente.

Benchmarks 2D

Nos benchmarks sintéticos de memória é onde a diferença do overclock costuma ficar mais evidente, com tanto o Geekbench quanto o y-cruncher 0.85 1b apresentando ganhos significativos ao se fazer overclock, o que nem sempre acontece em outras aplicações 2D, igual vimos no nosso guia de otimização para o Ryzen 7 8700G.

Os ganhos foram mais significativos no 8700G, já que ele se beneficia do FCLK mais alto, o que garante maior banda de memória efetiva nessas situações, enquanto que o 9700X pouco escalou dos 6400 para os 7600 MT/s.

Benchmarks 3D

Além dos testes 2D, também fizemos testes em jogos para verificar o ganho de desempenho ao fazer a otimização dos timings e frequência. Rodamos os testes nas configurações abaixo, visando simular uma situação em que a CPU é o fator limitante. Esse é como se fosse o melhor caso de ganho para as CPUs testadas, onde isso tende a diminuir com resoluções maiores.

Foi também incluido o 3dmark11, que apesar de antigo, seus Physics e Combined Tests são bastante dependentes do subsistema de memória estar bem afiado.

Resultados:

Os ganhos do overclock de memória no 8700G foram mais expressivos em comparação ao 9700X e isso se deve ao fato de o 8700G ter metade do cache L3 do 9700X, o que o leva a realizar mais acessos à memória. Nessa situação, um sub-sistema de memória e IF mais rápidos ajudam a compensar essa limitação.

Já com o 9700X, os maiores ganhos vieram na otimização dos timings em relação ao EXPO padrão ainda em 6400 MT/s, com pouco ou nenhum benefício de ir até os 7600 MT/s, exceto que assim é possível trabalhar com VDDSOC mais baixo, liberando alguma margem de TDP para CPU.

Conclusão

O kit Corsair Vengeance RGB de 32 GB (2×16 GB) DDR5-6400CL36, apresentou boa compatibilidade com a plataforma AMD, funcionando normalmente com o perfil XMP 6400 MT/s sem intervenção do usuário, ainda que isso tenha resultado em UCLK no modo 1:2 com o 8700G, o que pode variar com a CPU e placa-mãe utilizada e pouco ou nada tem a ver com a memória.

Com o ajuste manual, foi possível atingir DDR5-7600 CL40 com estabilidade, o que está aquém do que os kits com os consagrados chips da Sk Hynix são capazes de fazer, porém, esse já é um grande avanço em relação aos chips Micron de primeira geração, que mal chegavam dos 5600 MT/s. Já com o Ryzen 7 9700X, foi possível chegar aos DDR5-6400CL36 com timings otimizados, que apesar de mais relaxados em relação aos Hynix, ainda podem ser considerados bem aceitáveis para uso diário.

Em relação à disponibilidade e preço, o kit de 32 GB Corsair Vengeance RGB 6400CL36 se encontra esgotado nas lojas brasileiras, mas lá fora ele pode ser encontrado por cerca de 98 USD, o que não é um valor ruim para um kit de 32GB, contudo, é possível achar modelos equipados com chips Hynix por virtualmente o mesmo preço, os quais seriam uma melhor opção do ponto de vista do desempenho, ou seja, para esse Corsair ser uma boa opção ele precisa estar no ‘precinho’.

E é isso! Dúvidas, perguntas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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1 Response

  1. Erik disse:

    Ótima review como sempre!

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