Fala pessoal, tudo bem?
Hardware “retrô” tende a despertar a curiosidade de muita gente, afinal, é algo de outra era, onde ajustes de frequência eram feitos por jumpers, coolers considerados robustos nem sequer tinham heatpipes e para aqueles usuários mais extremos, um simples peltier já fazia estrago! Certamente muitos ao verem a realidade atual, devem achar essa descrição no mínimo estranha, como se fosse algo pertencente a mesma era em que o majestoso T.Rex, com seus 30 metros de comprimento dominava o topo da cadeia alimentar na América do Norte.
Apesar disso, hardware antigo também roda benchmark, faz overclock e pode ser algo muito divertido de tentar chegar ao seu limite, veja bem, aqui no site mesmo existem diversos artigos sobre isso, usando plataformas como Super Socket 7 e Socket A, combinando o hardware antigo com soluções que não estavam disponíveis ou não eram difundidas em sua época, então, como uma espécie de continuação do artigo anterior sobre overclock extremo na plataforma Socket 7, chegou a hora de lhes apresentar os resultados obtidos por mais duas CPUs, o K6-2 300 e o K6-2 500! 🙂
O K6-2 500, fabricado na 13.ª semana de 2002 muito provavelmente deve ser das últimas unidades fabricadas, afinal, em 2002 já existia até mesmo Athlon XP no mercado, o que significa que o K6 já era passado. Uma curiosidade sobre exemplar é que ele era novo, sim, peça antiga que nunca havia sido usada antes dessa sessão, uma raridade!
Já o K6-2 300 é de fabricação bem anterior, 11.ª semana de 1999, ou seja, trata-se de uma peça do milênio passado! Apesar disso, ambos os processadores são fabricados em 250 nm, ainda que no caso do K6-2 500 ele provavelmente se beneficie da maior maturidade do processo, o que deve possivelmente resultará em maiores frequências do que o seu irmão mais humilde.


Mais detalhes sobre a plataforma, preparação para o overclock extremo e algumas das modificações realizadas podem ser encontradas nesse artigo, então, vamos ao hardware utilizado nessas sessões:
- Configuração utilizada:
CPU: AMD K6-2 500MHz / K6-2 300MHz
MOBO: ASUS P5A rev1.03
RAM: 256 MB SDRAM Corsair PC-150
GPU: Pine SiS 305 32 MB
PSU: Seventeam ST-350BKV
COOLER: Pot de chipset by Ian Melo + LN2
SSD: Weijinto 256 GB
Software: Windows XP SP3, Super PI 1.5 XS, wPrime 1.55, PiFast
Objetivo e metodologia dos testes: Descobrir qual o limite no overclock extremo do K6-2 500 e K6-2 300, observar o comportamento desses exemplares e tentar chegar no topo de seus rankings. Mais detalhes inclusos nos testes a seguir!
- K6-2 500
Assim como o K6-2 450 que foi testado no outro artigo, esse K6-2 500 não apresentou CB ou CBB, conseguindo trabalhar o tempo todo com temperatura de -196 °C, o que é ótimo! Do ponto de vista da tensão utilizada, novamente, ficou na casa dos 2.4V até 2.6V para obter estabilidade com frequência de 720 MHz, ficando instável ao se usar a tensão maior com essa temperatura utilizada. Infelizmente, provavelmente por limitação da placa-mãe, não foi possível completar um benchmark com 124 MHz de FSB e 744 MHz na CPU, o que é uma pena, afinal, isso seria o suficiente para atingir tempo abaixo dos 5 minutos no Super PI 1M.
Dos resultados, foram todos ouro, superando por uma margem relativamente apertada os outros competidores, afinal, nessa plataforma e na maior parte desses benchmarks, a frequência do FSB acaba tendo maior impacto do que a própria CPU, que acaba sendo limitada pelo cache L2 e subsistema de memória lentos.


Abaixo, uma validação do CPU-Z a 744 MHz, infelizmente, não foi possível chegar no SO com 133 MHz de FSB, o que resultaria em uma validação a 800 MHz, porém, certamente isso não é um feito impossível para essas CPUs, sendo necessário apenas uma placa-mãe que seja capaz de chegar lá.
- K6-2 300
Diferente dos demais processadores dessa família que já foram testados, o K6-2 300 apresentou cold bug, ainda que não da mesma forma com a qual estamos habituados a ver nas CPUs mais modernas, onde a máquina não funciona enquanto a temperatura estiver abaixo de certo patamar, no caso do K6-2, ele dá post normalmente, porém, não carrega o SO, então, a temperatura mínima em que essa CPU conseguiu carregar o sistema foi de cerca de -150 °C.
Outra particularidade desse chip é que ele aceitou tensões na casa dos 2.7V~2.8V sem problemas enquanto operando com frio extremo, o que foi bom para obter estabilidade nos benchmarks a 600 MHz, ou seja, 100% de overclock! 😀
Dos resultados, novamente, foram todos primeiro lugar no ranking do HWBOT, superando com folga razoável os outros concorrentes, o que talvez fosse esperado, afinal, esse é o unico resultado usando LN2.



Apesar dessa marca dos “100% de overclock” já ser algo e tanto, infelizmente, não houve sucesso ao tentar ir além, com o processador passando no post a 630 MHz (105 * 6), porém, não sendo capaz de carregar o sistema com essa configuração, ou seja, vamos ter que nos contentar em apenas dobrar a frequência original, uma pena. :/
Como não poderia faltar em um artigo sobre overclock extremo, segue a galeria de fotos do hardware todo congelado!




- Conclusão:
Assim como o K6-2 450 que foi testado anteriormente, tanto o K6-2 500 quanto o K6-2 300 foram muito bem nos testes e juntos ao restante do hardware, sobreviveram a sessão de overclock extremo.
O K6-2 500 apresentou praticamente o mesmo comportamento do K6-2 450, chegando ao mesmo limite, que é da placa-mãe, com praticamente a mesma tensão utilizada (2.4V) e temperatura (-196ºC) e não apresentando CB, pegando primeiro lugar no ranking do HWBOT em pelo menos três benchmarks de sua categoria.
Já o K6-2 300 apresentou CB na casa dos -150 °C, conseguindo trabalhar com tensão um pouco mais alta (2.7V~2.8V) com essa temperatura baixa, o que foi bom para chegar nos 600 MHz com estabilidade, ou seja, um overclock em 100% em relação à frequência original, novamente tomando o primeiro lugar do seu ranking em diversos benchmarks.
E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!
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