Fala pessoal, tudo bom?
Nesse review irei analisar mais um kit de memória da Asgard pertencente a série “Freyr T3”, a qual para as DDR5, oferece modelos de 4800 e 5200MHz, em módulos de 8 ou 16 GB, que podem ser adquiridos separadamente ou em kits de 16 GB ou 32 GB. O produto dessa análise é um kit de 16 GB com dois módulos de 8 GB, frequência de 5200MHz, timings 36-36-36-77 e tensão de operação de 1.25V.
Os pentes de memória vem em uma caixa retangular com uma foto do produto e ilustração do deus nórdico Freyr, que empresta o nome ao produto, onde na parte de trás, figuram explicações a respeito de Freyr e informações sobre as memórias, com etiquetas constando a capacidade e frequência.


Além da embalagem externa, as memórias vêm protegidas por uma segunda caixa, a qual passa uma impressão de requinte, onde acompanham o produto um par de luvas anti-estáticas, além das memórias com protetores nos contatos, com esses ultimos removidos na foto abaixo.

Em relação ao dissipador, para essa série, a Asgard optou por um dissipador prateado de alumínio simples sem qualquer tipo de iluminação, o que resultou em um visual bastante sóbrio.


Ao remover o dissipador, o que felizmente acabou sendo uma tarefa bastante simples, é possível ver que ele não faz contato com um dos chips, usando uma interface térmica mais curta por conta da ilustração da runa no dissipador ser em relevo, o que definitivamente não é o ideal, especialmente em situação de overclock.
A respeito dos chips, a Asgard optou por utilizar o Samsung K4RAH165VB-BCQK, também conhecido como Samsung B-Die e que apesar do nome induzir a certa confusão com os “lendários” B-Die DDR4, obviamente, as variantes DDR5 nada tem a ver com o seu famoso antecessor, inclusive, apresentando densidade de 16 Gbit contra 8 Gbit da DDR4.
Por não existirem chips DDR5 de 8 Gbit, para se construir módulos de 8 GB, são utilizados apenas 2 chips por Rank, o que pode comprometer um pouco o desempenho (~5%) em alguns cenários especificos mais sensíveis a banda de memória, sem impacto na maioria dos jogos, que preferem latencias mais baixas.
Essessão chips DDR5 de 1ª geração da Samsung, sendo fabricados usando o processo D1y, onde essa nomenclatura indica que esse é um processo na classe “10nm”, o que a princípio, parece algo muito “atrasado”, afinal, já temos CPUs 5nm no mercado, porém, cada “tipo” de circuito, por exemplo, lógica, SRAM ou DRAM escala de uma maneira, onde a SRAM parou de escalar ali pelos 10nm.
Dito isso, conforme os fabricantes conseguem ir fazendo pequenos avanços no processo de fabricação, obtendo ganhos de densidade, eles vão mudando a letra no final da nomenclatura, onde o Samsung D1y equivale a 17.x nm e como é possível ver no gráfico abaixo, esse nem é o processo mais avançado disponível, onde tanto a Samsung como a Hynix optaram por serem mais conservadoras nesse sentido, obtendo dies maiores do que a Micron para as suas DDR5 de 1ª geração, porém, muito superiores no que diz respeito as frequências e timings, um provavel mérito do processo mais maduro.

Como já explicamos em outras oportunidades, com as DDR5, o conversor DC-DC responsável por alimentar as memórias foi deslocado do PCB da placa-mãe para o próprio módulo de memória, onde o intuito é ganhar na eficiência e minimizar perdas, colocando o conversor o mais perto possível da carga.
Esse conversor é chamado PMIC e corresponde a um circuito integrado que faz todo esse “trabalho sujo”, onde no caso desse kit da Asgard, foi adotado uma unidade da Richtek, a qual não é compatível com o “High Voltage Mode”, ou seja, essas memórias estão limitadas a uma tensão de VDD/VDDQ máxima de 1.43V.
Caso tenha interesse, segue o link para o anuncio dessas memórias na loja oficial da Asgard, no AliExpress.
Configurações utilizadas:
CPU: AMD Ryzen 7 7700X (Obrigado AMD!)
MOBO: GIGABYTE B650M Aorus Elite AX (UEFI F3c)
RAM: 2x8GB Asgard Freyr T3 5200 CL36 1.25V
GPU: GIGABYTE RX 5500 XT 8 GB (Obrigado Terabyteshop!)
PSU: Antec Neo Eco 520W
COOLER: 1STPlayer TS-360
SSD: Netac N530S 240GB
Software: Windows 10 x64, TM5 0.12 anta777, AIDA64 6.85.6300, Geekbench 3.4.4, y-cruncher 1b.
Objetivo e metodologia dos testes:
Descobrir qual o limite para uso diário das Asgard Freyr T3 usando o Ryzen 7 7700X, além da frequência máxima para benchmarks nessa plataforma. Para facilitar a compreensão dos resultados, eles foram separados em dois grupos:
1) XMP: Trata-se do máximo possível de se obter apenas carregando o perfil XMP e subindo clock/tensão, parando nos 6400MHz que é o limite estável para o exemplar de Ryzen 7 7700X utilizado, claro, isso se a memória que estiver sendo testada conseguir chegar lá.
A vantagem dessa abordagem é que ela é extremamente simples e não demanda nenhum ajuste do usuário no que diz respeito aos timings, entretanto, você paga o preço da simplicidade com menor desempenho, pois os ajustes são feitos automaticamente pela placa-mãe e podem ser bastante relaxados.
2) 24/7 com ajuste fino: E aqui, foram feitos ajustes manuais em todos os timings possíveis visando obter o melhor resultado possível com viabilidade para uso diário, novamente, limitado aos 6400 MHz por limitação da CPU
Nos casos 1 e 2, foram utilizados o TM5 0.12 anta777 para verificar estabilidade, o AIDA64 para ter noção dos números de banda/latência, Geekbench 3.4.4 e y-cruncher 1b para ter uma melhor ideia do desempenho. Para esses testes, a CPU foi travada em 5.35GHz com 1.25V e o FCLK em 2166MHz, sendo esse o máximo estável para esse exemplar.
Nos Ryzen 7000 “Raphael”, não existe mais aquela observação para se manter o FCLK trabalhando na mesma proporção do clock da memória, ou seja, antes de partir para o ajuste dessas ultimas, é interessante testar o limite do FCLK, cujo limite ficará entre 2000 e 2200 MHz. Isso será abordado em mais detalhes no review dessa CPU.
Por fim, não foi utilizada a plataforma Intel nesse teste simplesmente por conta da única placa-mãe disponível por aqui ser uma ASUS Maximus Z690 Apex fabricada no final de 2021, a qual era para ser excelente, porém, é reconhecidamente horrível para overclock de memória, não passando no post com mais de 6200 MHz independente da CPU, o que é uma pena. Mais detalhes a respeito desse problema podem ser vistos nesse artigo do Igor’s Lab.
Timings
- XMP:
Com essa abordagem, foi possível obter estabilidade no TM5 com 6400 MHz usando tensão VDD/VDDQ de 1.3V, o que é um resultado ótimo se consideramos o mínimo esforço empreendido para obtenção desse número, chegando ao limite da plataforma com refrigeração ambiente. Também é interessante notar que os subtimings estão até que razoáveis, o que aparentemente, trata-se de um trunfo da placa-mãe, já que esses parâmetros são aplicados automaticamente por ela.
- 24/7 com ajuste fino:

Com os ajustes finos, foi possível melhorar vários timings relevantes para o desempenho, trazendo ganhos notáveis em relação ao XMP. Como é possível ver na tabela, foi possível obter estabilidade em 6400 MHz com CL34, mantendo tRFC similar, tWR o mais apertado possível, além do tFAW, os tRDRD/tWRWR e o tREFI em 65535, que seria o máximo para essa plataforma. Esses timings são os que fazem mais diferença nas DDR5.
Temperatura e consumo:
Uma novidade bem-vinda nas DDR5 é a inclusão de sensores de temperatura nos módulos, onde eles estão posicionados entre os chips de memória, o que significa que a tarefa de verificar se o teste de estabilidade está falhando por conta da temperatura, ficou muito mais simples!
A Freyr T3 apresentou temperatura máxima de 61ºC ao fim de meia-hora de teste de estresse no TM5 usando o perfil do anta777, na bancada e sem uma ventoinha soprando diretamente sobre as memórias, não apresentando instabilidade ou erros por conta da temperatura ao final desse teste, o que é razoável se considerarmos que um dos chips nem mesmo faz contato com o dissipador.
Já sobre o consumo, o máximo registrado para esses módulos foi de 5W para o ajuste 6400MHz 34-36-36-38 1.43V, o que é bem pouco, contudo, é necessário lembrar que kits DDR5 2x8GB são bem mais incomuns que os de 2x16GB, onde nesses casos, o consumo e a dissipação de calor devem ser próximas do dobro do que os registrados aqui.
Benchmarks:
Abaixo, os números de Leitura/Escrita/Cópia/Latência dp AIDA, no sub teste de memória do Geekbench 3.4.4 e no y-cruncher 1b, que por ser bastante sensível ao desempenho do subsistema de memória e ao mesmo tempo, extremamente exigente em termos de estabilidade, foi integrado aos testes,
Lembrando que todos esses resultados passaram no teste de estabilidade do TM5 0.12 v3 e ao menos especificamente para essas amostras, representa algo que pode ser usado diariamente.




Benchmarks competitivos:
Visando verificar a frequência máxima para essas memórias em um benchmark competitivo, após fazer alguns ajustes, como elevar a tensão do VDDSOC para 1.4V, VDD_MISC e VDDP para 1.15V, foi possível atingir os 6600 MHz com CL36 e 1.43V nas memórias e FCLK em 2200 MHz, o que apesar de não ter ficado 100% estável, talvez por limitação da CPU, ainda rolou completar o Geekbench 3, o que é uma marca respeitável para plataforma AM5 e os chips Samsung B-Die utilizados nesse kit.

Conclusão:
As Asgard Freyr T3 5200CL36 apresentaram boa compatibilidade com a plataforma AMD, funcionando normalmente com o XMP. Ao se fazer overclock com o ajuste XMP, foi possível obter estabilidade em 6400 MHz apenas aumentando a tensão das memórias para 1.3V, o que é uma bela marca, especialmente considerando o mínimo esforço empreendido para se chegar nesse resultado.
Já com o ajuste manual, foi possível obter os mesmos 6400 MHz, só que com 34-36-36-36-38 e os principais subtimings, leia-se, aqueles que possuem maior impacto no desempenho, mais apertados em relação ao XMP, o que é bastante decente se considerarmos os limites da plataforma AM5.
Sobre os resultados em benchmarks competitivos, após alguns ajustes, foi possível chegar nos 6600 MHz 36-36-36-38 1.43V e completar o Geekbench 3 dessa maneira, inclusive com FCLK em 2200 MHz, o que é uma excelente marca para as atuais CPUs Ryzen 7000 disponíveis e chips Samsung B-Die DDR5.
Em relação à disponibilidade e preço, atualmente (15/01/2023), as Asgard Freyr T3 5200C36 se encontram por R$1115,00, o que é um valor irreal para esse produto, porém, é muito comum haver promoções dessas memórias, geralmente saindo por R$500 ou menos, que foi o que a amostra testada custou. Dito isso, o valor promocional é um preço justo para essas memórias, sendo elas uma boa aquisição, mas lembrando, apenas no valor promocional!!!
Apenas é necessário se atentar aos eventuais problemas que podem ocorrer na compra de produtos importados como esse: possibilidade de a mercadoria ser taxada, demora na entrega e a garantia ser uma incógnita.
E é isso! Dúvidas, perguntas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!
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