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Review – ASRock B660M PG Riptide – Uma das raras placas-mãe LGA1700 custo-benefício que faz overclock “non-k”!

Fala pessoal, beleza?

Nessa review, irei analisar a ASRock B660M PG Riptide, que se trata de uma placa-mãe B660 destinada à plataforma LGA1700, onde esse é um modelo mais de entrada com suporte a memórias DDR4, duas M.2 PCI-E 4.0 e até as futuras CPUs de 14ª geração, porém, com um diferencial interessante, que é a possibilidade de fazer overclock ‘non-k’ nos modelos de 12ª geração!

A respeito da caixa, na parte da frente, consta um brasão da série “PG Riptide”, além do modelo da placa e destaque a alguns features como o “Polychrome Sync” e o suporte aos processadores de última geração, enquanto na traseira, existe uma tabela com as especificações, detalhes sobre o VRM, I/O Shield pré-instalado, gerador de clock externo e LAN 2.5 Gbps.

Do kit de acessórios que acompanha o produto, temos cabos SATA, um folheto de garantia, manual, parafusos para as M.2, DVD de drivers e um tubo de pasta térmica que provavelmente trata-se de um brinde do vendedor.

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Em relação ao visual da placa, ele é bastante elegante, com o PCB preto junto aos robustos dissipadores empregados pela ASRock no VRM e M.2, além do painel traseiro integrado.

Sobre o layout do PCB, no geral, a ASRock fez um bom trabalho com essa placa, posicionando de forma adequada a M.2 principal, portas SATA, as “fan headers”, que são cinco e estão distribuídas de maneira inteligente pelo PCB e um slot M.2 para instalação do Wi-Fi, que é opcional e não acompanha a placa-mãe.

As observações ficam por conta dos “debug leds” posicionados logo ao lado da segunda M.2, o dificulta a sua leitura caso esteja usando uma placa de vídeo parruda com sistema de refrigeração “2.5 slot” ou maior, falta de botões on/off/reset, o que infelizmente é recorrente em placas desse segmento e não exclusividade da ASRock e por fim, a segunda M.2 pode sofrer com restrição no fluxo de ar e tamanho do dissipador caso se use uma placa de vídeo robusta.

A respeito do armazenamento, ambas M.2 são PCI-E 4.0 com 4 pistas e além delas, existem também quatro portas SATA com suporte a RAID 0,1 e 10.

O codec de áudio utilizado é o “veterano” Realtek ALC897, o qual é um velho conhecido nosso, sendo encontrado em várias outras placas testadas aqui na página.

Sobre a LAN, ela é 2.5GbE e usa o chip Realtek RTL812BG.

Uma inclusão digna de destaque é o gerador de clock externo IDT6V4, o qual permite ao usuário fazer overclock “non-K” nas CPUs de 12ª geração, o que é particularmente interessante, já que overclock não é oficialmente suportado pela Intel no chipset B660, muito menos nas CPUs “non-K”. Além disso, essa é uma das raras placas DDR4 que contam com o recurso. Veremos adiante como ela se sai.

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Sobre o espelho traseiro, ele já vem integrado a placa e conta com os seguintes itens:

– 2 x Pontos de Montagem da Antena
– 1 x Porta de Mouse / Teclado PS/2
– 1 x Porta HDMI
– 1 x DisplayPort 1.4
– 4 x portas USB 3.2 Gen1 (ASMedia ASM1074 hub) (Suporta Proteção Contra ESD)
– 4 x portas USB 2.0 (Suporta Proteção Contra ESD)
– 1 x Porta de Rede RJ-45 com LED (LED de ACESSO E LED de VELOCIDADE)
– conectores de Áudio HD: Entrada de Linha / Alto-Falante Frontal / Microfone

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Para a B660M PG Riptide, o fabricante optou por usar robustos dissipadores de alumínio com aletas no VRM usando thermalpads para fazer contato com os mosfets.

Como foi dito anteriormente, para as M.2, foi usado uma chapa de alumínio sem aletas como dissipador, a qual vem com um thermalpads para fazer contato diretamente com os SSDs.

A respeito do VRM, a ASRock optou por usar um arranjo de 7+1 (VCORE+AXG) com o controlador RT3628AE, drivers RT9624F, onde cada fase possui componentes dobrados, ou seja, dois mosfets Sinopower SM4508NH de alta em paralelo, dois Sinopower SM4503NH de baixa em paralelo e dois indutores de 50 uH.

Em relação a esses componentes, o SM4508NH (alta) suportam uma corrente máxima de cerca de 30.4A @ 100 °C e possuem um Tr (tempo de subida) de 8.6ns e Tf (tempo de queda) de 11.6ns, o que é bastante aceitável, enquanto os SM4503NH (baixa) apresentam rds(on) @ Vgs = 10V de 3mΩ, o que não é exatamente brilhante, mas deve ser reduzido a decentes 1.5mΩ por conta dos dois mosfets de baixa em paralelo.

No que diz respeito a dissipação de calor das fases do VCORE, com um i5 12600K/13600K em stock (165W em load no Blender, aferido pelo Elmorlabs PMD), o VRM deve dissipar cerca de 11.1W, enquanto com o 12900K/13900K com overclock ou MCE ON (~300W), essa dissipação deve ficar próxima aos 25W. Veremos adiante se esse conjunto deu conta do recado para essas configurações.

Sobre a UEFI, a sua interface é bem elaborada, com visual bastante similar ao encontrado nas outras placas-mãe da ASRock que já passaram por aqui, exceto que essa possui “skin” da série “Phantom Gaming”.

No que diz respeito aos ajustes de tensão principais, o CPU Core/Cache vai até 2.170V, a RAM até 1.65V, VDD_IMC (não confundir com VCCSA) até 1.65V, VCCIN AUX até 2.1V, +1.05V PROC até 1.35V, +0.82V PCH até 1.12V e +1.05V PCH até 1.35V.

É necessário ressaltar que as CPUs “Non-K” não possuem ajuste de VCCSA, o qual a Intel limitou apenas as CPUs K, isso implica em limitações na frequência máxima da memória nessas CPUs, especialmente usando Gear 1, ou seja, essa não é uma limitação da placa-mãe e sim algo imposto pela Intel.

Além disso, a ASRock oferece um software chamado “Phantom Gaming Tuning”, que permite ao usuário usar perfis de operação automatizados, fazer ajustes de overclock (frequência e tensão) diretamente via SO, além de permitir o ajuste das curvas de fan e informações do sistema.

Caso alguém tenha interesse, segue o link para site do fabricante onde constam, as especificações do produto.

Interessado em comprar uma placa dessa? Se usar um dos links abaixo você ajuda o site/canal a continuar trazendo conteúdo.

ALIEXPRESS – ASROCK B660M PG RIPTIDE

Vamos então às configurações utilizadas e resultados!

Configurações utilizadas:

CPU: Pentium G7400 / Core i5 12600K / Core i9 12900K

MOBO: ASRock B660M PG Riptide

RAM: 2x8GB V-Color Prism Pro 4000CL19 / 2x8GB Zadak Spark RGB 4133CL19

GPU: GeForce GTX 1650 Super

PSU: Antec Truepower Quattro 1200W

COOLER: Water Cooler Custom

STORAGE: SSD Crucial BX300 120GB e Kingston Fury Renegade 1TB (Obrigado Gabriel Ferraz!)

EQUIPAMENTOS EXTRAS: ElmorLabs PMD / ElmorLabs KTH-USB

Software utilizado: Windows 10 22H2 x64, Benchmate 10.12.2, Blender 3.6.1, Crystalmark 8.0.4 x64, HWiNFO 7.62

Objetivo dos testes:

O objetivo desse artigo é verificar se a B660M PG Riptide é realmente uma boa opção de placa-mãe, testando como o seu VRM se comporta com carga, compatibilidade e overclock “non-k” com diferentes processadores e memórias e por fim desempenho das M.2 e SATA.

Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Desempenho das M.2/SATA:

Para verificar o desempenho das M.2 e SATA, foi utilizado o Crystalmark 8.0.4, onde a ideia aqui é testar se o fabricante fez boa implementação dessas interfaces, usando unidades SATA e NVMe capazes de chegar ao limite da banda oferecida por esses barramentos.

M.2:

Ambas as M.2 oferecem desempenho mais do que adequado para qualquer SSD NVMe PCI-E 4.0 disponível no mercado.

SATA:

Assim como nas M.2, também foi possível chegar ao limite das portas SATA, com elas apresentando desempenho bastante próximo.

Compatibilidade de memória e overclock “non-k”:

Como dito anteriormente, um dos grandes diferenciais dessa placa é o fato dela ter um gerador de clock externo, o qual permite fazer overclock em CPUs de 12ª geração, incluindo os “non-k”. Isso é especialmente interessante, pois apesar de estarmos chegando na 14ª geração, boa parte dos modelos “non-k” mantiveram especificações similares, por exemplo, o i3 12100F e o i3 13100F, cuja diferença é de 200 MHz no boost em favor do modelo mais recente, porém, nessa placa-mãe, o antigo é mais negócio por conta do overclock “non-k”, indo além dos 5 GHz sem maiores dificuldades, algo que não é possível de se fazer na 13ª geração em diante.

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A primeira observação é com relação às BIOS. Ao contrário da ASUS, que removeu das bios mais recentes a funcionalidade de “OC Non-K” das suas placas Z690 com o recurso, a postura da ASRock foi diferente e mesmo ao usar a bios P8.04, a funcionalidade está disponível e funcional, contudo, é necessário destacar que alguns ajustes foram removidos em relação às versões mais antigas, por exemplo, o menu FIVR, que permitia alterar o VCCSA em chips “K” e algumas opções cujo ajuste se faz necessário para atingir BCLK acima de 130 MHz, o que é alto. Dito isso, a recomendação é que se for usar uma CPU de 12ª geração e quiser explorar tudo do overclock “non-k”, pode ser interessante manter uma versão de bios mais antiga, da P6.02 ou anteriores.

Recomendações a parte, usando o G7400, foi possível ir além de 150 MHz de bclk após uma série de ajustes, onde 149 MHz podem ser considerados estáveis e suficientes para empurrar praticamente qualquer chip de 12ª geração acima dos 5 GHz.

Em relação às memórias, para as DDR4, a falta de ajuste de VCCSA nos chips “non-k” limita bastante a frequência máxima com Gear 1, que fica entre 3400 e 3600 MT/s, indo além nos exemplares “k”, contudo, com Gear 2, o VCCSA geralmente não é um problema, porém, é necessário usar frequências de memória bem mais altas para compensar na latência, de forma que se você tiver módulos equipados com chips Hynix DJR, pode ser interessante ajustar para além dos DDR4-4800, algo que conseguimos com sucesso, obtendo desempenho satisfatório até mesmo no y-cruncher, que é muito dependente do sub-sistema de memória.

VRM e temperatura de operação:

Para verificar a temperatura do VRM, foi instalado um termopar tipo K com um thermalpad grudento na parte de trás da placa, logo abaixo de uma das fases, conforme mostra a foto abaixo.

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Foi utilizado o Blender renderizando a demonstração “Classroom” por meia hora usando o HWiNFO para monitorar / gravar o log dos “sinais vitais” do sistema durante o teste, além de usar o ElmorLabs KTH-USB para fazer o log dos dois termopares, onde o “1” é o localizado na parte superior e o “2” mais na lateral da placa, contemplando as duas áreas do VRM.

É importante salientar que esses testes foram realizados em bancada aberta e que a “temperatura ambiente” num gabinete costuma ser algo maior, a depender do hardware utilizado, projeto de ventilação do case e da própria temperatura da sala onde o computador está localizado.

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A B660M PG Riptide não teve problemas nem mesmo para levar o i9 12900K com overclock travado em 5 GHz ou com MCE ligado e limites de corrente desativados, ambas situações que puxam a CPU para a casa dos 300W em load, contudo, é necessário deixar claro que o delta de temperatura foi bastante elevado, com o VRM atingindo temperaturas acima dos 100 °C para um ambiente de 30 °C, o que indica que se você pretende puxar 300W dessa placa, adicionar fluxo de ar na região do VRM é uma excelente ideia.

Agora, se a ideia não é explorar esses limites, usando o mesmo 12900K ou 13900K com MCE ativado, ou talvez uma CPU mais modesta, com consumo na casa dos 165W (um 12600K ou 13600K), aí existe mais margem e fluxo de ar direto na região não se faz necessário, apesar de recomendável, dadas as altas temperaturas que estamos experimentando nesses últimos tempos.

Conclusão:

Do ponto de vista de layout, qualidade e recursos oferecidos, a ASRock fez um bom trabalho na B660M PG Riptide, apresentando uma placa com layout decente com construção bastante aceitável, incluindo dissipadores robustos no VRM e o painel traseiro com espelho integrado, algo que poupa o usuário da frustração de só perceber que esqueceu o espelho após montar a máquina toda. De pontos a se observar, ficam a falta de botões on/off/reset, debug leds cuja leitura pode ser obstruída caso se use uma placa de vídeo parruda e a segunda M.2, que possui limite de altura para o dissipador do NVMe e fluxo de ar reduzido, novamente, isso se estiver usando uma GPU com sistema de refrigeração de 2.5 slots em diante.

Sobre os recursos oferecidos, ela inclui uma M.2 para instalação do Wi-Fi, caso esse seja o desejo do usuário, LAN 2.5Gb e som ALC897, ambos da Realtek, o que é condizente com a proposta da placa.

Sobre a BIOS da placa, ela segue o mesmo padrão encontrado nas demais placas da ASRock que testamos anteriormente, o que é uma ótima notícia, já que o fabricante fez um trabalho decente com a interface e usabilidade da UEFI. Sobre os ajustes disponíveis, são suficientes para a maioria dos usuários ao nível de uso diário.

É importante ressaltar que se for fazer overclock “non-k” em uma CPU de 12ª geração e não pretende fazer upgrade, pode ser interessante testar as bios mais antigas, já que algumas opções foram removidas nas últimas versões, ainda que a funcionalidade do overclock continue intacta.

No que diz respeito ao overclock via bclk, foi possível atingir e até superar os 149 MHz de bclk, o que deve ser suficiente para chegar ao limite do uso diário de qualquer CPU de 12ª geração, atingindo e superando os 5 GHz com relativa facilidade. É importante destacar que os modelos “non-k” não possuem ajuste de VCCSA liberado pela Intel, o que pode limitar o overclock de memória usando “Gear 1”.

Sobre o VRM, o arranjo de 7+1 com componentes dobrados por fase, aliados ao robusto dissipador, resultaram em desempenho térmico bastante aceitável, com a placa dando conta dos 300W exigidos até mesmo pelo Core i9 com overclock ou “MCE ON” sem limite de corrente, ainda que nesse caso, seja interessante recorrer à ventilação forçada no VRM, leia-se, o famoso fan soprando na região.

Mas se a ideia for usar uma CPU um pouco mais “mansa”, ou mesmo o i9 respeitando as especificações de fábrica, ai tudo tranquilo, com a B660M PG Riptide mantendo a temperatura do VRM em níveis seguros nessa situação.

Em relação ao preço, essa placa pode ser encontrada por cerca de R$760 no AliExpress, o que é um preço bastante convidativo diante do apresentado aqui nesses testes, especialmente se a ideia for explorar a funcionalidade do “overclock non-k”, algo que está restrito a poucos modelos e logicamente, esse é um deles. É claro que essa também é uma boa placa para aqueles que também pretendem usar sem overclock, contudo, nesse caso, ela se encontra ao nível similar a da concorrência, tanto em qualidade de construção como recursos oferecidos.

Apenas é necessário se atentar aos eventuais problemas que podem ocorrer na compra de produtos importados como esse: possibilidade de a mercadoria ser taxada, demora na entrega e a garantia ser uma incógnita.

E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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