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Review – Powercolor RX 6700 XT Fighter – Uma placa pequena e potente!

Fala pessoal, beleza?

Nessa review irei analisar a Powercolor RX 6700 XT Fighter, que se trata de um modelo de média gama da geração RX 6000 da AMD, a qual usa arquitetura RDNA2 e é fabricada em 7nm. Apesar desse ser um modelo mais simples de RX 6700 XT, ele possui um diferencial interessante que é o cooler dual-fan e dual-slot, o que a coloca como uma opção interessante para máquinas SFF com alguns gabinetes compactos. Mas será essa uma boa placa? É o que veremos nessa review.

Da embalagem, na frente da caixa temos destaque a série “Fighter”, o modelo da placa e os 12 GB de VRAM, já na parte traseira, temos mais informações a respeito do sistema de refrigeração e algumas especificações dessa GPU.

Acompanha a placa apenas um cartão da Powercolor e nada mais.

O cooler utilizado é uma unidade 2 slots com duas fans de ~90 mm sem iluminação RGB. O comprimento da placa é de cerca de 230 mm, o que não representa problema para cases ITX como o Sugo SG-13 e outros similares.

Ao contrário da 6700 XT de referência, a qual possui TDP de 230W, para a Fighter, a Powercolor optou por reduzir esse número para 185W, o que tem implicações óbvias no consumo, dissipação de calor e também no desempenho. Veremos nos testes qual foi o impacto disso na placa e como o sistema de refrigeração lidou com isso.

No espelho traseiro, a Powercolor optou por oferecer 3x Displayport e 1x HDMI, o que está dentro do esperado para uma placa moderna como essa.

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Sobre a garantia, infelizmente, a Powercolor optou por incluir o “infame” lacre no parafuso da placa, o que é um ponto sensível caso alguém pretenda desmonta-la para fazer a limpeza/manutenção ou montar um water block ainda dentro do prazo de garantia, o qual segundo consta, é de 1 ano.

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A respeito do dissipador utilizado, o fabricante optou por um design usando três heatpipes com uma base de cobre que faz contato com a GPU e outras de alumínio para as memórias/VRM, onde no caso desses últimos, foram empregados “thermal pads” como interface térmica.

Sobre o “backplate”, ele é de metal e não possui “thermal pads”, portanto, tem apenas função estética e de dar maior rigidez a placa.

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Sobre o PCB, ele tem o mesmo comprimento da placa e na parte da frente é possível ver a GPU Navi 22 com os seis chips de memória GDDR6, o VRM de nove fases para a GPU, onde duas são para o VDD_SOC, duas fases para as memórias e os conectores de força de oito e seis pinos, enquanto na parte de trás, encontram-se logo atrás do chip gráfico alguns capacitores responsáveis pela filtragem da tensão de alimentação.

A respeito da GPU Navi 22, ele é fabricado pela TSMC em 7 nm, possuindo pouco mais de 17 bilhões de transistores em uma área de 335 mm² onde a variante usada na 6700 XT vem com todas as suas unidades funcionais ativadas, o que corresponde a 40 Compute Units, 160 TMUs, 64 ROPs e 96 MB de cache L3.

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Os chips de memória GDDR6 são os Micron MT61K512M32KPA-16:C de código ‘D9ZPP’ e densidade de 16 Gb, onde foram utilizados seis desses chips em um barramento de 192-bits para um total de 12 GB de memória.

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Sobre o VRM da placa, são 7 fases para a GPU, onde foi adotado o controlador IR35217. A respeito do estágio de potência, a Powercolor optou por utilizar Powerstages fabricados pela OnSemi, o NCP302155, com corrente máxima de 55A.

Para uma frequência de chaveamento de 500 KHz e carga de 155A, que seria o equivalente a GPU em stock, a dissipação de calor do VRM deve ficar na casa dos 14W, enquanto para 180A, que seria com overclock usando o “Power Target” máximo, a potência dissipada deve ficar na casa dos 17.5W, o que não deve representar um problema para a solução térmica utilizada.

Feitas as apresentações, vamos às configurações utilizadas e aos resultados!

Configurações utilizadas:

CPU: AMD Ryzen 7 7700X (Obrigado AMD!)

MOBO: GIGABYTE B650M Aorus Elite AX

RAM: 2x16GB Kingbank DDR5 6800 (Hynix A-Die)

VGA: Powercolor RX 6700 XT Fighter

STORAGE: SSD Goldenfir 256 GB + Kingston UV500 960 GB

PSU: Coolermaster MWE Gold 1250 V2 Full Modular (Obrigado Cooler Master!)

SOFTWARE: Windows 11 (Adrenalin 23.10.2), GPU-Z 2.54.0, 3DMark, Unigine Superposition, UL Procyon, Shadow of Tomb Raider, Cyberpunk 2077, Far Cry 6 e Horizon Zero Dawn.

EQUIPAMENTOS EXTRAS: ElmorLabs KTH.

Objetivo dos testes:

Avaliar como a Powercolor RX 6700 XT Fighter se sai com a solução de refrigeração padrão, desempenho em alguns jogos e por fim, seus resultados em benchmarks competitivos. Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Resultados:

Primeiramente, vamos ver como o sistema de refrigeração da Powercolor se sai. Para fazer todos esses testes, foi utilizado o Unigine Superposition no preset “4K Optimized”, que é um benchmark suficientemente longo (cerca de 3 minutos de duração) e que simula bem uma carga de “uso real” do GPU, em outras palavras, não é um “power virus” como o Furmark que estressa a VGA a níveis irreais e faz a placa entrar em throttling por comando do ‘driver’. Para esses resultados, o ‘driver’ foi mantido nas configurações padrão e o Ryzen 7 7700X estava rodando em stock com as memórias em 8000 MT/s 38-46-46-42-40.

Temperatura:

No gráfico abaixo, temos os resultados obtidos para diferentes configurações de clock e rotação do fan, onde a temperatura ambiente no dia dos testes foi de 30,4ºC sendo essa informação de suma importância para a interpretação dos resultados e mesmo para quem quiser ter uma ideia dos deltas.

Os testes foram conduzidos com a placa completamente em stock, stock com FAN @ 100% e PT +15%, overclock com FAN Auto com PT +15%, que é o máximo para esse modelo, e por fim, overclock e overclock com FAN 100%.

Um ponto importante é que “Hot Spot” das GPUs AMD é a maior leitura de temperatura dentre uma rede com 64 ou mais sensores localizados em pontos-chave do die, onde o limite máximo é de 115 °C. Essa temperatura é especialmente útil para identificar problemas no contato da base do dissipador com o die, que podem ser ocasionados por uma aplicação ruim da pasta térmica.

Também é importante ressaltar que esses testes aqui foram todos conduzidos em bancada e que a temperatura “ambiente” dentro de um gabinete tende a ser maior que a temperatura ambiente de fato, o que é um detalhe importante caso alguém tente reproduzir os resultados aqui apresentados.

6700xt fighter temperaturas

Dos resultados mostrados acima, é possível verificar que a solução de refrigeração original da placa foi capaz de entregar desempenho aceitável em qualquer uma das situações testadas, apresentando no pior cenário 74 °C para a GPU e 94 °C para o Hot Spot, o que é ótimo, para uma temperatura ambiente de 30,4 °C e nível de ruído tolerável.

Para validar a temperatura das memórias e VRM, foi utilizado um termopar com thermalpad grudento atrás na parte de trás do PCB, onde para se fazer isso, foi removido o backplate da placa. Em ambos os casos, as temperaturas foram capturadas no último loop do Unigine Superposition com a placa no “pior caso testado com overclock”, que foi com FAN Auto e overclock. A temperatura ambiente no momento desses testes foi de 30,8 °C.

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Com a placa trabalhando nessas condições, foi verificado uma máxima de 68,4 °C para o VRM e 67 °C para as memórias, o que são resultados excepcionais e definitivamente não representam problemas a longo prazo para os componentes utilizados.

Essa temperatura registrada pela memória é menor do que a leitura de software, o que era de se esperar, afinal, o software reporta a temperatura de junção e essa medição realizada é feita na parte traseira do chip. Ainda assim, tudo continuaria bem, afinal, o máximo reportado para a junção foi de 78 °C, bem abaixo dos 95 °C limite para esses chips.

Temperatura/Frequência:

Na galeria abaixo, é possível verificar comportamento detalhado da placa em termos dos clocks e temperaturas ao longo do benchmark:

Apesar das placas da AMD não possuírem um “PerfCap” visivel igual as NVIDIA, as limitações ao desempenho da GPU são virtualmente as mesmas, onde é possível verificar que no caso da 6700 XT Fighter, ela está claramente limitada pelo TDP, que no caso dessa placa, é mais baixo do que o modelo de referência, com o padrão sendo de 185W e o máximo sem apelar ao MPT, 213W, onde a frequência com overclock e em stock, porém, com PT +15% acabaram sendo parecidas.

Segundo os testes com PL > 300W que fizemos em nossa “livestream”, essa GPU ainda assim não atinge os 2800 MHz, onde o fator limitante passa a ser a tensão da GPU, sendo necessário ir além de 1.2V para se chegar lá.

Consumo:

Para realizar a medição do consumo da placa, foi utilizado o Elmorlabs PMD com o acessório para slot PCI-E, afinal, medir apenas o que está sendo exigido dos conectores PCI-E resultaria em um cenário irreal, ignorando até 75W do consumo total.

Ao contrário das placas da NVIDIA, em que o consumo reportado se refere a toda placa, nas AMD, ele se refere apenas a GPU, algo que pudemos constatar ao fazer a medição com o PMD, onde a 6700 XT em stock ficou oscilando entre 200 e 225W e com overclock, acabou por exceder essa marca, na média.

Apesar do consumo ser relativamente baixo, é importante salientar que ao liberar o “Power Target” em +15%, foram registrados vários picos acima dos 300W, o que é necessário ficar atento para o fazer o correto dimensionamento da fonte do sistema.

Benchmarks:

Sobre os benchmarks, foram escolhidos o Cyberpunk 2077, Horizon: Zero Dawn, Shadow of the Tomb Raider (SOTTR) e o UL Procyon, ou seja, uma aplicação profissional e três jogos com suporte as últimas tecnologias.

  • No Cyberpunk 2077, foi utilizada a última versão do jogo, rodando em 1080p/1440p com o preset “High” e RT no “medium”. Para obtenção desses números, foi utilizada a ferramenta de benchmark incluída no jogo.
  • Horizon: Zero Dawn em 1080p/1440p com os preset no “Qualidade Suprema”.
  • Para o SOTTR, foi utilizada a ferramenta de benchmark inclusa, em 1080p/1440p + preset “High” + TAA.
  • No UL Procyon, foi utilizado o AI benchmark, que contém uma série de benchmarks de inferência de IA.

Resultados:

Sobre o desempenho nos jogos testados, a 6700 XT Fighter foi capaz de apresentar desempenho bastante satisfatório mesmo em 1440p, pelo menos enquanto o Ray Tracing estava fora da jogada, com a placa sentindo o golpe ao ativar o recurso no Cyberpunk 2077, obrigando o usuário ou a diminuir um pouco os detalhes, ou recorrer ao FSR para tornar as coisas jogáveis.

Já no UL Procyon com Windows ML, a RX 6700 XT foi capaz de atingir os 291 pontos em FP32, o que é consideravelmente mais lento do que a RTX 4060. Outro ponto negativo aqui é que o benchmark se recusou a rodar com precisão FP16, que é a mais usada em “Machine Learning”, o que não foi problema com a placa da NVIDIA.

Benchmarks competitivos:

E por fim, sobre os resultados obtidos nos benchmarks competitivos, usando o sistema de refrigeração padrão e sem nenhuma modificação física na placa, apenas usando o MPT para ampliar o TDP máximo além dos 300W, foi possível atingir 14496 pontos no 3dmark Time Spy, o que é uma excelente marca se considerarmos as limitações.

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Caso tenha interesse em ver como foi essa sessão de overclock e também alguns breves testes em jogos com a 6700 XT Fighter sem o limite de TDP, abaixo pode-se ver a “Livestream” onde isso rolou:

Conclusão:

Diante do apresentado, foi possível chegar nos seguintes pontos:

A Powercolor RX 6700 XT Fighter acabou se saindo bem no que diz respeito as temperaturas da GPU, onde no pior dos casos, atingiu os 74 °C na GPU e 94 °C no “Hot Spot” com níveis de ruído bastante toleráveis, o que é um ponto muito positivo para essa placa, já que esse é um dos raros modelos que não apelam para sistemas de refrigeração triple-fan gigantescos, portanto, um alento para quem pretende montar um PC compacto e poderoso.

No que diz respeito a temperatura do VRM e memórias, novamente, os bons resultados se repetiram, com o VRM e memórias com pico abaixo de 70 °C, onde no caso dessa última, mesmo a temperatura de junção ficou abaixo dos 80 °C, portanto, longe do limite de 95 °C citado no datasheet do fabricante.

Sobre os componentes utilizados no VRM, a Powercolor optou por utilizar “powerstages” fornecidas pela OnSemi, que por serem componentes altamente integrados, apresentam maior eficiência em relação ao que um arranjo utilizando mosfets discretos normalmente consegue, no caso, esse conjunto se mostrou ser mais do que suficientes para uso da placa em stock ou overclock.

A respeito do desempenho, a RX 6700 XT Fighter apresentou desempenho interessante em rasterização, levando bem as coisas mesmo em 1440p, porém, sofrendo ao se ativar o Ray Tracing, sendo necessário recorrer a recursos como o FSR nesse caso.

Os ganhos com overclock foram bastante pequenos, geralmente ficando abaixo dos 5% quando respeitado o limite máximo de 213W da bios padrão e raramente atingindo 10% ao liberar o TDP via MPT, ou seja, as implicações no desempenho por conta do TDP padrão reduzido não são tão grandes e podem ser compensados facilmente caso o usuário deseje.

Nos benchmarks competitivos, foi possível cravar um resultado respeitável no 3DMark Time Spy ao remover o limite do TDP da placa, com margem para ir além alterando a tensão da GPU, indo além dos 1.2V, o que não foi feito por necessitar de modificações na placa para instalação do ElmorLabs EVC2

A respeito do preço, a Powercolor RX 6700 XT Fighter pode ser encontrada por cerca de R$2000 no mercado nacional, o que não é ruim, porém, nessa mesma faixa de preço, existem placas como RX 6750 XT ou RTX 3060 TI pelo mesmo valor, onde a primeira oferece desempenho um pouco melhor e a segunda tem suporte a vários recursos exclusivos da NVIDIA, como o DLSS. Dito isso, essa placa fica como recomendação para quem procura uma GPU razoavelmente compacta, porém, com bom desempenho e proposição de valor razoável, onde é possível encontrar alternativas um pouco melhores caso o tamanho não seja uma limitação.

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1 Response

  1. Pobre comprando gpu em 2023 omegalul :( disse:

    Ótimo review.
    Vou acompanhar o site mais vezes.

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