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Ryzen 7000 e AGESA 1007b – Será esse o firmware mágico dos 8000 MT/s? Testes e resultados!

Fala pessoal, tudo certo?

Aqueles que vem acompanhando o mundo do hardware nesses últimos tempos, certamente devem ter se deparado com aquela notícia do tal do AGESA 1007b para a plataforma AM5, que a AMD soltou com a promessa de liberar todo potencial no overclock de memória dos Ryzen 7000. Mas como será que eles conseguiram isso? É o que vamos discutir nesse artigo! 🙂

Dentre as novidades, o destaque fica por conta da introdução do chamado “DDR5 Nitro Mode”, que engloba uma série de novos ajustes localizados lá no menu “AMD Overclocking”. Essas funções permitem alterar os “timings” do envio e recebimento de dados entre a controladora de memória da CPU e o módulo de memória, além de introduzir o chamado “Robust Training Mode”, que é um processo de training mais “criterioso” e que por consequência, leva mais tempo para se completar.

b650m aorus elite ax f8a 4

O processo de “memory training” ocorre durante o post e acontece em um primeiro boot após ‘clearcmos’ ou quando algum parâmetro de funcionamento das memórias é alterado, geralmente frequência, timings ou mesmo temperatura da CPU, onde a controladora de memória determina a configuração dos módulos (ex: frequência e timings) e dai “roda” uma série de testes padronizados durante o processo de post com o intuito de calibrar diversos parâmetros internos para um melhor funcionamento com aquela configuração.

Dando um exemplo, os valores para as impedâncias de terminação, aqueles ajustes “RTT_NOM”, “RTT_PARK” e similares que vemos nos Ryzen, costumam ser diferentes entre configurações usando módulos single ou dual rank, onde o processo de “memory training” determina por meio de testes padronizados os valores que vão funcionar satisfatoriamente com a configuração utilizada. Isso também explica o porquê do processo de post normalmente ser mais lento ao se usar configurações com mais de dois pentes ou com módulos “dual-rank”.

Com esses novos ajustes, a AMD garante que os Ryzen 7000 vão ser capazes de trabalhar bem além dos 6000 MT/s que costumava se atingir, podendo chegar até mesmo nos 8000 MT/s, inclusive, com as fabricantes demonstrando essa possibilidade e garantindo que isso é seguro dentro do limite de 1.3V do VDDSOC.

Não existe a menor dúvida que essa atualização é muito bem-vinda, contudo, ainda existem algumas questões importantes a serem respondidas, tipo, se essas frequências vão trazer ganhos de desempenho, afinal, como bem sabemos, as CPUs AMD usam o “Infinity Fabric” para fazer a interconexão de todos os blocos funcionais e isso pode acabar limitando um pouco na banda de memória disponível para os CCDs.

Além disso, para explorar essas frequências além dos 6400 MT/s, é necessário usar o modo “UCLK = MEMCLK/2”, o que implica que a controladora de memória vai estar trabalhando na metade da frequência da memória, com óbvios impactos na latência já que aí, o ideal seria usar 1:1. Uma forma de mitigar esse impacto seria usar o FCLK em uma proporção uniforme com o UCLK, por exemplo, 1:1, 1:2 ou 1:3.

soc topology

Feitas as explicações, vamos aos testes!

Configurações utilizadas:

CPU: AMD Ryzen 7 7700X (Obrigado AMD!)

MOBO: GIGABYTE B650M Aorus Elite AX (Bios F8a)

RAM: 2x16GB Kingbank DDR5 6800 (Hynix A-Die)

VGA: Powercolor RX 6800 XT Red Devil

STORAGE: SSD Goldenfir 256 GB + Kingston UV500 960 GB

PSU: Coolermaster MWE Gold 1250 V2 Full Modular

SOFTWARE: Windows 11 (Adrenaline 23.7.2), Shadow of Tomb Raider, Cyberpunk 2077, CS:GO, y-cruncher e Geekbench 3.4.4.

Objetivo dos testes:

Verificar o funcionamento e ter uma noção do impacto no desempenho ao se usar memórias rápidas no Ryzen 7 7700X, algo permitido pelo novo firmware AGESA 1007b. Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Resultados:

Antes de partirmos para os resultados, é necessário destacar que essa não foi uma experiência totalmente livre de problemas, por exemplo, durante a ‘livestream’ de teste, a BIOS da placa-mãe corrompeu e foi necessário recorrer ao “Q-Flash” para que ela voltasse a vida.

Além disso, existem alguns bugs, por exemplo, ao se ativar o Memory Context Restore (MCR), que poupa o sistema de passar pelo processo de “Memory Training” a todo post, diminuindo o tempo de boot, e desativar o Memory Power Down (MPD), a máquina fica completamente instável, independente das configurações utilizadas, algo que roubou muito tempo que poderia ter sido usado para rodar mais testes diferentes.

Sobre a configuração do hardware, a CPU foi travada em 5.4 GHz, com FCLK em 2166 MHz e duas configurações distintas para a memória: 6400 CL32 1:1 e 7600 CL36 1:2, onde, infelizmente, não foi possível atingir estabilidade plena usando DDR5-8000, aparentemente por limitação da placa-mãe, que precisaria ser 1DPC para se chegar lá.

Primeiramente, foram feitos alguns testes em jogos, já que eles costumam ser bastante sensíveis à latência de memória. No caso, foram escolhidos o Cyberpunk 2077, Shadow of Tomb Raider e CS:GO, onde os dois primeiros com preset “High” em 1080p e o CS:GO em 768p no Low.

Com exceção do SOTTR, que apresentou uma vantagem de 10 fps de diferença no geral para a configuração DDR5-6400 1:1, tanto no Cyberpunk quanto no CS:GO, houve um empate técnico, com zero ganhos de desempenho ao se usar a memória com frequência maior.

Já nos benchmarks sintéticos, essa diferença tende a ser maior, com o “Memory Score” do Geekbench 3 chegando perto dos 14000 pontos, uma marca que não deve ser difícil de superar com FCLK em 2200 MHz e memória em 8000 MT/s.

7700x 7600c36 gb3

Validação em DDR5-8002: https://valid.x86.fr/w5tgy8

Conclusão:

O novo AGESA 1.0.0.7b realmente entregou o que prometia, trazendo aos Ryzen 7000 a possibilidade de trabalhar com frequências bem acima dos 6000 MT/s de “antigamente”, o que é ótimo do ponto de vista da compatibilidade e também para os entusiastas de plantão.

É claro que por se tratar da primeira versão do firmware com essa possibilidade, ainda existem alguns bugs a serem resolvidos, o que significa que por enquanto essa atualização é recomendada apenas aos corajosos que desejam explorar os novos limites dos Ryzen 7000, onde aos demais, talvez seja interessante esperar o fabricante da placa-mãe soltar uma versão final da BIOS, ou talvez, o AGESA 1008, que deve corrigir o bug do “MCR=En + MPD=Dis”.

Sobre os ganhos de desempenho, em jogos e usando o Ryzen 7 7700X, praticamente não houve diferença em relação à configuração DDR5-6400 CL30 1:1, ou seja, se não ganhou nada em aplicações sensíveis à latência, também não perdeu, com ganhos, ainda que relativamente pequenos, aparecendo apenas em aplicações sensíveis a banda de memória e em CPUs com 2 CCDs.

E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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2 Responses

  1. anderson disse:

    a bios “estável” 1616 da Asus Rog Strix B650E-E também apresenta um problema de desconfigurar certas opções, e não são poucas que perdem o que a gente acabou de mudar voltando ao stock.
    seria bom um vídeo discutindo a configuração da impedância, ela é a principal para estabilizar os clocks das ddr5. No meu setup consigo estabilidade bem melhor do que os parâmetros encontrados por treinamento da BIOS, ainda que eu ative o treino mais “rigoroso” dessa versão 1616.

    • Olá Anderson,

      Mexendo mais aqui, também reparei que isso acontece na B650M Aorus Elite AX, chuto que seja bug do AGESA 1007b. No caso, as opções do GDM, MCR e MPD que são “acometidas” por isso e curiosamente, se não aplicar de primeira, é só entrar na bios novamente e insistir que dai elas pegam.

      Sobre as impedâncias, após mais testes, também verifiquei isso aqui. Após mexer no ProcODT, consegui até mesmo passar TM5 com 8000 MT/s, o que já é um bom começo para chegar na estabilidade. Depois vou mexer nas demais terminações para ver como fica.

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