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Fúria em dose dupla! – Benchmarks e overclock no Crossfire de Radeon R9 Fury!

Fala pessoal, tudo bem?

Rodar benchmarks em sistemas equipados com mais de uma GPU definitivamente não é uma novidade aqui na tOCP, afinal, em outras oportunidades já tratamos de configurações usando duas RX Vega 64 e até mesmo um “mutante” usando modelos ligeiramente diferentes para a mesma GPU, no caso, RX 6800 XT e RX 6800 juntas.

É evidente que em 2022, esses sistemas mGPU acabaram meio que indo pelo mesmo caminho dos mamutes, com os fabricantes oferecendo pouco ou nenhum suporte para essas tecnologias, deixando a implementação totalmente na mão dos desenvolvedores, ou mesmo limitando drasticamente o número de GPUs com suporte a cada geração, por exemplo, atualmente, a NVIDIA oferece o SLI apenas para RTX 3090 e 3090 TI, as quais são placas de mais de 1000 dólares, onde a própria ponte NV-LINK usada também custa uma boa grana, além de ser incompatível com usada na geração anterior.

Apesar disso, nada impede o uso de GPUs antigas em Crossfire/SLI, algo que ao menos do ponto de vista de um entusiasta procurando diversão e talvez uns pontos no HWBOT, pode acabar sendo uma experiência bem interessante, então, sabendo disso, que tal testar mais um sistema em Crossfire usando GPUs com Nitro? 😀

As placas são as Sapphire R9 Fury Nitro+, lançadas lá em 2015 como uma das GPUs topo de linha da AMD juntamente a R9 Nano, sendo esse um modelo que até hoje o pessoal que curte ‘SFF’ tem saudades e a R9 Fury X, que vinha com um WC AIO de fábrica e em uma ocasião próxima ao seu lançamento, foi anunciada como “An Overclocker’s Dream”, o que acabou virando meme na época.

Para essa placa, a Sapphire definitivamente não economizou em nada, oferecendo um robusto sistema de refrigeração “dual-slot” e “triple-fan”, algo necessário para dar conta dos 275W de TDP dessa placa.

Além disso, é possível destacar o fato do PCB ser mais curto do que o dissipador, uma vantagem de se ter as memórias no mesmo “package” da GPU. Sobre o VRM, essa placa usa um robusto conjunto com 6 fases para a GPU, 1 para HBM e 1 auxiliar, utilizando powerstages da Infineon e controlador PWM IR3567B.

Sobre a sua GPU, tem codinome Fiji, foi fabricada pela TSMC em 28 nm com 8.9 bilhões de transistores, o que não parece muita coisa para os padrões atuais, porém, em 2015, isso era algo considerável e por esse mesmo motivo, o seu die tinha 596 mm² para os seus 4096 SPs!

Mas não é só isso, por usar memórias HBM, ainda existia o “Interposer”, que era fabricado em um processo de 65 nm com área de mais de 1000 mm²! É necessário destacar que esse “Interposer” não é ativo, ou seja, sua função é fazer a ligação dos dies no package, sem nenhum circuito ativo “gravado” nele.

Já deve ter ficado bem claro que essa série R9 Fury foi pioneira em muitos aspectos, porém, nesse caso em específico, estar na vanguarda também acabou trazendo algumas desvantagens a esses produtos, por exemplo, essa foi a primeira e única GPU a utilizar memórias HBM de primeira geração, o que inegavelmente deu a GPU Fiji uma vantagem considerável na largura de banda das memórias em relação a 980 Ti, porém, também limitou a placa a apenas 4 GB de VRAM, o que na época já era considerado pouco para um produto topo de linha.

amd hbm1

A limitação da VRAM acabou tendo consequências ainda mais sérias quando combinada as deficiências da arquitetura GCN 3.0, onde os 4096 SPs não eram muito bem aproveitados, de maneira que a diferença entre a Fury X e Fury costumava ser muito pequena ou mesmo inexistente na maior parte dos casos enquanto usando resolução de até 1080p, mesmo considerando que segunda tem 512 shaders a menos. Aumentar a resolução costumava fazer a diferença entre os dois modelos ficar mais evidente, porém, com apenas 4 GB de VRAM, nem sempre isso era possível sem sacrificar texturas ou filtros, o que não costuma combinar com um modelo topo de linha.

Outro ponto é o desempenho com geometria era bastante fraco, por esse mesmo motivo, é comum ver essas placas perdendo para placas equipadas com GPUs Polaris 10/20/30 em jogos mais modernos que façam uso mais intenso de recursos como tessellation, mesmo considerando o maior poder computacional das Fiji.

Feitas as apresentações, vamos às configurações utilizadas!

Configuração utilizada:

r9 fury cf bancada 1

CPU: Intel Core i9 12900K (Obrigado Terabyteshop!)

MOBO: ASUS ROG Maximus Z690 Apex (Obrigado Terabyteshop!)

VGA: 2x Sapphire R9 Fury Nitro+

RAM: 2x8GB ADATA DDR5 4800 40-40-40 (Obrigado ADATA/XPG)

REFRIGERAÇÃO: Water Cooler da bancada

STORAGE: SSD Somanmbulist 240 GB

Software: Windows 10 x64 ‘Ghost Spectre’, 3dmark e 3dmark11.

Objetivo e metodologia dos testes: Rodar os benchmarks competitivos com overclock, visando obter boas colocações no ranking do HWBOT com o Crossfire das Sapphire R9 Fury Nitro+.

Detalhes sobre os testes constam nos textos a seguir.

Resultados:

A primeira observação a ser feita é a respeito da qualidade das GPUs, onde uma apresenta ASIC na casa dos 63% e a outra dos 58%, o que, na prática, não se traduziu em diferenças na frequência máxima dos exemplares, com ambas rodando com frequências entre 1130 e 1120MHz na GPU, colocando em perspectiva, um pouco acima dos 1050MHz originais… Agora entenderam porque a AMD ter chamado essas GPUs de “Overclocker’s Dream” acabou virando meme na época? 😀

Sobre os ajustes disponíveis, com o último driver 21.5.2, é possível dar um offset de até +75mV na GPU, onde o ajuste de frequência das memórias HBM só está disponível usando ‘softwares’ de terceiros, ainda que com controvérsias a respeito da sua funcionalidade, onde nos testes, houveram apenas diferenças marginais para cima, que no caso, foram consistentes.

Sobre os resultados, o i9 12900K trabalhando com os P-Cores @ 5.3GHz e os E-Cores @ 4.2GHz definitivamente fizeram uma grande diferença, tendo empurrado com maestria essas placas e ajudando na obtenção do primeiro lugar nos benchmarks mais dependentes de CPU, como é o caso do 3DMark11 Performance, que rendeu até “Global Points”, o Time Spy e o Fire Strike. Apenas para lhes situar melhor, esses resultados são comparáveis aos obtidos por uma RX 5700 XT trabalhando com GPU perto dos 2200 MHz.

Já no Fire Strike Ultra, que roda em 4K e por esse mesmo motivo, costuma ser mais limitado pela GPU do que pela CPU, foi necessário se contentar com o segundo lugar, afinal, por ora, não foi possível buscar os 1160MHz das GPUs do cara que está em primeiro lugar.

*Ah, mas tenho curiosidade em ver como esse Crossfire se sai em jogos modernos”. Pois é! Estava nos objetivos testar alguns jogos, porém, por alguma razão, no SO de benchmark (Windows 11), a opção para ativar o mGPU não estava disponível no driver, o que impediu de realizar esses testes de maneira confiável, ou seja, isso ficará para uma próxima oportunidade. :/

  • Conclusão:

Apesar de a série R9 Fury terem entrado na história por seu pioneirismo em uma série de aspectos, não é só de engenharia avançada que vive o homem, afinal, parte dessas soluções também trouxeram diversos pontos negativos que acabaram por minar as pretensões da AMD com essa linha, de todo modo, em 2022, por não se tratarem de placas exatamente comuns, podem ser consideradas “peças de museu” bastante interessantes.

No que diz respeito ao Crossfire, essas soluções mGPU sempre foram mais orientadas ao público entusiasta, tendo perdido parte do apelo e do suporte das fabricantes com o tempo, porém, ainda podem ser uma boa fonte de diversão para aqueles que se dispuserem a “brincar” com esses sistemas. Sobre o seu funcionamento e rendimento em títulos mais modernos, esse ficará para uma próxima oportunidade.

Dos resultados obtidos, foram bons para pegar ouro em todos os testes, incluindo pontos globais no 3DMark11, onde a única exceção foi Fire Strike Ultra, que ficou em segundo lugar, o que são definitivamente resultados respeitáveis para GPUs lançadas em 2015, onde essa dupla conseguiu rivalizar com uma RX 5700 XT com overclock nesses testes.

E é isso! Dúvidas, perguntas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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