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[Review] ASUS ROG Maximus XII Apex

Fala pessoal, beleza?

Nesse artigo irei analisar uma placa-mãe da ASUS da série “Republic of Gamers” (ROG), a Maximus XII Apex, que como o “Apex” do nome sugere, trata-se de um modelo topo de linha com foco em entusiastas e overclockers que gostam de explorar o limite do seu hardware. A placa em questão é para o socket LGA1200, portanto, para as CPUs Intel de 10.ª geração, possui dois slots de memória RAM (topologia DPC), slot DIMM.2 para instalação de dois dispositivos M.2, ‘chipset’ Z490 que inclui suporte a Wi-Fi, 24x lanes PCIe 3.0 e Optane.

Em relação à caixa, na parte da frente existe destaque ao modelo, logo ROG, chipset e CPU na qual essa placa possui/suporta e recursos como Crossfire, SLI e AURA Sync, enquanto na parte de trás, temos uma foto do produto com suas especificações e destaque ao DIMM.2, Wi-Fi, I/O Shield integrado e o PCB com formato diferenciado.

Do pacote de acessórios, acompanham a placa: DVD com drivers e softwares, quatro cabos SATA, manual de instalação, ROG DIMM.2 com dissipador de calor integrado, cabo para RGB e LED endereçável, antena para o Wi-Fi, Q-Connector, 3 kits de parafusos para montagem dos M.2 e adesivos.

A Maximus XII Apex apresenta um visual bastante robusto e que pessoalmente me agrada bastante! A princípio se destacam o parrudo sistema de dissipação de calor do VRM com heatpipe, o “recanto dos overclockers” no canto superior direito da placa com vários switches, jumpers e botões auxiliares, o DIMM.2 extra ao lado dos slots de memória, o que é exclusivo de algumas placas ROG, portanto, bastante incomum de se ver por aí e por fim, o pedaço destacável do PCB próximo às portas SATA, o que é marca registrada das Apex.

Sobre o layout da placa, ele é de forma geral bem-planejado e tem tudo que um entusiasta ou overclocker extremo precisa, por exemplo, os dois slots de memória com topologia DPC, chamados pela ASUS de Optimem III, são localizados o mais próximos possível da CPU e a ideia disso é minimizar perdas e distorções de sinal enquanto operando com frequências de DRAM elevadas, existe também jumper LN2 Mode, que nessa placa libera ajustes de tensão mais agressivos (maiores que 2V) para memória e ajusta o PLL para 1.7V visando combater o coldbug, alguns switches para Slow Mode, que é usado em tentativas de validação de frequência máxima na CPU, post code debug LED, diversos pontos de medição de tensão, botões “Safe Boot e Retry”, que podem ser usados caso a placa não suba, botões liga/desliga e reset e por fim, dual bios, onde os chips podem ser alternados usando um botão localizado na extremidade inferior do pcb.

A Maximus XII Apex oferece oito portas SATA, sendo seis nativas do chipset Z490 e duas fornecidas por um controlador da ASMedia, que possui drivers e suporte para Windows XP, algo que é muito relevante para alguns benchmarks clássicos como o 3DMark01 e SuperPI. Já em relação as M.2, essa placa traz apenas uma M.2 com suporte a 4x lanes PCI-E 3.0 direto no PCB da placa…

… Entretanto, a ASUS oferece suporte a mais duas M.2 PCI-E 3.0 com 4x lanes usando o acessório DIMM.2 que acompanha a placa e é instalado naquele slot extra ao lado das memórias. No caso, ele acompanha dissipador com as respectivas ‘interfaces’ térmicas e também suporte a RAID com esses dispositivos, algo que lhes mostrarei adiante. 😉

Relativo ao codec de áudio utilizado, a ASUS o identifica como SupremeFX e ele é montado em uma camada isolada do PCB e possui isolamento metálico contra EMI, enquanto a LAN é a I225-V, que possui certo histórico de problemas e várias revisões disponíveis, no caso da amostra que tenho em mãos, o chip possui código SLNJY, o que equivale à revisão ‘B2’ e que ao que tudo indica, ainda apresenta alguns problemas enquanto usando certos routers/switches 2.5GbE e por fim, o Wi-Fi é provido pela Intel AX201.

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Sobre o espelho traseiro, temos nove portas USB 3.X e uma USB-C), PS/2 para teclado e mouse, LAN, botão clearcmos, USB Bios Flashback, conectores para antena do Wi-Fi e painel de som com 6 conectores, o que considero bastante razoável para uma placa como essa. Muitos podem achar estranho às duas portas PS/2 em uma placa como essa, entretanto, isso ajuda muito na hora de instalar versões anteriores do Windows e lembrem-se que o foco da Apex são entusiastas e overclockers! 😉

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Em relação ao conjunto de dissipadores, a ASUS adotou robustos dissipadores de alumínio com um grande heatpipe em “C” para o VRM, enquanto a parte dedicada ao M.2 pode ser removido por meio dos quatro parafusos localizados na parte de cima da peça, ou seja, não existe necessidade de remover o conjunto todo para acessar a M.2. Todos os thermalpads utilizados fazem bom contato com os componentes do VRM, o que é bom.

A respeito do VRM, trata-se de um arranjo de 8 fases usando o controlador ASP1105 acompanhado de power stages TDA21472 (drivers e mosfets de alta/baixa integrados em um único encapsulamento) cuja corrente máxima suportada é de 70A e no caso dessa placa, foram usados dois componentes desse por fase além de dois indutores. É necessário destacar que a ASUS decidiu por não incluir alimentação para o IGP, o que significa que recursos como Quicksync não são suportados nessa placa, o que não é um problema para o público na qual ela se destina.

Essa configuração usando powerstages em paralelo sem o uso de doublers tem sido usada com bastante frequência pela ASUS em suas placas e como tudo nessa vida, possui vantagens e desvantagens, nesse caso específico e em relação a uma abordagem mais tradicional usando doublers, as vantagens teoricamente são melhores respostas a transientes por se eliminar o delay do doubler e  melhor dissipação de calor por conta do maior número de componentes por fase, em outras palavras, menor corrente por powerstage em uma maior área de dissipação de calor, enquanto das desvantagens, maior ripple na saída e menor eficiência com pouca carga, porém, é necessário frisar que tudo que foi mencionado aqui além de ser teórico também pode ser mitigado com boas soluções de design, especialmente no caso das inconveniências.

Sobre a UEFI, a ASUS simplesmente adotou aquela máxima de “em time que está ganhando não se mexe” e optou por manter o excelente trabalho de interface, layout, design e usabilidade que lhe é característico nesse sentido. A gama de ajustes disponíveis é absolutamente extensa, com tudo que é necessário para extrair tudo que as CPUs de 10ª geração podem oferecer e também para facilitar a vida do usuário, existem opções como os vários perfis de overclock prontos para diferentes chips de memória, o que é prestável na hora de se ajustar a máquina.

Também é relevante mencionar que as CPUs de 10.ª geração trazem um valor chamado “SP”, que é como se fosse um parâmetro que permite ter uma ideia da qualidade da CPU e com isso, a placa pode fazer estimativas a respeito das frequências/tensões do exemplar usado, evidentemente, isso não dispensa o teste e binagem manual das CPUs para aqueles que pretendem partir para algo mais sério, entretanto, não deixa de ser um extra bem interessante para usuários menos “hardcore”.

 

Caso alguém tenha interesse, segue o link para site do fabricante, onde consta as especificações do produto. Vamos então as configurações utilizadas e resultados!

  • Configurações utilizadas:

CPU: Intel Core i9 10900K (Obrigado Renan!)

MOBO: ASUS ROG Maximus XII Apex (BIOS: 0707 – Obrigado Renan!)

VGA: Galax GTX1650 Super 4GB (Obrigado Galax!)

RAM: 2x8GB DDR4 G.Skill Flare X 3200CL14 / 2x8GB DDR4 Patriot Viper Steel 4400CL19

REFRIGERAÇÃO: Watercooler custom e pasta térmica GD900

SSD: Hikvision E1000 256GB e Goldenfir NVMe 256GB

EQUIPAMENTOS EXTRAS: Termômetro digital GM1312 e FLIR One LT

Software utilizado: Windows 10 x64 build 1909, Intel RST 17.8.8.1072, Blender 2.82a, TM5 0.12 v3, HWiNFO 6.28 e Geekbench 3.1.5.

  • Objetivo dos testes:

O objetivo desse artigo é verificar o quão bem a ASUS ROG Maximus XII Apex se sai naquilo que diz respeito a overclock de memória,  a configuração e desempenho de um arranjo RAID 0 com dois SSDs M.2 NVMe e testar a ‘performance’ térmica da placa em condições de estresse usando o i9 10900K.

Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

  • Resultados – Frequência das memórias:

O primeiro passo aqui foi testar até onde a ASUS ROG Maximus XII Apex conseguiria ir no overclock de memória, afinal de contas, o ‘layout’ com apenas dois slots de memórias favorece essa brincadeira e claro,  isso traz benefícios na pontuação de diversos ‘benchmarks’ e também em algumas aplicações. A princípio, optei por testar se seria possível usar as Patriot Viper Steel 4400CL19 com XMP, o que funcionou perfeitamente, entretanto, a placa aplicou tensões um tanto quanto altas no VCCSA (1.52V) e VCCIO (1.46V), o que no longo prazo pode acabar contribuindo com uma menor vida útil da CPU, no entanto, outro camarada, o Marcus do PCFacts que estava testando um kit DDR4 cujo XMP é de 4800MHz na plataforma LGA1200, porém usando uma placa-mãe da MSI, também reportou esse problema, contudo no caso dele, a tensão com ajuste automático do VCCSA chegou a exceder os 1.6V, o que indica que isso não deve ser exatamente um “problema” da Apex em específico.

É necessário esclarecer que cada CPU é diferente e que alguns podem de fato precisar de tensões de VCCSA/VCCIO mais agressivas para as memórias funcionarem com essa frequência elevada, entretanto, com 1.35V de VCCSA / 1.3V de VCCIO já foi possível rodar as Viper Steel @ 4400MHz com estabilidade, portanto, o ideal é que testem isso manualmente e caso seja necessário o uso de tensões altas para manter a estabilidade em um cenário de uso diário, se contentar com uma frequência mais baixa com ajustes menos agressivos.

Agora, no que diz respeito a um ajuste para uso em benchmarks, foram utilizadas G.Skill Flare X 3200CL14 juntamente aos perfis já disponíveis na placa, no caso, foi utilizado o do ‘Dancop’ para B-Die @ 4800MHz CL14 e com esse ajuste foi possível carregar o SO e rodar os benchmarks @ 4400MHz CL14 com timings bastante agressivos, ou seja, basicamente o mesmo limite dessas memórias na plataforma AMD, no entanto, foi possível esticar até os 4600MHz com 2V usando o mesmo ajuste, porém, subindo pelo BCLK, afinal de contas, esse kit de memória não passa no post com frequência maior de 4400MHz e o BCLK é aplicado após o processo de training. Abaixo os screenshots com os resultados de alguns benchmarks nessa frequência, no caso, o Geekbench 3.1.5 e o AIDA64.

  • RAID M.2

Como foi apresentado anteriormente, a Apex acompanha um acessório chamado DIMM.2 que permite a instalação de mais dois SSDs no padrão M.2 em um slot localizado próximo às memórias, mas será que isso também permite fazer RAID 0? Para isso, foram escalados os SSDs Goldenfir NVMe 256 GB e Hikvision E1000 256 GB, o que não é o ideal por se tratarem de unidades de entrada e também diferentes, ainda que o desempenho delas seja próximo, porém, como o propósito aqui foi testar a funcionalidade, então, está valendo! 🙂

A configuração do RAID M.2 é inteiramente feito via UEFI conforme explica esse guia disponibilizado pela ASUS.É necessário enfatizar que o CSM deve estar desabilitado para que as opções do guia e da galeria abaixo, que meio que ilustra o processo, fiquem disponíveis para a configuração. Nesse artigo, foi testado apenas a funcionalidade de RAID 0, no entanto, existe ainda as opções para RAID 1, 5 e 10.

Por fim, abaixo é possível ver os resultados obtidos com o RAID 0 e relativo aos números apresentados no review desses SSDs, houveram ganhos de desempenho nos benchmarks sintéticos, ainda que em nenhum dos casos esses ganhos tenham chegado perto dos 100%, entretanto, novamente  se faz necessário destacar que os SSDs que foram utilizados são diferentes e isso deve ter o seu impacto no rendimento do RAID 0.

  • VRM e temperatura de operação:

Para verificar a temperatura do VRM, foi instalado um termopar tipo K com um thermalpad grudento diretamente em um dos mosfets de baixa localizados na parte de trás da placa e diferente do era feito até então, onde usava o stress test do AIDA64 por 30 minutos para obter os resultados de temperatura do VRM, dessa vez foi utilizado o Blender 2.82a renderizando a demonstração “Classroom” por meia hora usando o HWiNFO para monitorar/ gravar o log dos “sinais vitais” do sistema durante o teste e ao fim, tomar nota tanto da temperatura ambiente quanto do termopar instalado na placa. Relativo à mudança no software utilizado, foram dois os motivos que me fizeram optar por essa alteração:

  1. O Blender é software livre e a animação “demo” utilizada é de domínio público, enquanto o AIDA é um software comercial pago.
  2. A carga aplicada pelo Blender é mais “consistente” do que no AIDA sendo que esse último apresenta uma variação considerável na telemetria da corrente utilizada pela CPU ao longo do teste, algo que não ocorre com o Blender.

Na tabela abaixo é possível ver a temperatura ambiente ao término do teste em cada uma das situações que foram testadas sendo importante salientar que esses testes foram realizados em bancada aberta e que a temperatura interna do gabinete costuma ser algo maior, a depender do hardware utilizado, projeto de ventilação do case e da própria temperatura ambiente da sala onde o computador está localizado.

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Foram também testados três cenários distintos:

  1. MCE desativado, ou seja, com a CPU respeitando os limites de TDP e consumo – Corrente apresentada pela telemetria do controlador PWM: 111A.
  2. MCE ativado, ou seja, com a CPU livre do limite de TDP e consumo – Corrente apresentada pela telemetria do controlador PWM: 177A.
  3. Overclock manual, no caso, 5GHz com 1.325V com LLC ajustado no nível 6 e memórias em XMP (GSkill Flare X 3200 CL14) – – Corrente apresentada pela telemetria do controlador PWM: 193A.
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Como já era de se esperar, a Maximus XII Apex não teve nenhum problema para lidar com o i9 10900K durante o teste do Blender, nem mesmo em overclock, onde a CPU chegou bem perto de exigir 200A do VRM, no caso, a temperatura reportada pelo termopar e pelo sensor da placa foram de 58,5 °C e 63 °C, respectivamente, o que é completamente seguro e dentro do esperado se considerarmos os componentes utilizados em sua construção e o robusto dissipador com heatpipe no VRM. Nas imagens abaixo, constam as termografias da região do VRM registradas após os 30 minutos do teste.

  • Conclusão:
  1. Do ponto de vista de layout e recursos oferecidos, a Maximus XII Apex também se mostrou uma placa completamente “afiada” para entusiastas e uso em overclock extremo, oferecendo todos os recursos que são necessários para quebrar recordes nos mais diversos benchmarks, ainda que alguns “features” causem certa estranheza a usuários “civis”, como é o caso das duas portas PS/2 no espelho traseiro e das duas portas SATA com uma controladora ASMedia “oldshcool”, que no caso, estão presentes para facilitar a instalação de versões anteriores do Windows como o bom e velho XP e também dos vários botões com funções como ‘LN2 Mode’ e ‘Slow Mode”, que são específicos para esse uso extremo, no entanto, essa placa-mãe ainda oferece muitos recursos para aqueles que a pretendem usar de maneira mais civilizada, como, por exemplo, Wi-Fi integrado e áudio SupremeFX. É necessário destacar que essa placa usa a LAN integrada Intel I225-V na revisão ‘B2’, na qual possui relatos de problemas com alguns modelos de roteadores e switches, o que inspira alguma atenção.
  2. A ASUS ROG Maximus XII Apex também se saiu extraordinariamente bem nos testes, apresentando resultados muito sólidos no que diz respeito a overclock de memória, tendo de um jeito ou de outro sido capaz de empurrar às G.Skill FlareX 3200 CL14 até os 4600MHz CL14 2V com ‘timings’ apertados e estabilidade para rodar benchmarks competitivos, o que é algo excelente! A compatibilidade com memórias de frequências padrão (XMP) elevadas também está assegurada, ainda que nesse caso, seja necessário tomar um pouco de atenção com as tensões aplicadas automaticamente a parâmetros como VCCSA/VCCIO, pois elas podem ser demasiadamente altas e no longo prazo danificar a CPU, no entanto, também é necessário destacar que a qualidade do controlador de memória do processador pode variar entre diferentes amostras e em alguns casos, realmente pode ser preciso usar essas tensões elevadas e nesse caso, fica a recomendação de simplesmente se contentar com um ajuste mais modesto e seguro para uso diário.
  3. Sobre o desempenho do VRM, mesmo ao exigir uma corrente de quase 200A com overclock no i9 10900K, as temperaturas permaneceram em níveis completamente seguros ficando ainda longe dos 70 °C, o que é excelente e já esperado por conta dos componentes utilizados e do robusto sistema de refrigeração com heatpipe.
  4. Com relação ao preço, nesse exato momento (11/09/2020) a Maximus XII Apex se encontra esgotada na Terabyteshop, entretanto, o último valor praticado para essa placa foi de R$3399,00, o que é um montante considerável, porém, que está na média de outros modelos de Z490 bastante sofisticados, com 4 slots de memória e talvez até mais ‘features’, entretanto, se o propósito for “botar para moer” em benchmarks, definitivamente essa placa é uma das melhores senão a melhor opção para essa plataforma e sem dúvida alguma não decepcionará ninguém que for se aventurar nessa atividade.

E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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